PM-PA tem papel decisivo no combate à pandemia
No Dia de Tiradentes, comemorado nesta quarta-feira (21), considerado o patrono das Polícias Militares no Brasil, é preciso reconhecer as ações feitas pela PM do Pará, especialmente no contexto do novo coronavírus. Em tempos normais, a data de hoje seria de entrega da Medalha do Mérito Tiradentes – destinada a condecorar personalidades civis e militares que tenham prestado relevantes serviços à corporação e policiais militares que tenham se destacado. Mas em razão da pandemia, pela primeira vez, essa cerimônia não será feita.
Segundo a PM-PA, em 2021, serão agraciados com a medalha 28 personalidades civis, cinco oficiais de Forças Armadas, quatro oficiais do Corpo de Bombeiros Militar do Pará e 431 oficiais e praças da Polícia Militar.
Simone Franceska Pinheiro das Chagas, 42 anos, natural de Abaetetuba, atualmente é comandante do 14°BPM/Barcarena e única mulher a comandar Batalhão na instituição. Nesta quarta, ela foi promovida a tenente-coronel. Simone conta que ingressou na PM em 2001, totalizando 20 anos de serviços dedicados à corporação. Ela também é bacharel em Direito, mestra em Educação e Doutoranda em Geografia na Universidade Federal do Pará (Ufpa). Atuou como ex-Comandante da Companhia Independente de Polícia Escolar (CIPOE), e há um ano e três meses está à frente do Batalhão Cabanos.
Simone acredita que a promoção é um reconhecimento pelo trabalho contínuo e destacado em operações, como a que resultou na apreensão de 2,6 toneladas de cocaína em Barcarena, em 20 de março de 2020, que levou inclusive a uma condecoração feita pelo governador Helder Barbalho a toda a equipe envolvida.
A tenente-coronel destaca algumas das ações que mais marcaram sua atuação, como a desobstrução da rodovia estadual PA-482, outras de conscientização à população sobre o Disque Denúncia e o trabalho de prevenção a roubo em coletivos.
“Me emociona muito quando dizem que eu inspiro as pessoas, especialmente meninas muito jovens. Esse é o meu combustível para seguir”, reconhece.
“O Comandante geral da Polícia Militar, Cel. Dilson Júnior, tem sido incansável em prestigiar mulheres em funções operacionais de comando na nossa instituição. Hoje, são várias, e com certeza nunca tivemos tantas, e ele me proporcionou comandar a Cipoe e há 1 ano e 3 meses me delegou um grande desafio de comandar a Polícia Militar no Batalhão Cabanos, que existe há 27 anos e nunca foi comandado por uma mulher. E durante esse tempo, foram intensificadas as ações de combate a drogas. São oportunidades para nós. Eu sou mãe, tenho um filho, o Elias, de um ano e dez meses, é trabalhoso, mas aceitei o desafio e pretendo continuar trilhando o caminho da operacionalidade. São desafios, são renúncias, principalmente para uma mulher, que exerce múltiplas funções, mas o nosso comandante tem tido esse olhar carinhoso para nós. Me pergunte se eu quero outra vida? Eu amo o que faço! E estou muito feliz por todos. Também tenho muita fé, agradeço a Deus, à confiança do Comandante e toda a tropa, são os meus irmãos de farda que me trouxeram a esse lugar. Estamos muito felizes eu e toda minha família”, relata Simone.
Carobaldo Calandrini de Azevedo Neto, 31 anos, belemense, antes no posto de cabo da Polícia Militar e hoje promovido a 3° Sargento do Regimento de Polícia Montada, realiza seu trabalho na companhia do cavalo da raça criolo, de cor castanha, Argento, nome que tirou do filme Gladiador.
“Esse momento representa colher frutos de todo esforço dos meus pais quanto mostra sobre a minha formação como cidadão e como profissional. Simboliza também um degrau a mais em maturidade e em responsabilidade. Sou muito grato a Deus por sempre guiar os meus passos na minha profissão e que se não fosse pela minha família, meus companheiros de serviço, meus irmãos de farda, nada seria possível, tampouco a promoção”, conta.
“Prestei concurso com 17 anos e fui aprovado. Ingressei com os 18 anos no Curso de Formação de Soldados (CFSD) de 2008, e em 2014 prestei concurso interno para a promoção de cabo no CFC (Curso de Formação de Cabos). E após 6 anos na graduação de Cabo, fui promovido a 3° sargento, continua.
Carobaldo conta que, em sua trajetória, o momento mais difícil enfrentado foi ao longo da pandemia, quando participou de operações de policiamento motorizado ou montado em Belém e Grande Belém.
“É um momento muito delicado que estamos vivendo, tivemos muitas baixas, mas participar das operações é ter certeza de que estou contribuindo de alguma forma, para que essa fase ruim passe logo. O medo maior não é perder a vida, mas ver partir as pessoas que amamos, companheiros, os nossos planos”, explica.
O Coronel Dilson Júnior, Comandante-Geral da Polícia Militar faz uma avaliação geral sobre o trabalho da PM articulado aos demais órgãos do sistema de segurança pública no momento de crise sanitária, especialmente.
“A Polícia Militar é o único órgão do Estado presente nos 144 municípios, então durante a pandemia a PM esteve presente nas principais ações preventivas: a gente destaca as orientações divulgadas pelo megafone das viaturas para que as pessoas ficassem nas suas casas e durante o período de lockdown. A orientação nas feiras para o uso de máscaras e distribuição de cestas básicas. Trabalhamos no bloqueio das divisas com os estados vizinhos em apoio aos órgãos que integram o sistema de defesa social e segurança pública e também em apoio aos órgãos municipais: vários municípios fizeram barreiras sanitárias e a PM sempre presente nessa colaboração e também na segurança externa dos Hospitais de Campanha, das Policlínicas, estivemos organizando, orientando as filas e garantindo a segurança para que os profissionais de saúde pudessem exercer seu trabalho com tranquilidade. Nas ações repressivas, a gente destaca a questão das fiscalizações em cumprimento dos decretos governamentais, com bandeiramento, de acordo com o aumento ou diminuição dos números de contaminação e de ocupação de leitos hospitalares. Então com os vários decretos emitidos, a PM esteve ali para fazer cumprir, evitando aglomerações, chegando a aplicar multas às pessoas que não pertencem a alguma atividade profissional que justifique a presença delas nas ruas", lista o comandante.
A PM lamenta a perda de vários companheiros, na ativa e veteranos, mas seguirá seu trabalho no sentido de salvar vidas. "Esperamos conscientizar todo mundo que o momento é de ficar em casa, se prevenir, lavar as mãos, usar máscaras. Em conjunto com todos os órgãos do sistema, esperamos que, com a vacinação, a gente possa debelar essa pandemia e que volte à vida normal", estimula.