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Uepa investe em educação inclusiva e amplia presença no interior

Por Redação - Agência PA (SECOM)
29/12/2017 00h00

No ano em que a educação de surdos foi tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e gerou debate sobre a inclusão em diversos âmbitos, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) se antecipou às discussões e saiu na frente ao lançar, em parceria com o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), do Rio de Janeiro, a nova graduação: Pedagogia Licenciatura na Perspectiva Bilíngue – Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Língua Portuguesa.

O curso de Educação a Distância (EAD), na modalidade semipresencial, é o primeiro no Brasil, e conectará 12 polos em todo o país, por meio de uma plataforma digital. A Uepa é a única na esfera estadual a ser polo presencial da graduação. Para abrigar o curso, a instituição precisou adaptar o espaço conhecido como Sala Revoluti, com recursos de acessibilidade. A estrutura, inaugurada em fevereiro, permite a flexibilidade das mesas e cadeiras acopladas aos computadores, que podem ser organizadas em grupos conforme a metodologia da aula.

A duração do curso será de quatro anos e meio, com a oferta de 30 vagas para formar professores, gestores educacionais e pessoas com surdez aptas a atuar na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental. Eles estarão preparados a ensinar a primeira língua dos surdos e a língua portuguesa a crianças e adolescentes com deficiência auditiva.

De acordo com a coordenadora do polo em Belém, Maria Joaquina Nogueira, o curso vem “contribuir para a formação de sistemas educacionais bilíngues, para crianças surdas chegarem às escolas e serem atendidas por pedagogos capacitados, conforme as necessidades deles”.

Para Márcia Simone da Silva, assessora do curso de Letras Libras, a nova graduação vai dar o suporte que ela não teve quando foi transferida do curso de Pedagogia Bilíngue, de outra instituição, para a Licenciatura em Pedagogia da Uepa. Ela sentiu a diferença de ter uma graduação em outro estado que atendesse sua condição física (surdez), e depois em outra com disciplinas mistas. Márcia da Silva acredita que o curso será um instrumento de transformação para os futuros alunos. “É importante que o surdo tenha a sua identidade e a sua cultura valorizada, tendo contato com outros surdos e também outros ouvintes”, reiterou.

Novas graduações - As outras duas novas graduações da Uepa são Bacharelado em Relações Internacionais e Tecnologia em Comércio Exterior. O processo seletivo disponibilizou 88 vagas, sendo 44 para o curso de bacharelado e 44 para Tecnologia em Comércio Exterior. Do total de vagas, 54% foram destinados aos servidores públicos efetivos do Estado, e 46% para a sociedade em geral. A criação das graduações resulta da parceria entre a Escola de Governança Pública do Estado do Pará (EGPA), voltada à qualificação e a valorização do servidor, e Uepa.

Ainda em 2017, a Uepa lançou o processo seletivo para novas turmas na modalidade a distância na área da Educação. Foram ofertadas 800 vagas para seis cursos de graduação, criados de acordo com a demanda das cidades escolhidas para receber os polos. Foram contemplados 13 municípios, em sete regiões de integração do Estado - Xingu, Carajás, Rio Capim, Tocantins, Lago de Tucuruí, Marajó e Araguaia.

Parceria - Os cursos de graduação na modalidade a distância ofertados em municípios do Pará são fruto de um convênio estabelecido com a Universidade Aberta do Brasil/Capes, do Ministério da Educação. Há nove anos, a Uepa mantém polos de educação a distância em diversos municípios. Os cursos ofertados em cada um deles são definidos em conjunto com a comunidade local, por meio de pesquisas de demanda e esforços com as demais Instituições de Ensino Superior que atuam no local, para que não haja desperdício na oferta.

Para os coordenadores de polo, a oferta de cursos a distância é fundamental para o desenvolvimento das regiões de integração do Pará. “O custo de estudar em outro município é muito alto. Mesmo havendo um campus em município próximo, não são todos que têm a oportunidade de cursar. O ensino a distância iguala as possibilidades destes estudantes e, por tabela, forma mão de obra qualificada para o desenvolvimento da cidade”, frisou o professor Manoel Cabral, coordenador do polo de Igarapé-Miri (no nordeste paraense).

Políticas de Inclusão - O crescimento da Uepa na oferta de novos cursos está ligado também ao aumento do número de vagas na graduação, seja regular, semi-presencial ou a distância. Em 2017, foram ofertadas 4.420 novas vagas para cursos cujo ingresso se deu pelo Processo Seletivo (Prosel) ou pela modalidade UAB (Universidade Aberta do Brasil).

