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Clássico Remo x Paysandu termina empatado em 1 a 1

Por Redação - Agência PA (SECOM)
26/03/2017 00h00

O clássico Re x Pa de número de 739 terminou empatado em 1 a 1. O Paysandu saiu na frente com gol de Bergson e conseguiu manter a vitória até os últimos minutos do segundo tempo, quando Eduardo Ramos marcou em favor dos azulinos. O clássico Remo e Paysandu foi realizado na tarde deste domingo, 26, no Estádio Olímpico do Pará – Mangueirão. Um público de 23.011 pessoas assistiu a partida, que teve todos os ingredientes da eterna rivalidade entre azulinos e bicolores. O Remo segue invicto na competição, com melhor ataque, com 17 gols no campeonato paraense Banpará 2017.

Devido à chuva, o começo do clássico foi adiado para as 16h30. O começo do jogo foi truncado, com muitas faltas cometidas pelos dois lados. O volante Ricardo Capanema, que já havia levado um cartão amarelo, foi expulso ainda no primeiro tempo, após cometer uma falta puxando a camisa do atacante Eduardo Ramos.

Com um jogador a menos, o Paysandu se manteve à frente até o final do primeiro tempo. O Remo fez algumas alterações com as saídas de Tsunami e Flamel para as entradas de Val Barreto e Felipe. O Remo seguiu forte no ataque, até que nos acréscimos do segundo tempo, conseguiu empatar. A torcida azulina fez muita festa.

O árbitro foi Dewson Fernando Freitas da Silva (Fifa). O Remo foi escalado com André Luiz, Léo Rosa, Igor João, Henrique, Jaquinha, Tsunami (Val Barreto), Elizeu, Flamel (Felipe), Eduardo Ramos, Edgar e Jayme. Técnico Josué Teixeira. O Paysandu jogou com Emerson, Ayrton, Lombardi, Gilvan, Wiliam Simões, Ricardo Capanema, Wesley, Diogo Oliveira (Rodrigo Andrade), Leandro Carvalho, Alfredo e Bergson. Técnico Marcelo Chamusca.

Clássico da Amazônia repercute no mundo inteiro

O clássico Remo e Paysandu repercute no mundo inteiro por meio das dezenas de rádios e emissoras de televisão que acompanham a partida. Os mais antigos profissionais ainda sentem “um certo” frio na barriga na hora de retratar o que veem em campo, mas asseguram que o jogo revitaliza qualquer sentimento e dá mais fôlego para seguirem em frente. Entre os mais novos, o sentimento é o mesmo, porém, com respeito e vontade de aprender.

O clássico deste domingo, 26, foi acompanhado por centenas de profissionais da imprensa divididos por emissoras de rádio, televisão, portais e jornais. A Fundação de Telecomunicações do Pará (Funtelpa) detém a responsabilidade de transmissão de jogo.

O Estádio Olímpico do Pará – Mangueirão recebe uma média de 200 profissionais de imprensa por jogo. No clássico Re x Pa, a demanda aumenta com a entrada de novas emissoras oriundas do interior do Pará, como as rádios Pérola FM, de Bragança; Mania FM, de Augusto Corrêa; Constelação, de Igarapé-Miri, e Educadora, também de Bragança. Essas emissoras se juntam às tradicionais de Belém, como Rádio Clube do Pará, Marajoara, Liberal AM e a caçula Metropolitana FM.

Ainda constam na lista de emissoras, as rádios da Região Metropolitana de Belém como Astral, de Santa Isabel do Pará, e Umari FM, de Marituba. O alcance de transmissão é incalculável, considerando que para cada uma dessas emissoras existem outras tantas que entram em cadeia para reproduzir a transmissão da partida.

Com a progressão das mídias sociais, o clássico Remo e Paysandu também cresce na mesma densidade, uma vez que todos os veículos citados detêm canais de interatividade com seus ouvintes por meio de twiter, whatsapp ou ligações telefônicas. O jogo ainda é retratado por fotógrafos e acompanhado por repórteres da mídia impressa.

Bastidores

Antes de o jogo começar é hora de rever os amigos e conversar sobre o futebol. Entre os comentaristas mais experientes está Ivo Amaral, 59 anos de rádio. Ivo participou da primeira transmissão pela TV Marajoara, canal 2, em 30 de setembro de 1961. “O RexPa é tradição. Mexe com a cidade, com a torcida. É um espetáculo que merece nosso carinho e atenção. Eu tento ser o mais imparcial possível em nome da confiança de meus ouvintes”, disse.

