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Governo garante saúde para as crianças por todo o Pará

Na terceira e última reportagem em alusão ao Dia das Crianças, você vai conhecer o método canguru e a política humanizada para a principal unidade neonatal do Estado

Por Larissa Noguchi (SECOM)
12/10/2020 12h09

Quando falamos em saúde da criança, tocamos num assunto primordial em todo o sistema de saúde pública: a mortalidade infantil e a política de assistência voltada ao cuidado humanizado entre mãe e bebê dentro das maternidades. Na terceira e última matéria em alusão ao Dia das Crianças, vamos falar sobre o atendimento à saúde neonatal e o método de atendimento que salva vidas na principal maternidade do Pará, a Santa Casa de Misericórdia.

Método é eficaz para o ganho de peso do bebê prematuro

O Pará é referência em atendimento materno através do método conhecido como canguru. A Santa Casa é uma das pioneiras na introdução deste método em toda a região norte do país, e desde 2013 é credenciada como referência à capacitação de outras instituições de saúde.

O método canguru atende os bebês que nascem com menos de 2.500kg, e é dividido em três etapas que são realizadas por uma equipe multidisciplinar capacitada na metodologia de atenção humanizada no atendimento ao recém-nascido de baixo peso.

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A primeira etapa é a identificação e orientações das gestantes com risco de parto prematuro, passando pelo estímulo ao contato pele a pele e estímulo à lactação. Já a segunda, é quando os bebês ganham peso e a posição canguru pode ser realizada pelo período que for considerado seguro e agradável. E a terceira etapa, o momento de desospitalização do bebê, onde ele vai para casa e a maternidade e as unidades básicas de saúde ficam responsáveis por acompanhar a evolução dessa criança. Quando a criança atinge 2.500 kg, ela passa a ser acompanhada pela rede de saúde.

O método é essencial para o desenvolvimento dos recém-nascidos, em vários aspectos

Para Gabriela Ribeiro Barros de Farias, terapeuta ocupacional e tutora do método canguru da Santa Casa, o foco principal é a família, o que resulta num melhor desenvolvimento da criança. “O objetivo é que a família se aproprie desses cuidados e participe do método junto com a gente, pois o impacto disso é justamente a diminuição da mortalidade neonatal. A gente percebe uma satisfação muito grande das mães em ver a evolução dos seus filhos, com os ganhos de peso, por exemplo”, apontou a profissional.

Curiosidade -  O método canguru surgiu em 1979, na Colômbia, idealizado pelos médicos Dr. Reys Sanabria e Dr. Hector Martinez, com a proposta de melhorar os cuidados com o bebê de baixo peso. Através do contato pele a pele entre mãe e bebê, como se fosse um canguru, mantém o calor corporal e favorece a relação materna estimulando o vínculo entre ambos e colaborando com a alta precoce do bebê.

No Brasil, o método iniciou em meados de 1997, no Instituto Materno Infantil de Pernambuco. Em 2000, foi publicada a Norma de Atenção Humanizada ao recém-nascido de Baixo Peso, pelo Ministério da Saúde, conferindo a partir de então uma prática que deve ser preconizada em todas as unidades neonatais do país.

Logo após o parto, mães e bebês que recebem esse método têm o acompanhamento diferenciado e atencioso para o ganho de peso, evitando a mortalidade neonatal. São observadas a forma de manipulação, respeitando as capacidades do recém-nascido; a troca de fraldas evitando o gasto de energia como o choro; banho humanizado; postura na incubadora e na posição canguru. Tudo com participação ativa da relação mãe e bebê com o objetivo de fortalecer o vínculo afetivo. “A gente começa a inserir essa família nos cuidados com essa crianças. Se for o caso, coloca essa criança, mesmo entubada, no contato pele a pele com os pais. A vantagem do método canguru é reduzir o tempo de internação, assim como fortalecer os vínculos afetivos”, explica Ana Carla Barbosa Figueiredo, enfermeira neonatologista e tutora do método canguru na Santa Casa.

Profissionais são capacitados frequentemente para garantir atendimento de qualidade aos pacientes

O acompanhamento de programas de saúde voltados para o combate à mortalidade neonatal é feito pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), através da Coordenação Estadual de Saúde da Criança, que é responsável por toda a rede de promoção de políticas à saúde para esta faixa etária.

"Nós temos diversos cursos que fazem a capacitação da atenção básica, monitoramos os hospitais, a assistência aos municípios no atendimento às crianças e fazemos várias ações de acompanhamento, o método canguru, o banco de leite e toda a rede de maternidade. Todo esse conjunto de ações e monitoramento faz com que a rede funcione por completo, dentro de toda referência técnica em qualificação em benefício da saúde da criança", finaliza  Ana Cristina Guzzo, responsável pela Coordenação Estadual de Saúde da Criança.