Estado promove debate sobre mudanças climáticas e uso da água no Pará
Pesquisadores de várias instituições locais, regionais e nacionais participam do evento on-line organizado pela Semas
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) iniciou nesta quarta-feira (24) o I Seminário Integrado das Águas e do Clima, realizado de forma virtual até a próxima sexta-feira (26). O evento é promovido pela Semas, por meio da Secretaria de Gestão dos Recursos Hídricos e Clima (SAGRH ) e do Núcleo de Governança das Águas e do Clima (Nugac), com apoio da Rede ODS Brasil. O objetivo é celebrar duas datas importantes para a defesa ambiental: o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas - 16 de Março, e o Dia Mundial da Água – 22 de Março, a partir da abordagem de diversos temas relacionados ao uso dos recursos hídricos do Estado e às estratégias do governo estadual para reduzir os impactos das mudanças climáticas.
O titular da Semas, Mauro O’de Almeida, abriu o seminário destacando a relevância dos temas abordadosNa abertura, o titular da Semas, Mauro O’de Almeida, ressaltou a relevância do debate sobre os temas abordados no seminário, devido ao impacto que causam no meio ambiente. “A gente tem muito sobre o que conversar a respeito destes dois temas, águas e mudanças climáticas. Infelizmente, as mudanças climáticas chegaram para ficar. Por isso, nós precisamos ter conscientização e fazer uma mitigação dos seus impactos em nossa vida. A água, um dos bens mais preciosos da nossa vida, continua sendo um bem mal gerido e maltratado por nós, inclusive. O evento tem uma pauta muito rica; espero que haja muitos debates. Muita coisa está acontecendo na Secretaria. Espero que a gente possa deixar muita coisa de legado, pois estes temas possuem uma importância cada vez maior na nossa vida”, afirmou.
O secretário adjunto Raul Protázio Romão apresentou a atual situação das mudanças climáticas e dos recursos hídricos no Estado. “Em relação às mudanças climáticas, a gente tem todos os indicadores científicos de que os anos mais quentes de nossa história são os últimos 20 anos. Isto vem desde a Revolução Industrial e o início do uso de combustíveis fósseis. O Brasil é o sétimo maior emissor de gás estufa do mundo, e o Pará é, infelizmente, o maior emissor do País. E 80% de nossas emissões vêm do desmatamento e 16% vêm da atividade pecuária. O problema não é a pecuária em si, mas a forma ineficiente de produção da pecuária. A gente lançou em 2020 o Plano Estadual Amazônia Agora, que é uma estratégia em prol da redução da emissão de gás de efeito estufa, de combate ao desmatamento e de ações contra a produção ineficiente”, informou.
A programação do primeiro dia de seminário, realizada das 8h20 ao meio-dia, contou com palestras de Larissa Alves da Silva Rosa, coordenadora-geral de Revitalização de Bacias Hidrográficas do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR); Gesmar Rosa dos Santos, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e Valdinei Mendes da Silva, professor do Instituto Federal do Pará (IFPA), que abordaram o tema “Água e Saneamento Básico do Estado do Pará”.
Bacias hidrográficas - A segunda parte do tema será apresentada nesta quinta-feira (25), pela professora do IFPA, Cezarina Maria Nobre de Sousa. Em seguida, o tema “Comitê de Bacia Hidrográfica: processo de criação e atuação” será abordado por Osmam Fernandes da Silva e Tânia Dias, coordenadores de Instâncias Colegiadas do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh), da Agência Nacional de Águas (ANA), autarquia pública federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. No dia 26 (sexta-feira), o evento transmitirá três webinários.
O “Comitê de Bacias Hidrográficas: experiências amazônicas” terá como moderador Ronaldo Mendes, professor do Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará (UFPA), com participação de Edivaldo Raiol, presidente interino do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Marapanim (nordeste do Pará); de Jair Costa Oliveira Filho, presidente do Comitê da Bacia do Tocantins (TO); Solange Batista Damasceno, vice-presidente do Comitê do Amazonas (AM), e Lucimarco Rodrigues, presidente do Comitê de Rondônia (RO).
Água e garimpo - “Qualidade da Água do Amazonas” (balneabilidade e análise da água em atividades de implantação de garimpo) será o tema abordado por Lourdes Souza Santos, professora da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), e por Simone de Fátima, professora da UFPA.
O seminário será encerrado pelo webinar “Bioeconomia no Contexto Amazônico”, que terá como palestrantes Bruno César Prodoscimi Nunes, coordenador-geral de Bioeconomia do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC); Ana Margarida Castro Euler, pesquisadora da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) do Amapá, e Larissa Steiner Chermont, professora da Faculdade de Economia da UFPA.
Devido às medidas preventivas necessárias na pandemia de Covid-19, a programação é transmitida on-line pelo canal do Nugac, no Youtube, pelo link https://www.youtube.com/channel/UC9VeHCmIE8S3RW6n1jZYIPw. A inscrição é feita no link https://forms.gle/LHiNWBzG8PYqTjVdA.