Operação Netuno II encerra com grandes apreensões e devolve paz para moradores do Baixo Tocantins
Monitorada pelas agências de inteligência policial e por estatísticas de criminalidade, a região do Baixo Tocantins foi alvo da Operação Netuno II, coordenada pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup). A operação encerrou na sexta-feira (29) com resultado positivo, gerando mais paz e tranquilidade aos moradores ribeirinhos e de toda a região do Baixo Tocantins, especialmente os municípios de Igarapé Miri e Abaetetuba. Um efetivo de 40 agentes foi empregado na ação, que durou uma semana, distribuídos em seis embarcações, inclusive, uma blindada, uma aeronave e um cão farejador.
De acordo com o secretário de segurança pública e defesa social do Pará, Ualame Machado, o êxito da operação é resultado da integração das forças de segurança com a utilização de todos os meios, terrestre, fluvial e aéreo.
“A operação Netuno II é o resultado da Integração das forças e combate ao crime organizado. A Operação I se deu no arquipélago do Marajó, ainda no ano de 2020. A operação Netuno II apresentou resultados expressivos na região do baixo Tocantins, Igarapé Miri e Abaetetuba em especial, com prisões e apreensão de armamento de grosso calibre, por exemplo. A região foi escolhida justamente porque apresenta um grande número de roubos na PA-151, tanto pela via terrestre quanto na via fluvial, pois os criminosos migram quando fazem crime na rodovia para o rio e quando praticam um crime no rio migram para rodovia. A ideia da gente poder utilizar todos os meios rodoviários, fluviais e também aéreo com o Graesp para poder desarticular organizações criminosas. O resultado foi muito satisfatório”, afirmou.
Produtividade – Nesses sete dias, foram aprendidos 600 metros cúbicos de madeira ilegal, equivale a 35 caminhões de madeira. O material apreendido foi entregue a Secretaria de Meio Ambiente de Igarapé-Miri como fiel depositária. Além disso, mais de 100 munições, duas pistolas e uma arma caseira também foram apreendidos.
Um mandado de prisão preventiva foi cumprido na operação. No local, foram encontradas oito munições de calibre 12 intactas, pólvora , chumbo e vários cartuchos deflagrados. Foram encontrados ainda vários objetos roubados, como caixas de som, uma Tv LCD de 50 polegadas e um casco de rabeta de alumínio medindo seis metros, que estava sendo utilizada na prática de assaltos na região. Outros objetos frutos de roubos também foram recuperados.
Duas pessoas foram presas por tráfico e associação ao tráfico de drogas. Somente na residência onde a dupla foi presa foram encontradas três porções grandes de maconha prensada, sete pedras grandes de oxi, 83 porções de maconha tipo “limãozinho”, cocaína, 340 petecas de cocaína, três celulares e o valor de R$ 2.079,00 em dinheiro. Os presos já estão à disposição da justiça.
Durante as diligências e averiguações de informações recebidas por meio de denúncias anônimas, as equipes foram surpreendidas com tiros de arma de fogo e, após injusta agressão, intervenções foram efetuadas e acusados evoluíram a óbito. Eles tinham passagens pela polícia pelos crimes de tráfico de drogas e roubo. Em apenas uma das abordagens, após o confronto, foram encontradas uma arma de fogo caseira e uma escopeta de cano serrado. Foram apreendidos ainda dois motores de 15 e de 7 HP, uma rabeta e uma lancha tipo rabudo com motor de centro, que eram usadas para fazer assaltos nas cidades de Igarapé-Miri e Abaetetuba.
Integração - Mais de 40 agentes, entre policiais civis e militares, e servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), participaram da Operação Netuno II. O trabalho integrado incluiu também as unidades especializadas, como o Batalhão de Ações com Cães (Bac), Grupamento Aéreo e Fluvial de Segurança Pública, Companhia Independente de Polícia Fluvial (CIPFlu), Delegacia de Polícia Fluvial (DPFlu) e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Ainda segundo o secretário, a operação deve ser deflagrada em outras regiões. “Já havíamos feito no Marajó, agora fizemos no baixo Tocantins. Possivelmente faremos ações integradas neste modelo também no Oeste do Pará, em especial na região do Baixo Amazonas, de Juruti e Óbidos para que poossamos demonstrar a presença do Estado e também combater o crime em todo Pará, monitorando e retornando nessas áreas que já foram alvos de operação”, concluiu.
Operação Netuno
A primeira edição da Operação Netuno aconteceu no período de 2 a 10 de setembro de 2020. O objetivo foi enfrentar os crimes em áreas fluviais nos municípios de Curralinho, Breves e Gurupá, no Arquipélago do Marajó. Um efetivo de 100 servidores percorreu por mais de 190 horas os rios da região.
Durante os oito dias de trabalho, houve apreensão de 250 metros cúbicos de areia sem qualquer documentação que comprovasse a extração do material. Os agentes apreenderam, também, 2.374 metros cúbicos de madeira em tora e 62 metros cúbicos de madeira serrada. As espécies são Virola, utilizada na confecção de cabo de vassouras, e Cuaruba, transformada em tábua, caibro e pernamanca.
Base de Antônio Lemos
A assinatura da Ordem de Serviço que possibilitará a construção da primeira base integrada flutuante da segurança pública "Antônio Lemos" foi assinada na última segunda-feira (25). A base ficará na margem direita do rio Tajapuru, no distrito de Antônio Lemos, município de Breves, controlando grande parte do fluxo oriundo dos estados do Pará, Amapá e Amazonas. A obra iniciará nos próximos dias e a conclusão tem previsão de oito meses.
Com investimento de R$ 5,5 milhões de recursos estaduais, a obra possibilitará a ampliação da fiscalização pelos órgãos públicos na malha fluvial do Pará, especialmente em uma área considerada estratégica para a segurança pública, por estar localizada em um corredor histórico de transporte de drogas, contrabando, pirataria e crimes ambientais. Além das forças de segurança, o espaço reunirá, ainda, setores de fiscalização da Fazenda, Meio Ambiente, Receita e Justiça Federal, que poderão atuar de forma integrada.