Santa Casa reforça a importância de iniciar pré-natal logo após a descoberta da gravidez
Maternidade do Estado é referência no atendimento de gestantes paraenses de alto risco
O acompanhamento adequado de pré-natal desde a descoberta de uma gravidez faz a diferença tanto para a saúde da mãe, quanto para o desenvolvimento do bebê a caminho. A Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, além de ser a maior maternidade do Estado, também é referência para as gestantes paraenses de alto risco neonatal e garante todos os cuidados necessários para evitar nascimentos prematuros.
Diagnosticar doenças que estão silenciosas; conduzir o tratamento de enfermidades preexistentes; prevenir complicações; orientar sobre os tipos de partos e alimentação; alertar sobre intercorrências, cuidados do pós-parto e com os recém nascidos; informar sobre o calendário vacinal, dentre inúmeras outras funções que reduzam fatores de riscos, são benefícios oferecidos às mães que recebem o acolhimento de um pré-natal bem feito.
Danielle Leal, ginecologista obstetra da Santa CasaSegundo a ginecologista obstetra da Santa Casa, Danielle Leal, iniciar o pré-natal o mais precoce possível é estar passos à frente de uma possível complicação. “Não devemos esperar algo acontecer para tratar, a prevenção é o caminho. A maioria das doenças que provocam a necessidade do nascimento prematuro podem ser evitadas com o pré-natal”, ressalta a médica, durante o mês do Novembro Roxo, que celebra o Dia Mundial da Prematuridade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por ano no mundo, mais de 30 milhões de bebês nascem prematuros. No Brasil, um a cada 10 bebês nascem antes do tempo. Dessa forma, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a taxa do país é de 11,5%, quase o dobro da observada em países desenvolvidos. Na Santa Casa do Pará são atendidos, em média, por mês, 240 bebês em sua unidade neonatal. Cerca de 30% deles são prematuros e de baixo peso.
A prematuridade e a morte materna são situações diretamente ligadas à falta do acompanhamento pré-natal, que é responsável pela prevenção e redução de riscos. “Se a gente deixa de diagnosticar uma pré-eclampsia, por exemplo, aumentam os riscos de interrupção da gestação antes das 37 semanas completas. As principais causas de morte materna, que são as síndromes hipertensivas, são completamente evitáveis de desfechos dramáticos se tiverem um pré-natal bem conduzido”, reforça a ginecologista.
Rosemery Batista diz ter entendido, de forma dolorosa, a necessidade do acompanhamento pré-natal desde o início da gravidez. Em 2017, quando engravidou pela primeira vez, a tardio procura por atendimento provocou a interrupção da gestação. “Eu sentia muitas cólicas e dores, mas não tive o acompanhamento adequado. A ausência da medicação e cuidados foi crucial para determinar o aborto espontâneo que sofri com oito semanas. Eu só descobri com 12 semanas, porque fiz uma ultrassonografia”, conta.
Com 11 semanas, grávida novamente, Rosemery procurou imediatamente atendimento ao descobrir a gestação, com três semanas, e foi encaminhada para a Santa Casa, por apresentar endometriose e adenomiose. “Esse acompanhamento está sendo essencial e maravilhoso. Quando estamos grávidas, nos sentimos muito perdidas e poder contar com todos os cuidados da Santa Casa faz a diferença pra mim. Me sinto amparada”.
Alesandra Alves é uma das mães acompanhadas na Santa CasaAlessandra Alves, grávida de seis meses de uma menina, também foi acolhida pela Fundação. “Fazer o pré-natal é pensar em mim e no bebê. Estou seguindo todas as recomendações para evitar complicações e o parto prematuro. A Santa Casa é nota 10 pra mim. Tenho aprendido muito com a experiência dos profissionais, mesmo sendo a minha segunda gravidez. Aqui é um bálsamo pra mim”, assegura.
Ao descobrir a gestação, a grávida deve procurar o posto de saúde mais próximo para receber as primeiras orientações. Se for diagnosticada com gestação de alto risco e necessite de tratamento especializado, ela será encaminhada, por meio do Sistema de Regulação, para unidades onde são realizados pré-natais deste tipo, como a Santa Casa, que possui equipes multiprofissionais especializadas e prontas para fazer o acompanhamento.
HOSPITAL DAS CLÍNICAS
A Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC) também tem um papel importante na rede estadual de atendimento à prematuridade, especialmente para os casos em que os bebês são diagnosticados com doenças congênitas no coração ou rins. Quando não há esse diagnóstico, o parto prematuro pode acontecer quando há riscos para a saúde das mães que são portadoras de um algum tipo de cardiopatia, nefropatia ou transtorno psiquiátrico, áreas em que o Hospital de Clínicas é referência.
Andréa Torres, médica intensivista na UTI Neonatal do Hospital de Clínicas, ressalta a importância do atendimento especializado e em rede para bebês prematuros, especialmente porque o HC é o único hospital do Estado com uma unidade terapia intensiva cardiológica para bebês.
“Quando temos um caso de nascimento prematuro, seguimos todos os cuidados clínicos que a nossa estrutura e a nossa demanda cardiológica nos permitem desenvolver com esse bebê, até que ele receba alta clínica ou seja encaminhado para outra unidade de referência como a Santa Casa, onde poderá receber outros cuidados específicos”, explica a profissional.