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Sespa intensifica prevenção contra febre amarela na área do Utinga

Por Redação - Agência PA (SECOM)
25/02/2017 00h00

Equipes de vacinação e de borrifação já estão atuando nas áreas próximas ao Parque Utinga, em Belém. Ao todo, cerca de 50 pessoas estão envolvidas nessa fase, buscando imunizar trabalhadores e moradores de áreas próximas, além de borrifar residências para garantir a eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

A ação faz parte do planejamento preventivo na área, criando um chamado “cinturão de proteção”, devido a morte de um macaco, cujos exames indicam ter sido causada por febre amarela, segundo laudo do Instituto Evandro Chagas (IEC). Segundo o diretor do Departamento de Controle de Endemias da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Bernardo Cardoso, o trabalho é preventivo e necessário, mas não é motivo para alarmar a população. “Vale lembrar que ainda não temos nenhum caso de humano notificado com febre amarela neste ano. E para continuarmos com esse cenário, é preciso intensificar ações de prevenção como as que estamos tomando e que é feita sempre, especialmente quando temos casos em primatas não-humanos”, explicou.

Durante a semana, militares que atuam no Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), da Polícia Militar, e operários que trabalham na área do Parque do Utinga já foram imunizados. Uma dose é válida por dez anos e bastam duas doses ao longo da vida para que não se tenha qualquer risco de contaminação com a doença. “Como temos muitas comunidades no entorno do Parque, estamos intensificando a ação em regime de plantão, além de estarmos com estoque de vacina nos postos, que as pessoas podem procurar, sem preocupação”, afirmou Bernardo Cardoso.

No Pará, nos últimos dez anos, foram notificados oito casos de febre amarela. Somente no ano passado, 71.195 pessoas foram vacinadas no Pará contra a doença. Em 2015, foram imunizadas 80.230 pessoas. Este ano, até o momento, não há mortes a serem apuradas e tampouco pessoas internadas com sintomas da doença no Pará.

Vigilância intensificada - A Sespa informou em entrevista coletiva, concedida na tarde da última quarta-feira (22), que um Plano de Contingência na região Oeste do Pará também está em andamento após a confirmação da morte de um macaco por febre amarela em Rurópolis. No entanto, nenhum caso em humanos foi registrado.

A investigação foi iniciada por meio de uma ação conjunta entre a Diretoria de Vigilância em Saúde do Estado, o Centro Nacional de Primatas do Instituto Evandro Chagas e as Secretarias de Saúde dos municípios de Rurópolis e Itaituba, onde também há relatos de ocorrências similares.

O Plano de Contingência posto em prática pela Sespa para combater a doença conta com a intensificação da vacinação nas zonas rurais e áreas de mata; verificação de possíveis casos envolvendo outros animais; levantamento do histórico e bloqueio vacinal dos moradores de áreas próximas e a busca ativa de casos humanos suspeitos de febre amarela; intensificação da vigilância de casos humanos de sintomalogia compatível com febre amarela; sensibilização dos profissionais para a importância da notificação imediata de qualquer evento suspeito; montagem de plataforma na copa das árvores para captura do mosquito e realização de visitas nas residências, entre outras medidas. O mesmo trabalho já é rotina em todo o Estado.

Febre Amarela - A título de recomendação, a Sespa orienta o mesmo que o Ministério da Saúde (MS) vem estimulando em todos os Estados: a de que toda pessoa que reside ou vai viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata, que são áreas com recomendação da vacina contra febre amarela, deve se imunizar. Sendo assim, a vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e, no Pará, pode ser encontrada em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS), que é mantida pelas prefeituras. As doses podem ser aplicadas a partir dos nove meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas ou, a partir de seis meses de idade, em situações de surto da doença.

Por sua vez, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que apenas uma dose da vacina já é suficiente para a proteção por toda a vida. No entanto e devido ao atual cenário em Minas Gerais, o MS definiu a manutenção de duas doses da vacina no calendário oficial, sendo uma dose aos noves meses de idade com reforço aos quatro anos. Para pessoas de 2 a 59 anos, a recomendação é de duas doses.

As vacinas não são recomendadas para grávidas, crianças com menos de seis meses, alérgicos a ovos e pessoas que vivem em áreas sem registro do vírus. Nos casos de pessoas com mais de 60 anos e pacientes com imunodeficiência, a administração da vacina deve ser condicionada à avaliação médica.

Ainda segundo o Departamento de Informática do SUS (DataSUS), mediante nota técnica da Sespa, a cobertura vacinal contra febre amarela em menores de 1 ano no Pará em 2010 se manteve dentro do padrão recomendado pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), que é de 100%.  Contudo, nos anos seguintes, observou-se uma redução dos percentuais de alcance, chegando a 87% em 2016. 

Sintomas - Os efeitos da febre amarela sobre o corpo incluem febre, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Tão logo surgindo esses sintomas, a Sespa recomenda que a pessoa procure especialista médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas. 

A Sespa criou a Sala de Situação, instalada na travessa Padre Eutíquio, no setor de Vigilância em Saúde, para esclarecimentos de dúvidas da população e gerenciamento das ações de intensificação de combate ao mosquito da dengue. O contato é 4006-4857.