Hemopa lança grupo de apoio a pacientes e familiares
Nesta terça-feira, dia 25, pacientes portadores de hemofilia tiveram programação especial na sala de fisioterapia da Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa). A ação foi realizada por estudantes da área da saúde, em residência no hemocentro. Também houve a divulgação da criação de grupo de apoio para pacientes com doenças ligadas ao sangue e seus familiares.
Segundo o Ministério da Saúde, há mais de 450 hemofílicos no Pará, que recebem atendimento multidisciplinar no Hemopa, referência para diagnóstico e tratamento da patologia no estado. O problema é que muitos pacientes, quando sentem melhora no quadro clínico, deixam de fazer acompanhamento médico, em especial a fisioterapia.
“Queremos mostrar a importância de dar continuidade ao tratamento. Por isso, realizamos essa atividade de esclarecimentos sobre a doença e também de valorização da atividade física”, explica a fisioterapeuta residente Luciana Rezende, que faz parte da Residência Multiprofissional realizada no hemocentro, fruto de uma parceria entre o hemocentro e a Universidade do Estado do Pará (Uepa).
A fisioterapeuta da instituição, Luciana Valente, explica que os hemofílicos têm sangramentos nas articulações, que geram inflamações internas e, com o tempo, podem causar rigidez articular, limitações do movimento e até deformidades. “A fisioterapia nesses pacientes é fundamental para alívio da dor e melhoria da mobilidade muscular, melhorando a qualidade de vida deles”, alerta Luciana.
A programação contou com brincadeiras e roda de conversa, que esclareceram dúvidas dos pacientes, além de sessão de relaxamento com técnicas do Tai Chi Chuan. Participando do evento, o autônomo Francisco Aguiar descobriu a hemofilia aos 17 anos e, por cauda da doença, adquiriu sérios problemas nas articulações. Durante a atividade ele disse que conseguiu relaxar e esquecer os problemas.
Os irmãos Max e Marrone dos Santos, de 20 e 14 anos, respectivamente, fazem tratamento no Hemopa desde muito pequenos. A partir de 2016, passaram a fazer fisioterapia juntos no hemocentro. “Adorei a programação. Foi divertido. É diferente do que a gente faz no dia-a-dia”, afirmou com alegria Max.
Neste primeiro momento, a programação foi voltada para pacientes com hemofilia, em alusão ao Dia Mundial da Hemofilia, mas os residentes divulgaram a criação de dois grupos de apoio denominados “Conheço, Cuido e Vivo”. Um grupo é voltado aos portadores da hemofilia; o outro aos pacientes de anemia falciforme. Os encontros vão ocorrer uma vez ao mês, a partir do mês de junho.
Luciana Rezende destaca que o objetivo é difundir informação com rodas de conversas e palestras, com a participação dos familiares dos pacientes, além de incentivar a prática de exercícios físicos. “A ideia é realmente envolver não apenas o paciente, mas também seus familiares, que serão muito bem-vindos aos encontros”.
Doença: A hemofilia é uma doença genética caracterizada por um distúrbio na coagulação do sangue. Quando uma pessoa se corta, automaticamente as proteínas sanguíneas entram em ação para estancar o sangramento. Isso ocorre porque existem 13 tipos diferentes de fatores de coagulação (expressos por algarismos romanos); quando acontece o rompimento do vaso sanguíneo, a ativação do primeiro fator leva à ativação dos demais até que acorra a formação do coágulo pela ação dos 13 fatores.
Mas os hemofílicos tem deficiência em dois deles, dificultando a coagulação e causando sangramentos prolongados. Indivíduos com baixa atividade do fator VIII possuem hemofilia tipo A, enquanto que aqueles com deficiência na atividade do Fator IX possuem hemofilia tipo B (considerado o mais raro).
Serviço: O atendimento multiprofissional aos pacientes do Hemopa é feito no hemocentro coordenador, que fica na travessa Padre Eutíquio, número 2109, Batista Campos, de segunda à sexta-feira, de 7h30 às 18h.