O avanço nas vagas é paralelo ao crescimento da oferta das cotas sociais no vestibular. Hoje, 50% das vagas do Prosel são destinadas a estudantes de escolas públicas, que em 2017 representaram 60% dos novos alunos. A Uepa também aumentou o número de isenções concedidas, chegando a eximir totalmente do pagamento da taxa de inscrição todos os estudantes oriundos de escola pública. Em 2014, o percentual de isentos em relação ao de inscritos foi de 8,94%. Em 2017, evoluiu para 81,51%.

A Universidade também destaca a consolidação do Enem, pois aumentou ainda mais o alcance de uma vaga no ensino superior, principalmente para estudantes de municípios sem campus e vestibular da instituição. Em 2017, novos estudantes de aproximadamente 80 municípios ingressaram na Uepa. Para os candidatos que concluíram o ensino médio, ou equivalente, em escolas localizadas no Pará, a Uepa atribui ainda um bônus de 10% sobre a média aritmética das notas obtidas no Enem.

Pioneirismo - Neste ano, a pós-graduação na Uepa avançou com a criação do Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental (Cipe) no município de Marabá, no sudeste paraense. O programa é o primeiro da Uepa no interior do Estado, e se destina a atender à crescente demanda do município. Com isso, os alunos poderão evitar o longo deslocamento até Belém. Ao fazer isso, “a Uepa busca interiorizar cada vez mais a oferta de programas de pós-graduação”, informou o coordenador do Mestrado, Marcus Vinícius Brito.

Ainda no processo de interiorização da pós-graduação, a educação indígena foi fortalecida.  Em 2017, a instituição ofertou vagas para a primeira turma da especialização Docência em Educação Escolar Indígena. As aulas iniciaram em março, com 70 alunos matriculados, divididos em três turmas, sendo duas em Marabá e uma em São Miguel do Guamá.

Destaca-se ainda a oferta do primeiro curso gratuito de MBA em Administração com ênfase em Gestão de Saúde, por meio de parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e a Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar. O curso é destinado à capacitação de profissionais que ocupam cargos de liderança e planejamento em entidades de saúde pública e hospitalares vinculadas à Sespa.

O ano de 2017 também foi marcado pela oferta de especializações gratuitas e fora da capital, a exemplo da pós-graduação em Estudos Linguísticos e Análise Literária em São Miguel do Guamá, além da tradicional oferta dos cursos de Residência Médica e Multiprofissional.

Internacionalização – A Uepa também investiu na internacionalização e no fortalecimento das relações institucionais com a China, por meio do Instituto Confúcio, que oferece o aprendizado de mandarim e de outros aspectos da cultura chinesa. Em pouco mais de um ano de funcionamento do Instituto, a Universidade registra 215 alunos em 12 turmas.

Também merece destaque o primeiro grupo de estudantes a participar das atividades do Summer Camp, programa de intercâmbio na China. Treze alunos vivenciaram experiências culturais, entre os dias 13 e 27 de novembro, com aulas de mandarim na Shandong Normal University. Eles conheceram a Muralha e a Cidade Proibida, em Pequim, e Qufu, terra natal do filósofo Confúcio.

Ana Carolina Nascimento estuda Relações Internacionais e acredita que a vivência será importante para sua formação. “Tivemos receptividade de todos os envolvidos no programa, professores, organizadores, universitários voluntários chineses, que foram excepcionais nos acompanhando nas atividades e visitas. No período que estávamos lá foi meu aniversário, e eles organizaram uma festa surpresa. Fizeram o possível para que a nossa estadia fosse mais do que especial”, contou Ana Nascimento.

Durante a permanência dos alunos na China também foram desenvolvidas atividades práticas para o aperfeiçoamento do aprendizado do idioma. Oficinas de caligrafia, nó chinês e corte de papel estimularam os alunos a estabelecer diálogos com artistas. 

"Em um ano de funcionamento nós fomos um dos cinco Institutos premiados, entre os 600 que existem no mundo, pelo desempenho, envolvimento com a comunidade e interesse da sociedade em fazer o curso de mandarim. Nós celebramos isso com a ida de 13 alunos para fazer as provas de proficiência e passar 15 dias na Universidade de Shandong. Isso é uma conquista boa, porque entre 600 Institutos espalhados pelo mundo em apenas um ano conseguimos isso, sendo o único da Região Norte. Isso é uma distinção", afirmou o reitor Rubens Cardoso, que participou da reunião anual dos diretores dos Institutos Confúcio, na China, neste mês de dezembro. Foi ofertada ainda uma turma específica para servidores e professores da Uepa.