Já o comentarista João Cunha, da Rádio Clube, diz que é imparcial, mas a torcida do Paysandu acha que ele é Remo, e a do Remo desconfia que ele é Payandu. “E assim é. Eu acho que torço pelos dois clubes”, disse Cunha, que está há 23 anos como comentarista. “Bom, acho que pra fazer um trabalho tem que estudar. Eu sou radialista, mas tenho curso de arbitragem e de técnico de futebol e também sou ex-jogador de futebol profissional”, enumera, sem esconder o orgulho de ter recebido uma carta do Vaticano (Roma) de um ouvinte paraense. “É gratificante”, resume.

João Cunha dividiu a bancada da Rádio Clube neste clássico com Ronaldo Porto, 47 anos de história de RexPa. Ronaldo é mais cético, diz que vem fazer o jogo com neutralidade e que não torce por nenhum dos clubes, porém, sente muito orgulho do seu trabalho e que a correspondência mais distante que já recebeu foi da Austrália. “O ouvinte mandou a carta com cinco dólares dentro pra eu responder. Isso foi muito bom”, conta.

Outro nome muito atuante na imprensa esportiva e que acompanha o RexPa desde 1973, Edson Matoso confessa que ainda fica ansioso, nervoso e contagiado pelo calor das torcidas. “O RexPa é espetáculo, não podemos fugir disso e da responsabilidade de fazer o melhor trabalho em respeito ao nosso público”, disse. Matoso também conta que sofreu um problema nos olhos e que sua cirurgia de correção esteve associada ao Mangueirão. “Meu médico conseguiu fazer com que eu enxergasse na dimensão de 25 metros, então, agora eu enxergo os jogadores em todas as zonas do campo”, conta. O programa de Edson Matoso tem audiência nos Estados Unidos, Japão e Portugal. “Eu trabalhei na primeira transmissão ao vivo pela televisão, jogo Remo e Operário, em 1979”, lembrou.

O locutor Mário Jorge, da rádio Diário FM, de Macapá, diz que o futebol de sua cidade não vai bem das pernas e que o clássico Remo e Paysandu é transmitido à legião de torcedores azulinos e bicolores que moram naquele Estado vizinho do Pará. “Como nós vamos ter Santos, de Amapá, e Remo, pela Copa Verde, na próxima quinta, 30, então a gente vai ficando por aqui”, disse. Assim como Mário Jorge, outros locutores como Milton Menezes, Jorge Costa, Danilo Augusto, Anderson Morais e Reinaldo Pena também levaram as emoções para outras dimensões, além do Mangueirão.  

Cultura

A TV Cultura tem um papel especial na transmissão do RexPa. A emissora é detentora dos direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Paraense Banpará 2017. As imagens geradas em Belém alcançam 115 cidades do interior do Estado. Segundo Cleiton Cezar, um jornalista paulista que está no Pará há 16 anos, a cada rodada do campeonato de 25 a 30 profissionais trabalham para garantir a geração e transmissão dos jogos.

No RexPa, a equipe ganha reforço dos comentaristas Pio Neto e Alan Bordalo. A participação dos internautas é pelo twiter. O famoso “aquecimento” da partida é feito pelo programa “Meio de Campo”. “Para manter o sucesso do programa, os jornalistas se reúnem desde o início do ano para organizar os esquemas de transmissão das partidas. “Temos muito trabalho, porém, é gratificante”, disse Cleiton Cezar.

O clássico RexPa também é oportunidade para os ambulantes ganharem uma renda extra. Com público de 23.011 (registrado nas catracas eletrônicas), a movimentação é intensa desde cedo. São dezenas de ambulantes que trabalham no estádio, como João Alves de Souza, que há 14 anos trabalha no Mangueirão vendendo biscoitos. “A renda extra ajuda a comprar a comida da família em casa”, disse. Outro vendedor ambulante que fatura um extra no RexPa é Jorge Dantas. “O RexPa é um espetáculo, e a gente tem que aproveitar pra levar um dinheiro melhor pra casa”, disse.

Mais de 500 homens da Segurança Pública trabalharam no clássico Remo e Paysandu deste domingo, 26. O esquema envolveu trânsito, acesso de torcedores e fiscalização de ambulantes e a presença de crianças e adolescentes.

* Texto de Selma Amaral - Ascom Estádio Olímpico