Palestra alerta para a importância do cuidado com a voz
A grande maioria dos professores não se preocupa com a saúde vocal, e, assim, se arrisca a perder o tempo de vida útil da voz (em geral, 25 anos em três turnos diários) como instrumento de trabalho, ou seja, instrumento de transmissão de conhecimento para estudantes em sala de aula. O alerta para esta realidade foi feito a professores da rede pública estadual de ensino, nesta segunda-feira, 24, pela fonoaudióloga Lícia Mara Oliveira, técnica responsável pelo Núcleo de Avaliação Educacional Especializada da Coordenadoria de Educação Especial da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Lícia Oliveira proferiu palestras a docentes no auditório do Centro Integrado de Inclusão e Cidadania da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster). O evento está relacionado ao Dia Mundial da Voz, transcorrido no dia 16 de abril.
Com o tema “Saúde vocal para professores”, a fonoaudióloga Lícia Oliveira abordou conceitos, fisiologia, produção da voz e noções de saúde vocal. “O professor deve atentar para os cuidados com a voz. Não deve trabalhar em ambiente ruidoso, não deve competir com alunos no uso da voz, ou seja, elevar a voz nas atividades com as turmas", ressaltou a profissional.
Para prevenir problemas com a voz, os professores devem fazer o aquecimento vocal antes das atividades e o desaquecimento vocal ao final das ações; ingerir água regularmente; para cada hora de aula, ter dez minutos de repouso vocal; evitar bebidas lácteas e gordurosas antes de ministrar aulas; evitar cigarros e bebidas alcoólicas.
"O professor pode substituir o tom elevado da voz por instrumentos sonoros, como um apito, uma sineta, em sala de aula. Deve mesclar aulas com atividades sem o uso da voz, para viabilizar o repouso vocal. Se estiver em uma sala lotada, o professor deve projetar a voz para alcançar o aluno no meio da sala. Com essa projeção, ele poderá desenvolver seu trabalho sem prejuízo da voz e alcançando a todos os alunos no espaço", afirmou Lícia Oliveira.
“O professor deve atentar para o fato de que a respiração se dá pelo diafragma e não na musculatura peitoral. A respiração feita de forma correta contribui para a emissão natural da voz”, completou.
O professor Emiliano Cardoso Júnior, da Escola Estadual Marilda Nunes, do bairro do Benguí, declarou: “Toda formação é importante, e esta em particular, sobre o uso correto da voz, é essencial para nós que trabalhamos com a voz ao longo do dia”.