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Sespa mantém ações de combate à tuberculose em tempos de pandemia

Por Roberta Vilanova (SESPA)
30/03/2021 17h18

Na Semana Nacional de Mobilização e Luta Contra a Tuberculose, que começou no dia 24 de março e se estende até esta quarta-feira (31), a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) apresenta o contexto da doença no Pará e as orientações para a população evitar o contágio neste momento de pandemia de Covid-19.

O alerta é necessário porque a tuberculose é uma doença respiratória e os sinais e sintomas iniciais podem ser confundidos com Covid-19, principalmente em razão da tosse e febre.

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada por uma micobactéria que atinge principalmente os pulmões, mas pode afetar outros órgãos como pleura, ossos, sistema nervoso, linfonodos, intestinos e o sistema genitourinário.

Apesar de o único meio de transmissão da doença ser por vias aéreas, a bactéria pode entrar na corrente sanguínea e infectar outros órgãos, mesmo sem se manifestar. O sistema imunológico de cada paciente pode responder de forma diferente à contaminação.

A tuberculose extrapulmonar, por exemplo, atinge com mais frequência pessoas com imunidade baixa, como recém-nascidos, pacientes com infecções sexualmente transmissível (IST) e pessoas com imunodeficiência.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a tuberculose é a principal causa de morte por um único agente infeccioso em todo o mundo, além de ser a principal causa de morte também entre as pessoas que vivem com HIV/AIDS. A coinfecção HIV/Tuberculose preocupa as autoridades sanitárias, por isso, também é importante que se faça o teste de HIV em todos os casos positivos de tuberculose. Em 2019, a tuberculose matou um milhão e 200 mil pessoas e outras dez milhões adquiriram a doença em todo o mundo.

Prevenção e Tratamento – Uma medida preventiva é vacinar todas as crianças com a vacina BCG ao nascer, que protege contra formas graves de tuberculose.

Segundo o coordenador estadual de Controle da Tuberculose, Cleison Martins, a pessoa com tosse por mais de três semanas é um caso suspeito de tuberculose. Então, é recomendado que busque o serviço de saúde mais próximo da sua casa.

O tratamento é gratuito e realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que também fornece os medicamentos específicos, cuja distribuição encontra-se regular.

Cleison Martins acredita, no entanto, que a pandemia de Covid-19 pode ter prejudicado o atendimento na Rede Básica de Saúde e isso, sem dúvida, pode ter levado a uma subnotificação de casos de tuberculose assim como de outras doenças endêmicas. “A redução do diagnóstico da tuberculose, como possível consequência do coronavírus, não representa uma queda no número de pessoas infectadas. É importante que os serviços de saúde mantenham a busca dos sintomáticos, criem estratégias para os casos em abandono e para a realização do Tratamento Diretamente Observado”, comentou.

Assim, ele ressalta a importância de os profissionais ficarem atentos no atendimento de pacientes suspeitos de Covid-19, para evitar o aumento do número de casos e óbitos. “Além disso, precisamos incentivar a população a manter as medidas preventivas como o uso de máscaras, que contribui também para evitar a tuberculose já que é uma doença transmitida por vias aéreas, higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel, pois a população está exposta a ambas as doenças”.

Dados estaduais - Em 2019, no Pará, foram notificados 4.869 casos de tuberculose, e em 2020, apesar da pandemia, foram notificados 4.271, representando uma redução de 12,28%. “O Pará apresentou nos últimos cinco anos uma média de quatro mil casos”, informou Cleison Martins.

Mais de 90% dos casos novos de tuberculose pulmonar são acompanhados na Atenção Básica, resultando na cura de 70% dos pacientes. Para Cleison, esse é um resultado positivo para a Sespa e governo do Estado. “Pois significa que a gente faz um bom trabalho junto à Atenção Básica”, comemora o coordenador.

Ações da Sespa - A Coordenação Estadual de Controle da Tuberculose continua assessorando os Centros Regionais de Saúde (CRSs) e as Secretarias Municipais de Saúde. Como houve mudança nas gestões municipais, estão sendo feitas novas pactuações com as Coordenações Municipais. “Nós também atualizamos o nosso Plano Estadual de Controle da Tuberculose e incentivamos os municípios a criarem os seus Planos Municipais, tudo em parceria com o Comitê Estadual de Tuberculose e com o Conselho Estadual de Saúde”, detalhou.

A Coordenação estadual também vem realizando treinamentos virtuais com profissionais de saúde dos CRSs e Secretarias Municipais de Saúde, dando prioridade ao monitoramento dos sistemas de informação, acompanhamento e assessoramento aos CRSs e municípios.

No dia 24 de março, Dia Mundial da Tuberculose, inclusive, foi realizada uma Reunião Virtual, abordando os seguintes assuntos: “Tuberculose Droga Resistente”, “Ações de Enfrentamento da Tuberculose na Região de Saúde Xingu” e “Ações de Enfrentamento da Tuberculose nas Regiões de Saúde Tapajós e Baixo Amazonas”. O evento teve apoio do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), Centros Regionais de Saúde e Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB).