Seduc disponibiliza cadernos de atividades para alunos que realizam tratamento hospitalar
A iniciativa visa garantir o aprendizado de crianças e adolescentes, enquanto estiverem realizando os seus procedimentos médicos
Em continuidade ao ensino remoto – aplicado desde a suspensão das aulas presenciais, no dia 18 de março de 2020, em decorrência da pandemia - para os alunos em tratamento hospitalar, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio da Coordenadoria de Educação Especial (Coees), desde o dia 6 janeiro, começou a distribuir cadernos de atividades estruturantes e compêndios aos alunos matriculados na rede estadual de ensino, em situação de tratamento hospitalar ou domiciliar.
A iniciativa faz parte do programa Classe Hospitalar e Atendimento Domiciliar (CHAD), que visa assegurar o aprendizado dos estudantes enquanto estiverem realizando os seus procedimentos médicos. Em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), as atividades desenvolvidas dentro dos hospitais atendidos pelo projeto tiveram que ser suspensas, para não expor os alunos ao contágio.
A entrega do material pedagógico na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, em Belém, ocorreu mediante a liberação por parte do hospital. A equipe educacional fez a entrega seguindo todos os protocolos de prevenção ao vírus, principalmente aos pacientes que fazem hemodiálise. Os cadernos disponibilizados contém todas as áreas do conhecimento e foram elaborados para os alunos da Educação Infantil e, também, para os que estão no Ensino Fundamental (1° ao 9° ano).
Rosiane de Alcântara, professora da classe hospitalar há 10 anos, explica que o objetivo desses cadernos é dar prosseguimento no processo de aprendizagem, bem como das atividades desenvolvidas de forma remota, dessa forma, contribuindo para o desenvolvimento educacional dos alunos que realizam tratamentos médicos.
“É muito importante o trabalho da Classe Hospitalar, pois os alunos que estão em processo de adoecimento, não ficam fora do contexto educacional. A entrega dos cadernos pedagógicos teve como objetivo dar prosseguimento nas atividades desenvolvidas remotamente e contribuir no processo ensino-aprendizagem desses estudantes”, frisou a educadora.
A atenção dada aos estudantes através do CHAD, é fruto de um convênio entre a Seduc e os hospitais em que os alunos fazem tratamento. Além disso, também fazem atendimento para os alunos que estejam em tratamento domiciliar, com o objetivo de estimular a aprendizagem e não deixá-los ociosos durante o período que estiverem em tratamento.
Ana Célia Miranda é mãe do aluno Nilson Sena, de 15 anos, que está há três anos fazendo tratamento contra o câncer, no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo. Ela conta que durante todo esse tempo dentro da unidade hospitalar, seu filho vem sendo atendido pela iniciativa de escolarização diferenciada, e ressalta que a atenção dada pelas educadoras é fundamental para que ele continue estudando e não fique atrasado na classe escolar.
“Sobre os cadernos de atividades, eu acho que é uma ação muito bacana, muito prestativa e está ajudando meu filho no tratamento, porque lá no hospital também há o acompanhamento dos professores. Atualmente, ele está no 5º ano do ensino fundamental, já faz todos os trabalhos sozinho, além de gostar bastante de participar e desenvolver essas atividades escolares”, comentou a mãe do aluno.
Além da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará e do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, o CHAD também realiza atendimentos no Hospital Universitário João de Barros Barreto, Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência e no Abrigo João Paulo II. Já em Santarém, região Oeste do Pará, a iniciativa ocorre para os pacientes do Hospital Regional do Baixo Amazonas.
O coordenador de Educação Especial, Felipe Linhares, disse que enquanto os professores não estavam autorizados a adentrar nas unidades hospitalares em que a modalidade de ensino atende, o Coees iniciou um trabalho de orientação e formação continuada com os educadores, objetivando prepará-los para a elaboração dos novos cadernos de atividades.
“A importância do ensino com os cadernos se dá, porque eles são ferramentas possíveis para disponibilizar aos alunos da Educação Especial e possibilitam o desenvolvimento de atividades, para cada um, com as suas adaptações necessárias. Os exercícios propostos seguem aquilo que se propõe no que é específico a cada aluno, que faz parte desse grupo”, explicou o gestor da Coees.
ACESSIBILIDADE
Durante esse período de pandemia da Covid-19, a Coees trabalha para garantir a acessibilidade comunicacional das aulas transmitidas pela TV Cultura do Pará e orientando professores, diretores e familiares dos estudantes da rede pública estadual com deficiência, naquilo que for necessário, com relação à realidade do entendimento e preparando o planejamento para o retorno das aulas.
Texto: Lucas Rocha e Vinícius Leal / Ascom Seduc