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CULTURA E PATRIMÔNIO

Ioepa edita cartilhas sobre saberes tradicionais para uso em escolas públicas e indígenas 

Obras da série Sabores e Patrimônios Culturais da Amazônia dão início a trabalho educativo

Por Ailson Braga (IOE)
27/01/2021 14h55

Edição contemplou três publicações que resgatam a tradição e a cultura de povos indígenas e quilombolas como a ″Nossas raízes″ O resgate das tradições e da cultura das populações indígenas e quilombolas da região de Bragança, nordeste do Pará, é o principal foco da série Sabores e Patrimônios Culturais da Amazônia, pelo Grupo de Pesquisas Interculturais Pará-Maranhão (Geipam), da Faculdade de História, do campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) do município de Bragança. 

A Imprensa Oficial do Estado do Pará, por meio da Editora Pública Dalcídio Jurandir, fez a entrega na quarta-feira (27) de três cartilhas da série à professora Vanderlúcia da Silva Ponte. Ela explicou que as publicações dão início a um trabalho educativo voltado a professores dos municípios e aldeias indígenas atendidas pelo Geipam e pelos pesquisadores da UFPA. 

A entrega foi feita pelo presidente da Ioepa, Jorge Panzera, e pelo coordenador da editora, Moisés Alves. O presidente da Ioepa destacou o aspecto de interiorização das ações da Imprensa Oficial, que consolida a filosofia de trabalho da atual gestão do governo do Estado.

À direita, o presidente da Ioepa, Jorge Panzera, acompanhado de sua equipe e da professora da UFPA, Vanderlúcia Ponte "A entrega dessas obras nos deixa orgulhosos por reforçar o nosso apoio à produção acadêmica e científica, tornando-as mais acessível ao público em geral. Além disso, a divulgação do trabalho e da cultura dos povos tradicionais também faz parte de nossa política pública de atuação, seja da Ioepa, seja do Governo do Estado”, observou o titular da Imprensa Oficial, Jorge Panzera.

Moisés Alves, da editora da Ioepa, comentou sobre o orgulho em editar a publicação do Geipam. “Sentimo-nos honrados em fazer essa parceria com a Faculdade de História – campus de Bragança, publicando esse trabalho, que tem uma grande importância para a sociedade paraense, resgatando a história dos costumes, saberes e práticas de populações originárias e tradicionais. Quando falamos de indígenas e quilombolas, para nós da Editora da Ioepa, olhamos com um foco de prioridade esse resgate do patrimônio cultural paraense e da Amazônia”, opinou Moisés Alves. 

Foram publicadas 1.000 cartilhas, com os títulos: "Karuwar é espírito" - os saberes Tenetehar-Tembé , "Nessa comunidade que se chama Itamoari" - saberes e práticas e  "Nossas raízes" - ervas medicinais e territorialidade Tembé.

A professora Vanderlúcia da Silva Ponte contou que as cartilhas foram surgindo a partir de demandas, angústias e lugares de falas do conjunto de aldeias do município bragantino (Sede, Ytuaçu, Piuno’á e Ypuidõ), do quilombo Itamoari e da associação Agitasy.  

“Tudo começou com os velhos índios que se sentiram desprezados com a chegada dos remédios, médicos e enfermeiros. Eles sentiam que seu conhecimento ancestral ia se perder. A cartilha ‘Nossas raízes’ faz esse apanhado de conhecimento de erveiras e pajés sobre esse assunto. As outras duas obras também seguem o mesmo princípio de preservar saberes e tradições”, informou Valderlúcia.

A professora reforçou a importância da preservação cultural e o impacto na educação que as obras vão causar, já que o material será usado nas escolas públicas e indígenas da região bragantina. “Ainda haverá outras cartilhas, sobre outros aspectos da vida, costumes, arte e cultura dos povos tradicionais que o Geipam convive e trabalha”, anunciou Vanderlúcia da Silva Ponte.