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PROTEÇÃO DE AUTORIDADES

Casa Militar oferece curso para 50 agentes de segurança de todo o Brasil

Por Redação - Agência PA (SECOM)
20/02/2017 00h00

Treinar membros de corporações militares e civis para prevenir riscos de autoridades e resgatá-las com eficácia, caso necessário. Esse é o objetivo do Curso Internacional de Especialização de Segurança de Autoridades, referência em todo o País, promovido pela Casa Militar do Governo do Estado do Pará, que este ano completa 100 anos. As atividades ocorreram na fazenda Piracuiã, em Terra Alta, nordeste paraense, totalmente adaptada para preparar os militares para diversos tipos de situações em terra – incluindo sobrevivência em selva – na água, em altitude ou durante incêndios.

Cinquenta alunos do Brasil inteiro passaram por duas semanas de treinamento, em período integral, entre atividades teóricas e práticas. Homens e mulheres do Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal participaram. Todos os membros são selecionados a partir da avaliação de critérios físicos, mentais e de experiência.

O Pará é um dos poucos Estados a oferecer este tipo de especialização para profissionais de segurança pública de forma tão detalhada. São 163 horas de atividades intensas. Cursos semelhantes ocorrem apenas na região Sudeste, o que faz com que a procura por uma vaga no curso paraense seja acirrada, até por profissionais de outros países, como Argentina, Colômbia e Chile. Em todas as edições há a participação de um palestrante internacional. Este ano, o convidado foi Antônio Coqui, professor da Universidade de Madrid, Mestre em Inteligência Verbal e membro da Guarda Civil da capital espanhola.

O treinamento

“O treinamento percorre todas as situações em que uma autoridade pode estar em risco. A preparação não foca apenas em resgatá-la, mas em como evitar brechas que a coloquem em perigo. Isso exige inteligência para que a vida do protegido e de quem protege seja preservada”, explica o sub-coordenador do curso, capitão da Polícia Militar, Carlos Mesquita.

Todo o processo é acompanhado por instrutores que observam cada movimento das operações, que são repetidas exaustivamente. Cada especificidade do treinamento exige um instrutor especialista, mas em todos os casos as técnicas de atendimento pré-hospitalar estão presentes. Durante uma intercorrência, técnica, agilidade e precisão são exigidos dos alunos.

É no atendimento pré-hospitalar que surge a figura do Dr. José Guataçara, responsável pelas aulas desta disciplina, junto com uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel e Urgência (Samu). “Primeiramente, os alunos entram em contato com a parte teórica, e, depois, com a prática, onde serão rigorosamente avaliados pelos instrutores especialistas. A fazenda conta com toda a estrutura necessária, desde alojamento, refeitório e campos de treino, que são constantemente atualizados”, explica.

O aprendizado

“Esse curso não é uma referência nacional à toa. É um dos melhores que já tive a oportunidade de participar, por seu grau de exigência. Nossa preparação física, mental e técnica é posta à prova de maneira intensa constantemente e com certeza sairemos daqui melhores do que entramos”, comenta o capitão da Polícia Militar de Pernambuco, Ricardo Couto.

Ricardo é um policial militar experiente. Em 2009 foi enviado ao Haiti como boina azul para servir em Missão de Paz no país. Esteve lá por três anos e três meses e estava servindo quando o país foi atingido por um terremoto, em 2010. O capitão explica como o treinamento em Terra Alta faz a diferença em momentos críticos. “As condições no Haiti eram extremamente adversas, um caos total. Técnicas aprendidas aqui são fundamentais em situações como as vivenciadas lá, e não apenas em relação à proteção de autoridades, mas de qualquer pessoa que precise ser resgatada. O curso é completo”, afirma.

Roberto “Bragança” Lopes é um dos instrutores do curso. Melhor aluno da turma que participou, Roberto foi convidado pelo Dr. Guataçara para fazer parte da equipe que treina os resgatistas. “Sou apaixonado pelo resgate e o meu sonho é trabalhar nas operações aeromédicas do Graesp (Grupamento Aéreo de Segurança Pública). Estou me formando em enfermagem e vou perseguir esse objetivo. O que sei sobre resgate aprendi aqui, pois a universidade não nos ensina a operar nestas situações. Agora me dedico a passar esse conhecimento adiante com paixão, que, nesse ofício, é essencial”, conta.

Roberto destaca que a fazenda Piracuiã oferece cursos com diversas modalidades de resgate para qualquer pessoa que queira aprender. “Advogados, arquitetos e até um bailarino já participaram. Nós nunca sabemos quando vamos precisar desse tipo de conhecimento. É sempre bom estar preparado”, explica.

Serviço:
Qualquer pessoa pode participar dos cursos oferecidos na fazenda. Para isso, basta entrar em contato com o instrutor Roberto Lopes pelo número 9 8117 7620 para ter acesso a programação e detalhes de inscrição. Quando uma turma estiver completa, a organização anunciará o período de realização do curso.