Caroço de açaí pode virar fonte de energia
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) assinou Protocolo de Intenções com a Maísa Agroindústria e com a Associação dos Vendedores Artesanais de Açaí de Belém e Região Metropolitana (Avabel), com o propósito de estabelecer parceria para o reaproveitamento do caroço de açaí. Convertido em biomassa vegetal, o material tem potencial para aproveitamento pelas demais indústrias e para geração de energia sustentável. A assinatura do protocolo foi nessa terça-feira (04), na sede da Sedeme.
Estima-se que somente na Região Metropolitana de Belém existam cerca de dez mil pontos de venda de açaí, que produzem uma média diária de 200 quilos de resíduos (caroços) cada, com um volume total diário em torno de 1,6 a 2 toneladas, podendo chegar a 550 mil toneladas ao ano. De acordo com a Lei Federal dos Resíduos Sólidos, os caroços de açaí são excedentes de atividade comercial e sua coleta e destinação são de responsabilidade de seu gerador – no caso os batedores.
A ideia do projeto da Maísa Agroindústria é utilizar esse resíduo na sua totalidade. O material restante do processamento do fruto do açaí pode se tornar fonte alternativa de energia, combustível, fertilizantes, além de outros (sub) produtos e insumos, reduzindo o impacto ambiental. Em tempo, a biomassa de origem vegetal possui sustentabilidade superior às fontes de energia tradicionalmente utilizadas, o que torna o reaproveitamento dos resíduos do açaí uma alternativa economicamente viável em oposição ao descarte.
Entre os compromissos firmados pela Maísa Agroindústria estão a instalação das unidades industriais para a produção de bio-óleo BPL (Biomassa Padronizada Liquida), carvão, extratos ácidos e energia elétrica. O projeto prevê a oferta de energia limpa de fonte renovável com características físico-químicas superiores ao óleo diesel, comumente usados no processo de geração das usinas térmicas.
A Avabel terá o compromisso de firmar a estratégia que viabilize por longa duração a coleta e destinação final adequada dos resíduos. E além de fornecer o caroço, receberá de volta o carvão produzido para venda na loja dos próprios batedores que forneceram o carvão. Ou seja, o caroço deixa de ser apenas resíduo e vira outro produto para geração de renda.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Adnan Demachki, o projeto pode ser benéfico sob vários aspectos. “Desde a criação de empregos atéaà produção de energia mais limpa, passando pela preservação ambiental ao dar destinação a resíduos que, em muitos casos, nem sempre tem destinação correta. No fim, é um problema que vira solução”.
Além do secretário, estiveram presentes na assinatura do Termo de compromisso o diretor presidente da Maísa Agroindústria, Márcio Pinheiro; o presidente da Avabel, Carlos Noronha; o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), Olavo das Neves; e a diretora do Núcleo de Gerenciamento do Programa Credcidadão, Maria Alves dos Santos.