Pará dá exemplo ao país com a criação do Centro Integrado de Monitoramento Ambiental
O Governo do Pará inaugurou, na manhã desta sexta-feira, 31, o Centro Integrado de Monitoramento Ambiental Gabriel Guerreiro (Cimam), que tem como objetivo a coleta de dados e produção de conhecimento sobre os fatores que geram impacto no meio ambiente. O governador Simão Jatene, acompanhado do Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho e de outras autoridades, participou do evento, após encontro no Palácio do Governo onde foi apresentada a plataforma de funcionamento do Cimam.
“Hoje o que está se buscando é utilizar a tecnologia e o conhecimento para o desenvolvimento da Amazônia”, destacou o governador Simão Jatene que disse acreditar que a superação dos desafios amazônicos precisa passar pelo que considera uma tripla revolução: “A revolução pelo conhecimento, pela produção e pelas novas formas de gestão e governança”, reiterou Jatene ao falar do esforço governamental nessa direção.
“É o que nós estamos tentando fazer, mesmo com as limitações que a federação brasileira nos impõe e com as limitações que a crise fiscal nos determina. Essa é uma mudança de lógica e de ótica da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), que criou o projeto e o mais importante, o Cimam não é isolado, ele faz parte de um projeto mais largo e mais audacioso que é o Pará Sustentável”, contou o governador ao parabenizar os profissionais envolvidos na criação do Centro. “Foi certamente fruto do esforço coletivo”, complementou.
Após ouvir o detalhamento do funcionamento do Cimam o Ministro de Meio Ambiente, Sarney Filho, disse que a explicação soava como música aos seus ouvidos e que o Centro Integrado de Monitoramento Ambiental do Pará congrega tudo o que se tem discutido em nível Federal a respeito do combate ao desmatamento na Amazônia.
“Quando nosso avião se aproximava daqui, comentei com a minha equipe que eles estavam chegando em um Estado que está ajustado. Com essa iniciativa do Centro de Monitoramento da Amazônia, o Pará sai na frente dos demais e dá exemplo. Parabéns ao time por essa iniciativa”, afirmou o ministro Sarney Filho que solicitou que a Semas apresente o Cimam ao Ministério do Meio Ambiente.
“É muito oportuno apresentar isso ao nosso pessoal porque nós estamos discutindo justamente a segurança da informação no processo de decisão. Quanto mais segurança nós tivermos, mais a gente pode desburocratizar, sem flexibilizar, o licenciamento das atividades”, disse o titular da pasta do ministério do Meio Ambiente.
Função - O Cimam utiliza, de forma inédita, um sistema automatizado de monitoramento e controle do desmatamento, fazendo uso de imagens de satélite com precisão de até três metros de distância da área monitorada, o que possibilita ações tanto de combate, como de prevenção, segundo informou o secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Luiz Fernandes Rocha. “Se trata de um monitoramento eficiente porque você não trabalha na correção como é feito normalmente. Com o Cimam nós temos imagens de qualidade a cada 48 horas, adquiridas pelo Governo Estadual, o que nos dá possibilidade de paralisar um desflorestamento, por exemplo, antes que ele aumente”, explicou Fernandes ao lembrar que no sistema anterior as imagens, por exemplo, eram fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial e chegavam com 120 dias.
Todas as imagens coletadas pela ferramenta estarão disponíveis para outros órgãos através de uma plataforma web. Outra novidade será a utilização de diversos recursos tecnológicos, onde são apresentadas ferramentas de geoprocessamento e sistemas de informações geográficas voltadas para o processamento de imagens, informações geoespaciais e a construção da interface de integração com as diversas bases de dados da Semas e de organismos estaduais.
No Centro será possível fazer ainda uma análise detalhada e integrada dos dados fornecidos através do aplicativo Governo Digital – disponível para plataforma Android e iOS, no qual a população em geral pode fazer denúncias relacionadas a crimes ambientais. A Semas conta com o reforço de informações através do uso de novas tecnologias, como os Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants), que cobrem grandes áreas e complementam o trabalho de profissionais em campo.
Os dados coletados pelo Centro vão subsidiar medidas de planejamento, controle, recuperação, preservação dos recursos naturais e auxiliar na definição de políticas ambientais. Com esta iniciativa será possível gerenciar bases de dados atualmente em uso na Semas e promover integração com serviços de diversos órgãos estaduais, federais e municipais que atuam na questão ambiental. Esse intercâmbio será feito através do cruzamento de informações entre banco de dados e mapas, geração de relatórios e atualização de dados via web que servirão como subsídio para detectar ilícitos, emitir alertas e acionar imediatamente a fiscalização in loco, aperfeiçoando os mecanismos de monitoramento ambiental no Estado.
A tecnologia deverá auxiliar para que os técnicos possam desenvolver ações como o monitoramento de empreendimentos e atividades potencialmente poluidoras do meio ambiente, gerando alertas e relatórios para subsidiar as ações de fiscalização ambiental. Além de trabalharem com um moderno sistema para o monitoramento e previsão meteorológica, hidrometeorológica e de eventos extremos relacionados ao tempo e clima no Estado do Pará. O principal destaque é a metodologia desenvolvida com olhar estratégico sobre o monitoramento ambiental da Amazônia.
A Semas também trabalha na criação de uma Rede de Monitoramento Ambiental, que consiste na instalação de polos de integração ambiental em diversas regiões do Estado, compostos por comunidades locais e entidades com atuação na área do meio ambiente, além do desenvolvimento de palestras de sensibilização ambiental em todo o Pará.
O objetivo é incentivar o envolvimento ativo da comunidade e promover a sintonia entre população e órgão ambiental no trabalho de monitoramento e fiscalização ambiental. Com a implantação dessa nova proposta e a partir da produção de conhecimento, integrado com outros sistemas e bases de dados e participação da sociedade, o Estado espera ter conhecimento real e preciso dos ilícitos ambientais para fortalecer o trabalho de prevenção ambiental, incentivando o desenvolvimento sustentável da região e a integração entre meio ambiente e sociedade.
* Com informações da Ascom Sema