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Hospital em Bragança é referência de atendimento ao servidor

Por Redação - Agência PA (SECOM)
03/03/2017 00h00

A vida inteira morando em Salinópolis, no nordeste do Pará, o comerciante Sebastião Nascimento de Souza, 66, cumprimenta sorridente os funcionários, no caminho do portão de entrada do hospital até a sala de espera de hemodiálise. Três vezes por semana a rotina é a mesma, desde 2011: pega a condução para cedo estar em Bragança, também no nordeste paraense, onde pode fazer o tratamento que lhe dá melhor qualidade de vida frente à doença com a qual poderá conviver pelo resto da vida.

Há 17 anos, quando descobriu o problema e iniciou o tratamento, Sebastião tinha de correr até Belém para manter os cuidados. Quando o pai de três filhos começou a realmente necessitar da hemodiálise, há seis anos, o hospital particular Santo Antônio Maria Zaccaria, em Bragança, surgia como recém-criado centro de hemoterapia no nordeste do Pará, com dez máquinas instaladas na região em parceria com o governo do Estado. Hoje, esse núcleo de nefrologia da região do Salgado atende 56 pacientes no programa de hemodiálise.

Esse é um dos vários exemplos da importância das atividades do hospital para o nordeste do Pará. O maior estabelecimento privado da região é hoje a maior referência de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e também pelo plano de saúde do Instituto de Assistência dos Servidores do Pará (Iasep), com o qual já soma mais de três décadas de parceria. Instalado no bairro Padre Luiz, desde 1952, é a maior referência das redes de atendimento pública e privada em saúde da região, com estrutura para atenção de alta complexidade em diversas especialidades.

O estabelecimento oferece hoje, em 7,8 mil metros quadrados de área construída, diversos serviços dentro das redes de assistência pública à saúde, com destaque para atendimento pela Rede Cegonha e pela Rede de Atenção aos Renais Crônicos. Detém ainda certificação como Hospital Amigo da Criança, desde 2002. Ao todo, soma mais de 180 atendimentos mensais ligados apenas aos segurados do Iasep na região, entre atenção ambulatorial e também internações, que somam 40 atendimentos ao mês. Somente em emergência, são 150 cuidados mensais pelo Iasep.

Estrutura – O hospital soma 40 leitos disponíveis para conveniados do Estado (entre os 145 existentes), divididos entre atendimentos neonatal, pediátrico, para adultos e também na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), além de bloco cirúrgico com duas salas (que já está sendo ampliado para oferecer oito salas), com pré-operatório, pós-peratório e atenção semi-intensiva, com médicos em plantão cirúrgico 24 horas.

“Ser atendido em Bragança é muito melhor. Era muito cansativo ir a Belém. Depois que iniciei a hemodiálise seria ainda mais difícil. Sem isso aqui não sei como seria minha vida”, diz Sebastião para a assistente social Samara Farah, 41, que atua há onze anos no hospital.

Samara fez parte da equipe que ajudou a instalar o serviço de hemoterapia no hospital, na mesma época em que o comerciante aposentado passou a integrar o primeiro quadro de pacientes renais crônicos atendidos na região do Caeté. “Nossa filosofia é sempre priorizar a qualidade de atendimento, colocar em primeiro lugar a atenção às pessoas que precisam de todos esses serviços, e isso vem norteando a história da parceria do hospital com o Iasep nessas três décadas”, afirma o coordenador de faturamento de convênios, Aldecir de Oliveira Moreira.

Um pouco dessa filosofia está resumida na própria história da criação do hospital em Bragança, há 65 anos. Uma trajetória que levou o Santo Antônio Zaccaria a se tornar referência em atenção à maternidade na região do Salgado, com atenção em obstetrícia também em regime de plantão 24 horas. Quase todas as cirurgias de alto risco e partos da região são direcionadas ao hospital, que conta ainda com acompanhamento pediátrico em todos os partos.

Tudo isso dentro das diretrizes da Rede Cegonha, a rede de cuidados em saúde estabelecida pelo Ministério da Saúde para mulheres (direito a planejamento reprodutivo e atenção humanizada à gravidez, parto, abortamento e puerpério) e crianças (nascimento seguro e crescimento e desenvolvimento saudáveis).

Tudo começou com as atividades da congregação dos Barnabitas instalada na região. Diz a história que um dia Dom Eliseu Maria Corolli se deparou com a falta de assistência a uma jovem grávida, que não podia ter o filho de forma espontânea e acabou morrendo. A congregação então se empenhou em construir a primeira maternidade na região, que se chamou Maternidade Nossa Senhora Divina Providência, além de um hospital para a prelazia, que deu origem ao Santo Antônio.

Modelo – Hoje assentado reconhecido como entidade filantrópica beneficente de assistência social em saúde, o hospital tem novo foco: certificar-se como hospital de ensino junto ao Ministério da Saúde. O Santo Antônio acaba de concluir a primeira turma em residência médica, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), com formação prevista para este mês de março, após três anos de atividades. São 12 formados em pediatria e atenção multiprofissional nas áreas de saúde da mulher e das crianças.

Além disso, o estabelecimento também quer chegar ao ano de 2025 reconhecido entre bons modelos de gestão em atendimento. O Santo Antônio soma hoje 445 funcionários celetistas, incluindo três médicos e demais colaboradores, de enfermeiros a pessoal de apoio e atendimento, além de outros 30 médicos ligados ao hospital em regime de prestação de serviços.

“No geral, prestamos hoje cerca de 20 mil atendimentos por mês. Para cuidar desse universo, desde 2008 contamos também com um sistema eletrônico de prontuários digitalizados que permitem acesso a exames digitalizados a qualquer momento em qualquer ponto do hospital”, reitera o administrador hospitalar Luciano Lopes.

Em dezembro de 2016, o Santo Antônio Zaccaria concluiu a reforma da fachada. Este ano conclui a nova passarela, com reforma de piso e instalação de guarda-corpos, para dar mais segurança à circulação de pacientes na entrada. Também em dezembro passado, o hospital implantou o sistema de segurança contra incêndios, com sinalização interna, equipamentos, extintores e rede contra chamas instalada em todo o hospital. Outra mudança recente é a troca de pisos das UTIs, para maior comodidade, conforto e segurança a pacientes.