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ATENÇÃO INTEGRAL

Sespa fortalece Política de Saúde da Mulher em todo o Estado

Por Redação - Agência PA (SECOM)
15/03/2017 00h00

No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) dispensa atenção especial às ações destinadas ao público feminino. A meta permanente da Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher é que todas as unidades e estabelecimentos de saúde geridos pelo Estado assegurem um atendimento de qualidade a esse público, atuando tanto na prevenção quanto no combate aos problemas que mais afetam as mulheres, aprimorando cada vez mais os serviços prestados.

A Sespa trabalha a Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher em cinco eixos: Rede Cegonha (que trabalha o planejamento sexual e reprodutivo das mulheres junto de seus parceiros), pré-natal, risco habitual e alto risco; climatério (atenção à mulher pós-menopausa); violência; combate e controle do câncer de colo de útero e mama; e atenção às populações tradicionais e minorias.

Gabriela Góes, coordenadora estadual de Saúde da Mulher, explica que a Sespa analisou oito regiões prioritárias do estado para atuar de forma específica e, assim, otimizar os resultados de acordo com os aspectos predominantes da cultura local. “Todo atendimento inicia na atenção primária para depois passar para a média e alta complexidade. A Sespa irá até os municípios, fará uma análise técnica junto do gestor, qualificará os profissionais e disponibilizará serviços para detecção precoce dos casos diagnosticados nestas regiões, já que os costumes não raro estão relacionados à incidência de determinadas doenças e diferem de região para região. Somente 3% dos casos iriam para média e alta complexidade se houvesse uma atuação mais efetiva na atenção básica”, argumenta.

Perfil e recomendações

De acordo com a Sespa, 25% das gestantes no Pará estão são jovens na faixa entre 14 e 19 anos, e a maior taxa de mortalidade está entre as gestantes de 14 a 24 anos. Segundo Góes, os estudos feitos pela secretaria indicam que a as mulheres estão engravidando muito jovens, e os casos de óbito decorrem principalmente da falta de cuidados no pré-natal, sendo que as principais causas desses óbitos são as síndromes hipertensivas em decorrência da gravidez, seguidas das hemorragias e infecções variadas.

“As mulheres, principalmente as grávidas, precisam estar atentas a sua rotina e controlar o que comem e bebem. Fazer o preventivo anualmente a partir do início da vida sexual também é fundamental, assim como o autoexame das mamas. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), em 2015, 42% dos casos de câncer de mama foram primeiramente percebidos a partir do autoexame. Fazer uma bateria de exames pelo menos uma vez ao ano pode salvar uma vida”, destaca a coordenadora.

Os hábitos de saúde também são destacados por Gabriela Góes. “Não fumar, não beber ou pelo menos reduzir o consumo de bebida alcoólica diminui consideravelmente as chances de se desenvolver um câncer. Estudos apontam que 80% dos cânceres estão ligados ao tabagismo, principalmente os de colo de útero e mama, com maior incidência entre as mulheres no Brasil e no mundo. Adotar hábitos saudáveis como praticar exercícios físicos, alimentação balanceada com ingestão abundante de água e não se expor aos raios solares sem proteção faz a diferença”, recomenda.

Diagnóstico e superação

“Não acreditei no resultado do diagnóstico quando o vi, afinal de contas, nós costumamos pensar que algo assim nunca vai nos atingir. Foi o autoexame de mama que me alertou e isso fez toda a diferença, porque procurei atendimento imediatamente. Fui ao posto de saúde do meu bairro e de lá fui encaminhada para tratamento especializado do Hospital Ophir Loyola. O estágio do meu caso era inicial e percebê-lo naquele momento foi fundamental para o sucesso do tratamento”, lembra a professora Angela Tavares, diagnostica com câncer de mama em 2000 e de osso em 2004.

Desde então a paciente recebe tratamento para ambos o casos no HOL, referência na região Norte em tratamento oncológico. Ângela adotou a prática do autoexame de mama depois de ver uma campanha publicitária na TV à época. “Ele é bem simples. Basta a mulher tocar os seios com as pontas dos dedos, como se estivesse fazendo uma massagem. Se perceber algo diferente, feito um nódulo, deve procurar atendimento o mais rápido possível”, ensina.

A paciente está inserida em uma estatística que cresce a cada ano no Brasil entre as mulheres. O câncer de mama responde por quase 28% dos casos novos levantados a cada 12 meses. A doença também acomete homens, embora essas ocorrências sejam mais raras, representando apenas 1% do total. Acima desta idade a incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. A estimativa de novos casos no País é de 57.960 em 2017.

Para impedir que a doença se espalhasse para outras partes do corpo, Ângela precisou se submeter a uma mastectomia, que consiste na retirada total dos seios. “O tratamento é longo e exige preparo psicológico. Perdi meu marido, vítima de um câncer de garganta e, apesar disso ter me abalado muito não desisti do tratamento. Quem tem câncer precisa ter disciplina, paciência e fé”, conta.

Atualmente, Ângela não leciona e se dedica a produzir artesanatos que são vendidos sob encomenda. A rotina envolve o uso de remédios controlados, alimentação regrada e atenção incondicional à família. Questionada sobre o que planeja para o futuro, ela responde com toda convicção: quero lutar!