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BALANÇO POSITIVO

Obras e programas do Estado impulsionam empregos formais e mantêm o Pará na liderança regional

Projeto da Nova BR e o programa habitacional ‘Sua Casa’ ganham destaque na geração de postos de trabalho

Por Carol Menezes (SECOM)
13/10/2020 19h06

O carpinteiro Cleber Santos Pereira, 37 anos, estava há oito meses sem emprego fixo. Em fevereiro, um mês antes da pandemia de Covid-19, ele conseguiu voltar ao mercado de trabalho formal em uma das frentes de obras do projeto de requalificação da Nova BR, onde atuam cerca de 700 trabalhadores. "Dei uma sorte que fez uma enorme diferença nessa época tão difícil. Consegui continuar trabalhando e garantindo o sustento da minha casa, minha filha e minha esposa", disse Cleber Pereira, que faz parte de uma estatística novamente positiva em relação à geração de emprego formal no Pará, que mantém o Estado na liderança em toda a Região Norte.O carpinteiro Cleber Santos Pereira, que voltou ao mercado de trabalho na obra da Nova BR, executada pelo governo do Estado

Entre janeiro e agosto deste ano, a construção civil obteve o melhor desempenho na oferta de postos de trabalho, de acordo com um balanço divulgado nesta terça-feira (13), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA).

De acordo com os dados divulgados, em agosto foram feitas 6.778 admissões contra 3.268 desligamentos, gerando um saldo de 3.510 postos de trabalho criados – o maior de todo o Norte do Brasil no mês. "Somando esses números com os dos outros setores da economia, que também mostram vitalidade, o Pará gerou cerca de dez mil empregos com carteira assinada só em agosto, o melhor resultado dos últimos dez anos para o período - e que merece ser comemorado, levando em consideração que ainda estamos enfrentando uma pandemia", ressaltou Everson Costa, técnico e pesquisador do Dieese/PA.A construção civil é o setor que mais gera empregos formais no Pará, atesta o balanço do Dieese

Retoma Pará - Essa subida se repete, na verdade, por três meses consecutivos. Em junho, com a flexibilização das atividades econômicas guiadas pelo Retoma Pará, o saldo entre contratados e demitidos foi de 2.280 postos de trabalho. Em julho, houve crescimento de 18%, com o registro de 2.689 vagas formais preenchidas. "Ainda vivemos tempos difíceis. Não estamos com a situação resolvida, já que houve muitos postos perdidos. No caso da construção civil, pesa o fato de que as vagas ofertadas não dependem tanto de qualificação. Então, quem está fora do mercado entra rápido, e também rápido movimenta os setores do comércio e de serviços", acrescentou Everson Costa. 

"O próprio plano de retomada, o bandeiramento feito por regiões do Estado para a retomada gradual das atividades, uma agenda pública e privada de investimentos em obras, tudo isso se reflete nesses resultados. Se esse ritmo continuar, é possível que retornemos aos números que tínhamos antes do início da pandemia", avaliou o pesquisador.

O Pará acumula saldos positivos na geração de emprego formal também no setor agropecuário, com 1,6 mil postos de trabalho, no comparativo entre admitidos e desligados, nos primeiros oito meses de 2020 (entre janeiro e agosto). A pavimentação de vias em vários municípios também fomenta o mercado de trabalho

Impulso governamental - A boa reação da economia paraense nos últimos meses segue impulsionada por ações do governo do Estado. No caso da construção civil, uma delas é o Programa “Sua Casa”, gerenciado pela Companhia de Habitação do Pará (Cohab). Destinado à construção, reforma, ampliação, melhoria ou adaptação de unidade habitacional, o benefício foi criado em 2019, para garantir auxílio financeiro à aquisição de material de construção e pagamento da mão de obra, o que incentiva o setor.

Já foram entregues mais de 7,5 mil benefícios, auxiliando cerca de 30 mil pessoas. Uma delas é Ricardo Leal da Conceição, pedreiro que trabalhou em obras garantidas por benefícios do "Sua Casa". "Passei quatro meses, entre obras de fundação até o telhado. Foi um dinheiro que ajudou muito a minha família toda. Foi como pude pagar a alimentação, o aluguel", disse o trabalhador.De volta a Belém por causa da pandemia, Zaldy Silva também retornou ao emprego formal nas obras da Nova BR

Zaldy Silva, 50 anos, trabalhava em Santos (SP) e precisou voltar para Belém por causa da pandemia. Ele ficou três meses trabalhando por conta própria em casa, até que surgiu, no mês passado, a oportunidade de ter a carteira assinada nas obras da Nova BR, em outra frente de carpintaria e formas. "É muito gratificante fazer parte de algo que vai servir para ajudar tanta gente quando ficar pronto", declarou.