Sistema Educacional Interativo já tem 61 salas garantidas para 2018
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) está cumprindo o cronograma de implantação do Sistema Educacional Interativo (SEI), que vai ampliar a oferta do Ensino Médio no interior do Estado a partir de 2018. Já está garantida a implantação de 61 salas de aula, com vagas para seis mil alunos em dezessete municípios paraenses.
Uma equipe de professores - que vai ministrar aulas transmitidas ao vivo, via satélite, para salas localizadas em comunidades rurais - vem trabalhando na elaboração de conteúdos e planejamentos de aula, ao mesmo tempo em que se preparam as ações para efetivar a matrícula dos alunos. Uma representação desses professores visitou Manaus (AM), no início do mês, com o objetivo de conhecer o modelo de ensino que o Estado do Amazonas utiliza há mais de dez anos, e que inspirou o programa do governo paraense.
O SEI será uma modalidade regular do Ensino Médio cujas aulas serão ministradas em um Centro de Mídia, em Belém, e transmitidas ao vivo para alunos reunidos em salas conectadas via satélite, em localidades rurais onde não existe o Ensino Médio regular - em geral, comunidades de difícil acesso.
O SEI foi concebido no âmbito do Programa de Melhoria da Qualidade e Expansão da Cobertura da Educação Básica, da Seduc, que é a parte concreta do Pacto pela Educação – ação política do governo do Estado que conta com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Modelo consolidado no Amazonas
A missão que foi ao Amazonas conhecer o sistema pioneiro no Brasil - tido como uma referência de solução para levar o Ensino Médio a locais remotos daquele Estado - foi integrada pelos professores Patrícia Feitosa, Carlos Monteiro, Vanessa Tavares, Thomas Jefferson, Rosidéa Cantuária e André Freitas. Eles fazem parte da equipe pedagógica e de um grupo de 37 professores selecionados internamente para ministrar aulas no Centro de Mídia.
Eles conheceram toda a estrutura do sistema amazonense. Foram dois dias de atividades e contatos com o funcionamento do estúdio, rotina pedagógica, planejamento das aulas, produção de conteúdos digitais. O grupo acompanhou, inclusive, aulas ministradas ao vivo e visitou uma comunidade conectada ao sistema.
Agora, os educadores vão socializar o conhecimento adquirido no Amazonas com os demais profissionais da equipe, em Belém.
Três turnos de aula
As aulas do SEI serão diárias e serão ministradas em três turnos ao longo de 200 dias letivos. Pela manhã, o programa será voltado para o 1º ano do Ensino Médio; à tarde, para o segundo e à noite, para o 3º ano.
Os alunos terão disponíveis três professores: um na frente das câmeras, um professor em sala de aula, na comunidade, e um terceiro no canal on-line, interagindo com os alunos e o professor na sala de aula. Caberá a esse professor mediar o diálogo entre os alunos e o estúdio, respondendo as dúvidas dos alunos em tempo real.
Pontos já garantidos somam 61
A coordenadora do SEI confirma que já está garantida a instalação de 61 pontos/salas de recepção das aulas, localizados em 17 municípios. Essas salas de aula abrirão vagas para seis mil estudantes do Ensino Médio.
Novos convênios entre a Seduc e prefeituras municipais estão sendo fechados para ampliar esse número de salas de aula, cujas atividades iniciarão regularmente, conforme o calendário do ano letivo 2018.
“O aluno percebe o professor presente”
O modelo de ensino com intermediação tecnológica em operação no Amazonas é uma referência nacional de ensino com mediação tecnológica – uma alternativa para alargar a oferta de Ensino Médio no interior do País. Com esse sistema, a Secretaria de Educação do Amazonas já atendeu 300 mil alunos em três mil comunidades, ampliando a média geral do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). No Estado vizinho, a taxa de aprovação dos alunos desse sistema atingiu 87.67% em 2015. Esses dados serviram de paradigma para o sistema ora implantado pela Seduc. "Essa ida ao Amazonas serviu para observarmos como o aluno percebe as aulas mediadas pela tecnologia. Ele entende que o professor está presente e utiliza o recurso midiático para exemplificar conteúdos, o que facilita a aprendizagem", destacou o professor Carlos Monteiro, integrantes da missão ao Amazonas.
Chamou a atenção de Patrícia Feitosa o fato de que mesmo no estúdio, os professores conseguem interagir com os alunos. "Um aluno deu depoimento dizendo que era mesmo como se o professor estivesse na sala", conta ela. Para Thomas Jefferson, o processo de aulas é inovador, "possibilitando-se sair da rotina, da mesmice; passar do abstrato para o concreto, como se vê em Química, Física e Biologia, considerando-se que os recursos materializam modelos, exemplos, conteúdos”, diz o professor.
Outro depoimento de quem viu de perto o modelo é da professora Rosidéa Cantuária: "Eu observei o planejamento com rigor das atividades, o compromisso com o aluno e o uso da tecnologia para tornar a aula atraente. O foco é nas habilidades e há uma relação dos conteúdos com a realidade do aluno".
(Texto de Eduardo Rocha - Ascom/Seduc)