Estado transforma realidade de crianças com práticas de leitura e arte
Na segunda matéria em alusão ao Dia da Criança, apresentamos o trabalho de grupos de pesquisa da Uepa, que levam práticas educacionais e culturais para o público infantil
A educação não transforma o mundo, mas muda as pessoas e são as pessoas que transformam o mundo. Essa foi uma das principais menções de Paulo Freire, um dos maiores nomes da educação do Brasil. Com base nessa ideia e acreditando no poder do conhecimento, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) desenvolve Grupos de Pesquisa e Extensão com atividades educativas e culturais voltadas para o público infantil.
Na segunda matéria da série especial sobre o Dia das Crianças, comemorado nesta segunda-feira (12), o tema abordado é educação, um dos direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A garantia de direitos e assistência foram assuntos abordados na primeira matéria em alusão à data.
PARÁ LEITURA
Com o objetivo de incentivar a leitura em várias dimensões, o Grupo de Pesquisa e Extensão Pará Leitura Vai-Quem-Quer (PLVQQ), vinculado ao Núcleo de Educação Popular (NEP), da Uepa, promove atividades educativas para aproximadamente 80 crianças e 60 famílias da Comunidade do Poção, que integra a Ilha de Cotijuba.
Uma das ações é realizada pelo Núcleo de Educação Popular (NEP), que atende 80 crianças e 60 famílias da Comunidade do Poção, que integra a Ilha de CotijubaO Pará Leitura foi criado em 25 de outubro de 2009 e, ao longo de quase 11 anos, já desenvolveu trabalhos em praças, escolas, apresentações culturais e nos próprios ambientes da Universidade. O projeto atua em três eixos principais: educação ambiental; leitura, ludicidade e lazer; e educação, gênero e sexualidade.
Segundo a professora Izilda Cordeiro, coordenadora do projeto, os atendimentos realizados proporcionam uma forma de educação diferenciada por meio de uma perspectiva interdisciplinar para incentivo à leitura na Ilha e em outras comunidades escolares que se interessam pelo trabalho desenvolvido pelos alunos, egressos e professores da Universidade.
Um dos momentos mais marcantes desde a criação do projeto, para a coordenadora, foi a primeira ação do Grupo em Cotijuba. “Levar o ensino realizado dentro da Universidade para a extensão, promovendo um momento de interação com a comunidade, foi especial. Cerca de 250 crianças participaram. Foram utilizadas poesias, gincanas, brincadeiras para sensibilizar as crianças, especialmente, para a preservação do meio ambiente”, conta.
ARTE E LETRAMENTO
Atividades pedagógicas de letramento, arte educação, a exemplo de canto, oficinas de violão, flauta e exibição de filmes e curtas-metragens, além de palestras e oficinas práticas que possuam conteúdo regional educacional, são algumas das ações dos projetos desenvolvidos pelo Núcleo de Estudos e Extensão Trilhas Investigativas e Práticas Sociais (Netrilhas) da Uepa.
Netrilhas: oferta oficinas de canto, violão, flauta e exibição de filmes e curtas-metragens, além de palestrasUma equipe multiprofissional composta por acadêmicos, egressos, professores do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) e docentes de outras instituições de ensino é responsável pelo desenvolvimento e execução de ações voltadas para os eixos: inclusão social; educação ambiental; educação e saúde; arte e educação; corpo, movimento e saúde; cultura de paz; direitos humanos e cidadania; educação e trabalho.
De acordo com a coordenadora do Netrilhas, Ana Telma Sousa, o programa atende, aproximadamente, 120 crianças, 100 jovens na faixa etária de 14 a 25 anos, moradores da comunidade do entorno da Uepa e escolas públicas do bairro do Telégrafo, Jurunas, Cidade Velha e Reduto, em Belém. Em 219, mais de 300 pessoas participaram das ações.
A coordenadora relembra a participação das crianças, atendidas pelo Núcleo, no Projeto Coro Infantil do Círio em 2019. “Cerca de 40 se apresentaram nas janelas do Colégio Salesiano Nossa Senhora do Carmo na abertura do espetáculo cênico Auto do Círio, com repertório formado por canções nazarenas e populares do lendário amazônico”, conta.
“Me emociono ao ver o conhecimento produzido pelas crianças que integram as práticas de extensão universitária, buscando exercer o seu papel como cidadão de direitos e deveres, numa perspectiva de inclusão social”, afirma Ana Telma. Devido à pandemia, as interações têm sido feitas de forma virtual.
Ana Telma Sousa, coordenadora do NetrilhasCULTURA
Uma das atuações do Netrilhas é o Programa Trilhas Culturais e Juventude, que desenvolve o projeto “Cine Trilhas Culturais da Amazônia”, voltado para crianças e jovens paraenses. Com a proposta de exibir filmes e curtas-metragens com conteúdos educativos, valores, habilidades, direitos, cidadania, entre outros temas discutidos pelos participantes, o projeto é sediado no Colégio Salesiano Nossa Senhora do Carmo, no bairro da Cidade Velha, em Belém.
A coordenadora do Netrilhas considera essencial a utilização de atividades lúdicas e criativas nas práticas educacionais, incentivando a participação dos moradores a partir de discussões que envolvam o próprio cotidiano da comunidade. “Durante os encontros, são utilizados filmes e curtas voltados à inclusão social e à intenção educacional”, finaliza.