Seduc reconhece aprovação de alunos do Mundiar no vestibular
Um grupo de 128 estudantes do Projeto Mundiar, iniciativa voltada para a correção da distorção idade-ano nas escolas públicas estaduais, se reuniu na última sexta-feira (10) com a secretária de Estado de Educação, Ana Claudia Hage. Eles foram parabenizados pela aprovação no vestibular de instituições públicas e privadas de ensino superior neste ano. O projeto Mundiar é desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em parceria com a Fundação Roberto Marinho.
O encontro fez parte de programação da Seduc para marcar a conquista dos alunos de escolas públicas estaduais que deram a volta por cima, ou seja, tinham abandonado os estudos, voltaram a estudar graças ao projeto e acabam de ingressar no ensino superior. Professores também participaram do momento. Na segunda-feira (13), será aberta a inscrição para novos alunos do Mundiar. Serão ofertadas 17 mil vagas. A relação de escolas para matrícula será divulgada no site da Seduc. O projeto atende 11,3 mil alunos no Estado, nos ensinos fundamental e médio.
O Projeto Mundiar possibilita que estudantes a partir de 13 anos de idade, em defasagem em relação a séries escolares, concluam os anos finais do ensino fundamental em 24 meses de aulas específicas. Alunos a partir dos 17 anos do ensino médio, na mesma situação de distorção idade-ano escolar, podem concluir essa etapa educacional em 18 meses.
Conquistas – “A Secretaria de Educação fica muito feliz em contribuir com a formação de vocês, por meio de um projeto que foi muito criticado, mas que dá frutos, como é a aprovação em vestibulares. Vocês agora começam uma nova etapa, porque a gente nunca deixa de estudar. A determinação é fundamental no processo dessa aprendizagem que não cessa”, ressaltou a secretária Ana Claudia aos estudantes.
Os estudantes receberam certificados de reconhecimento e assistiram à palestra sobre vida escolar no ensino superior, proferida pelo professor Djair Santos. O coordenador estadual do Mundiar, Marcos Lopes, enalteceu o esforço de estudantes e professores pelos resultados positivos alcançados pelo projeto em prol das comunidades escolares no Estado.
“Estava na dependência de uma disciplina no primeiro ano do ensino médio. Fiquei sabendo do Mundiar e fiz os três anos no projeto em um ano e meio. Valeu muito a pena, aprendi muito. Na segunda-feira, vou começar o curso superior”, disse Emilay Souza, 21 anos, caloura do curso de Pedagogia da Unip. Ela participou do projeto na Escola Estadual Zacarias de Assunção, no bairro do Guamá.
Luan Vítor Botelho Oliveira, 24 anos, foi aprovado em Licenciatura em Língua Portuguesa na Universidade Federal do Pará (UFPA). Mora do bairro 40 Horas, em Ananindeua, região metropolitana de Belém, ele estudou na Escola Estadual Pitágoras. “Fiquei dois anos sem estudar, por causa de trabalho. O Mundiar tem uma metodologia de ensino que faz a diferença, porque ela motiva o aluno, e isso foi muito importante para a aprovação no vestibular”, declarou.
A professora de Geografia Alice Barros atua no Mundiar desde 2014. Ela afirmou que a persistência é a marca da conquista dos estudantes. O projeto adota a metodologia telessala, reunindo conteúdos em vídeos, mediados pelo professor unidocente, além de outras ações e recursos específicos.
“Os alunos chegam desestimulados, mas a gente acaba fazendo um trabalho quase maternal com eles, aproveitando o contato próximo em um turno do dia e não apenas em cerca de uma hora por disciplina no ensino regular. Depois, com metodologia e atividades, a gente observa o brilho nos olhos deles com vontade de aprender. É a perseverança tanto para o aluno quanto para o professor”, concluiu.