Profissionais de saúde debatem ações contra a malária
Técnicos da Coordenação Estadual do Programa de Controle da Malária, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), participaram nesta sexta-feira (31) da "9º Reunião de Avaliação do Programa de Controle da Malária no Pará", realizada no hotel Beira Rio, em Belém. Durante o evento foram avaliadas as ações executadas pelos municípios que abrangem os 13 Centros Regionais de Saúde vinculados à Sespa e revistas propostas para as dinâmicas de prevenção e de terapêutica da doença, cujos casos no Brasil tem maior ocorrência no Pará.
O encontro reuniu secretários municipais de Saúde, diretores de Centros Regionais e coordenadores de endemias das regiões norte, norte-leste, extremo norte, nordeste, sudeste e sul do Pará, além de técnicos da Coordenação Nacional do Programa de Controle da Malária, do Ministério da Saúde.
Foram pontuados também os indicadores das oficinas anteriormente realizadas, para avaliar condutas técnicas ainda passíveis de ajustes, com o intuito de melhorar as ações para o decorrer de 2017. No Pará, de janeiro a dezembro do ano passado, foram registrados 14.780 casos de malária, sendo que em 2015, neste mesmo período, o número foi de 11.435 casos confirmados.
Os números apresentados fizeram com que o coordenador estadual do Programa de Controle da Malária, Cláudio Cardoso, cobrasse mais empenho dos participantes da reunião quanto ao compromisso já firmado com as gestões municipais, que consiste em adotar medidas de prevenção, diagnóstico e capacitação de profissionais, com o aporte de Sespa quando necessário.
Para Cláudio, além de medicar, é fundamental conscientizar a população sobre a importância de todas as ações preventivas, como a instalação de telas em portas e janelas e o uso de mosquiteiros, sobretudo para quem vive em áreas rurais e de matas. “É de suma importância que os agentes de saúde orientem a população sobre isso e, na ocorrência de sintomas, para o imediato tratamento da doença até 48 horas após o contágio”, comentou, ao informar que este ano, até o momento o Pará já registrou 4.211 casos da doença.
Apesar do ligeiro aumento do número de casos entre 2015 e 2016, o Pará está muito longe da marca registrada ao fim de 2011, quando a doença atingiu o índice preocupante de 182.956 casos. A sequência de redução de confirmações (142.976 casos em 2012; outros 30.704 em 2013 e 13.720 em 2014) ajudou o Brasil a melhorar as estatísticas e a ser reconhecido pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) por meio da premiação Malaria Champions of the Americas 2015. A placa de homenagem foi entregue ao governo do Estado em abril de 2016.
Entre os países das Américas, o Brasil ficou em primeiro lugar em função de ações desenvolvidas pelo Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária. A maioria dos casos da doença tem registro nos estados da região amazônica, que mesmo sendo considerada uma área endêmica, conseguiu reduzir os índices. Outro indicador positivo conquistado pelo estado foi a redução de mortes pela doença, visto que desde o final de 2013 não houve mais óbitos por malária no Pará.
Todo esse trabalho é resultado de um esforço contínuo empreendido a partir das ações da Sespa, que tem atuado com apoio de barcos grandes e voadeiras para o transporte de microscopistas até os municípios onde a incidência da malária é maior, além da distribuição de mosquiteiros à população para prevenção da doença, principalmente nas áreas de difícil acesso.
Também foram implantadas Unidades de Diagnóstico e Tratamento (UDT) em todo o território paraense. São 860 no total. Além disso, as equipes de campo estão equipadas com motos, carros e utilizando microscópios que ajudam a detectar a doença juntamente com as secretarias de Saúde dos 144 municípios.
Um dos participantes da reunião de avaliação, o médico e assessor especial da Sespa, Helio Franco, disse acreditar que a redução da malária tem relação direta com a integração entre profissionais e que as reuniões de avaliação sobre as ações são boas estratégias para traçar novas prioridades e encontrar soluções mais ágeis para o tratamento da patologia, que atendam à melhoria da qualidade de vida dos pacientes acometidos pela doença.