Investimentos - Além de estar presente em todas as macrorregiões, com 20 campi espalhados por todo o Pará, a Uepa prossegue avançando na oferta de cursos, vagas e estrutura. Em dezembro, o reitor assinou a escritura pública do terreno do novo Campus XXI da Uepa, em Parauapebas, na região sudeste.

O início das obras está previsto para fevereiro de 2018, com captação de R$ 23 milhões em recursos da mineradora Vale. O projeto é totalmente administrado pela prefeitura do município, com supervisão da Uepa e da empresa fomentadora. A estrutura para cursos de graduação e pós-graduação terá capacidade para 3 mil estudantes. Uma inovação do projeto é o subsídio, por meio de lei municipal, que prevê cota de arrecadação de impostos a ser revertida para a manutenção do campus.

Em Marabá foi concluída a obra do novo do bloco de saúde do campus, um investimento superior a R$ 7 milhões, incluindo aquisição de equipamentos. O prédio será inaugurado em 2018. Para a coordenadora do Campus VIII, Danielle Monteiro da Costa, a obra é um sonho que se torna realidade para toda a comunidade acadêmica. “Com o novo bloco vamos praticamente duplicar nosso espaço físico, que vai beneficiar aproximadamente 250 alunos, de oito turmas dos cursos de medicina, biomedicina e engenharia florestal”, disse a coordenadora.

O prédio de três pavimentos foi construído em um terreno de 1.600 m², e possui 12 salas de aulas gerais e mais seis para tutoria, além de espaço para as coordenações dos cursos de graduação, professores, reunião e informática; laboratórios, piscina e outras dependências. O local também dispõe de elevador e estrutura adaptada para pessoas com deficiência.

Segundo a coordenadora, com o novo espaço será possível não só aumentar o número de vagas no curso de medicina, mas criar um cenário favorável para a ampliação da oferta de outras graduações. “O espaço foi projetado inclusive para ofertar cursos como fisioterapia e enfermagem. Estamos também com o concurso para docente em andamento. A gente tem grandes expectativas de que em breve a Uepa em Marabá vai ofertar novos cursos na área da Saúde”, pontuou.

Mais cursos e equipamentos - Em Altamira, as obras do novo bloco de laboratórios do campus foram concluídas, ampliando em 800 m2 a área construída. São oito ambientes totalmente equipados e climatizados, para atender os cursos já existentes - Educação Física e Engenharia Ambiental - e os cursos a serem instalados - Enfermagem e Tecnologia de Alimentos. Os recursos, de quase R$ 2,3 milhões, foram captados do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu, que também repassaram um micro-ônibus para o campus, além da plataforma de acessibilidade e do sistema de climatização de todos os espaços. Os equipamentos e o veículo já foram entregues. Para o coordenador do campus, Jorge Oliveira, as conquistas ampliam a ação da Uepa na região.

Em Belém, a recuperação do parque aquático do Campus III é outra meta para 2018. Neste mês foi iniciada a primeira fase da reforma da piscina olímpica. Previsto para ser concluído em 29 de janeiro de 2018, o serviço inclui a remoção do revestimento danificado – fase já quase concluída -, a recuperação estrutural da piscina, com reparo das estruturas de dilatação e fissuras, troca da tubulação e restauro da casa de máquinas.

Após a conclusão dessa fase, orçada em pouco mais de R$ 160 mil, uma nova licitação definirá a empresa que atuará nas demais fases do projeto de recuperação do parque aquático, que inclui ainda uma piscina de saltos e outra menor.

"O grande destaque de 2017 foi a implantação definitiva de nossos três novos cursos. Essa foi mais uma conquista na ampliação da oferta de vagas para áreas estratégicas demandadas pelo Estado. A ampliação do Bloco 4 de Marabá está consolidada, faltando apenas inaugurar. Nós também firmamos o compromisso em 2017 de instalar o Centro Especializado em Reabilitação III (CER III), e estamos nas tratativas finais, com o projeto aprovado, além de termos concluído as instalações do CER II", finalizou o reitor Rubens Cardoso.