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DIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS

Seduc destaca iniciativas que fomentam o aprendizado de surdos

No Pará, cerca de 370 mil pessoas, o que corresponde a 4,8% da população paraense, é surda ou tem alguma deficiência auditiva

Por Lilian Guedes SEDUC (SEDUC)
23/04/2021 18h18

Nesta sexta-feira, 23 de abril, é comemorado o Dia Nacional de Educação de Surdos. A data foi instituída com o objetivo de promover reflexões, debates e evidenciar as conquistas inclusivas dos surdos no sistema educacional regular. Nos dias atuais, a população surda conta com leis federais que versam sobre a importância da Língua Brasileira de Sinais (Libras), sobre o processo de inclusão desses alunos na rede pública de ensino e, também, sobre a formação que regulamenta a profissão do Tradutor e Intérprete de Libras.

Segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2010, no Brasil, cerca de 9,7 milhões de pessoas são surdas ou possuem algum tipo de deficiência auditiva. No estado do Pará, de acordo com o levantamento, 369.073 mil pessoas, o que corresponde a 4,8% da população paraense, é surda ou tem deficiência auditiva.

Para fomentar a inclusão e dar celeridade ao processo de ensino-aprendizagem desse público-alvo, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) dispõe da Unidade de Ensino  Especializado - Professor Astério de Campos (UEES Astério de Campos), em Belém. Nesse espaço, são oferecidos os seguintes níveis de ensino: Ensino Fundamental (1º ao 5º ano); Educação de Jovens e Adultos (EJA) I e II Etapas; Atendimento Educacional Especializado (AEE) no contraturno da escola regular; o cursinho pré-vestibular inclusivo, além do Centro de Assistência ao Surdo (CAS) que funciona na Escola Estadual Albanízia de Oliveira. 

O diretor da UEES Astério de Campos, Arlindo Gomes, destaca que o espaço de aprendizagem possibilita ao aluno surdo ou com deficiência auditiva, entender o mundo que está ao seu redor, possibilita uma integração entre os colegas de classe, além de dar todo o suporte aos estudantes.

“O atendimento aos alunos surdos, na UEES, é desenvolvido com ênfase na escolaridade. Se usa como base o ensino, as ações didático-pedagógicas específicas, além da Libras como língua de instrução, para que o sujeito surdo seja  inserido nas diversas modalidades de atendimento e possa, ainda, ter acesso de forma dinâmica e contextualizada, aos diferentes tipos de conteúdos disciplinares”, pontua o diretor.   

A UEES Astério de Campos, ligada à Coordenação de Educação Especial (Coees), atende 442 alunos surdos, surdocegos e surdos com outras deficiências associadas. Para esse atendimento, a instituição conta com uma equipe técnica multidisciplinar, pedagogos, psicólogos, assistente social, fonoaudiólogo e odontólogo. 

O mestrando e ex-aluno da unidade, José Ribamar Cordeiro, de 24 anos, conta que a sua passagem na instituição o ajudou a galgar a sua caminhada na pesquisa científica. Para ele, a existência do UEES Astério de Campos, oportuniza a pessoas surdas ou com qualquer outra deficiência auditiva a avançarem nos espaços educacionais e até mesmo no mercado de trabalho.

“A Unidade Educacional Especializada - Astério de Campos foi muito importante em minha vida acadêmica. No local, pude estudar o Ensino Fundamental e Médio, aprendi a interpretar e me comunicar por meio da Libras, além do cursinho preparatório que me ajudou a ingressar no Ensino Superior [Universidade do Estado do Pará - UEPA]. Atualmente faço mestrado na Universidade Federal do Tocantins (UFT)”, conta o ex-aluno.

Nas unidades escolares de ensino regular, da rede pública estadual, os alunos surdos ou com deficiência auditiva são contemplados com salas de AEE. Nesses locais, os alunos podem contar com o acompanhamento educacional e a educação bilíngue, tanto em Língua Portuguesa, como a Libras.

Segundo o coordenador do Coees, Felipe Linhares, nos espaços de aprendizagem disponibilizados aos alunos surdos, são oferecidos conteúdos pedagógicos adequados para esse público-alvo. “Atualmente, na rede estadual, nós já dispomos de espaços organizados, com estrutura pedagógica adequada, além da presença de vários profissionais especializados, para que seja garantido não só a inclusão, como a permanência e as garantias do direito da educação dos surdos”, enfatiza o dirigente. 

Por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a UEES Astério de Campos vem desenvolvendo um atendimento por meio das plataformas digitais, como: Google Meet e Zoom. As orientações aos pais também ocorrem através do WhatsApp, entre outros instrumentos comunicacionais.

Texto: Vinícius Leal com colaboração de Lucas Rocha (Ascom/Seduc).