Nova espécie da família do Guaraná da Amazônia é registrada na APA de Belém
A espécie é Paullinia obovata e não há registro dela na Amazônia Oriental
Uma nova espécie da família Sapindaceae, do mesmo gênero do Guaraná da Amazônia (Paullinia obovata), foi registrada na APA de Belém pelo pesquisador do Museu Goeldi e coordenador do Projeto Flora do Utinga, Leandro Ferreira.
A espécie é Paullinia obovata e foi identificada por Pedro Acevedo (Smithtonian Institute - Estados Unidos), o maior especialista da família Sapindaceae. Não há registro dela na Amazônia Oriental, sendo encontrada no Brasil somente nos estados mais a oeste, como Rondônia e Acre. O registro é mais uma descoberta que reforça a importância das Unidades de Conservação da região metropolitana de Belém para a preservação da flora.
A presidente do Ideflor-Bio, Karla Bengtson, afirma que é uma satisfação enorme, através de um projeto como esse, identificar uma espécie de grande importância para o Estado. "Essa descoberta ressalta o farto potencial científico que existe dentro das nossas Unidades de Conservação, além de produzir um acervo de conhecimento que nos ajudam a subsidiar decisões, implementar ações e executar projetos, auxiliando na gestão da área de desenvolvimento florestal do Pará”, afirmou.
É consenso entre os pesquisadores que a Amazônia ainda está longe de conhecer toda a sua diversidade biológica. "Neste sentido, essa descoberta chama a atenção para a riqueza da flora ainda pouco conhecida nas referidas Unidades de Conservação. A descoberta desse patrimônio genético reforça a importância da criação de novas áreas protegidas pelo Ideflor-Bio e nas prioridades políticas de conservação", diz o biólogo do Ideflor-Bio, Waldemar Jr.
O projeto Flora do Parque do Utinga, desenvolvido desde 2018, é um dos grandes exemplos da geração de conhecimento científico dentro das Unidades de Conservação. Os pesquisadores atuam nas quatro Unidades de Conservação da Região Metropolitana de Belém: Parque Estadual do Utinga, Áreas de Proteção Ambiental de Belém e da Ilha do Combu, e no Refúgio da Vida Silvestre Metrópole da Amazônia.
As Unidades de Conservação, que funcionam como laboratórios de pesquisa, onde são mapeados recursos naturais, fauna, flora e inventários botânicos, são de responsabilidade do Ideflor-Bio, que faz a gestão e o monitoramento das 26 Unidades do Pará.
O Projeto já registrou mais de 670 espécies de plantas e fungos em diversas formas de vida nos diferentes tipos de vegetações dessas Unidades de Conservação.
De acordo com o Waldemar Jr., a parceria com o Ideflor-Bio para o projeto é fundamental, especialmente, na área dos recursos humanos. “Esse projeto ajuda a formar alunos que desenvolvem seus projetos de pesquisa e extensão aqui. Já estamos transformando o Parque em um centro de pesquisa, informação e disseminação da flora de Belém e da Amazônia”, explica.