Trotes atrapalham atendimento da Segurança Pública na pandemia
No primeiro trimestre os casos de trotes superam 20 mil ocorrências
Desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a Segurança Pública desempenha um trabalho fundamental na fiscalização e no cumprimento das medidas restritivas. O trabalho de recebimento de denúncias do Centro Integrado de Operações (Ciop), vinculado à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), é essencial para este trabalho de combate e que tem sido dificultado pelo alto índice de trotes recebidos.
“O serviço do Ciop é essencial para a população, porém temos que além de realizar o trabalho de segurança pública, enfrentar problemas como o de ligações falsas, os conhecidos trotes, que realizam para a central 190”, explica o diretor do Ciop, coronel PM Francisco Nóbrega.
A chamada falsa, além de crime, gera prejuízos sociais, como perda de tempo no serviço dos atendentes, de recursos disponíveis ao deslocar viaturas para um caso inexistente, além da perda social, pois deixa-se de atender um caso verídico. “E, em meio a essa pandemia que estamos enfrentando, o CIOp busca combater as chamadas falsas, que também atrapalham muito o atendimento real de casos de aglomerações, por exemplo”, ressalta o diretor.
Se for confirmada a intenção de comunicar denúncia falsa e forem identificados os autores - ou seus responsáveis legais, caso sejam menores de idade - é possível caracterizar o ocorrido como crime pelo Artigo 340 do Código Penal Brasileiro, que prevê de aplicação de multa e/ou até seis meses de prisão.
No primeiro trimestre de 2021, foram 61.780 ocorrências envolvendo aglomerações. O número reúne chamadas de perturbação do trabalho ou sossego alheio, desobediência ao decreto estadual e, ainda, perturbação da tranquilidade. No mês de abril, até o último domingo, 25, foram 17.043 ocorrências.
Em contrapartida, o número de trotes nesse primeiro quadrimestre chegou a 22.888. De janeiro a março, os índices apresentavam uma queda, entretanto, em abril o número alcançou a marca de 5.140 chamadas falsas. O Ciop constantemente solicita à população a conscientização para combater este tipo de crime.
“Aquela ação que o cidadão acredita se tratar apenas de uma brincadeira, pode sim trazer um prejuízo real, inclusive para a vida da população”, reforça o secretário adjunto de operações da Segup, Coronel Alexandre Mascarenhas.
Amigo do Ciop - Com o projeto ‘Amigo do CIOp’, que começou em 2019, o Centro visa promover uma aproximação da população junto à instituição, conscientizando e fidelizando pessoas junto à sua missão. O projeto, desenvolvido nas escolas, está pausado por conta da pandemia que dificultou o retorno às aulas presenciais.
Apesar desse entrave, os índices apresentavam redução e um excelente resultado de conscientização. Com a ação do projeto Amigo do CIOp, num período de um ano, houve uma redução no índice de trotes de 27,10% de chamadas falsas. Com a impossibilidade de dar continuidade ao projeto, o diretor do Centro faz um apelo.
“Em meio à pandemia, pedimos o bom senso e conscientização de todos, para que os pais e educadores nos ajudem a mostrar a importância do serviço de urgência e os malefícios de um trote ao sistema de segurança e a demais órgãos públicos para juntos termos resultados melhores e um atendimento cada vez melhor e mais ágil para cada cidadão que necessitar do serviço de urgência e emergência em segurança pública”, destaca coronel Nóbrega.
Texto: André Macedo (Ascom/Segup)