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Com apoio da Emater, cultivo de pirarucu no Pará será multiplicado

Pacote tecnológico adaptado pela Emater vai beneficiar produtores do Marajó

Por Aline Miranda (EMATER)
08/10/2020 10h42

A ameaça pela pesca predatória do pirarucu, que é conhecido como “o bacalhau da Amazônia”, pouco a pouco vem sendo amenizada pela viabilidade do cultivo em cativeiro. E um dos projetos com mais resultados comprovados é no Pará: a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater) instalará, até novembro, em Portel, no Marajó, a terceira unidade de replicação da criação em tanque em lona, suspenso. 

Técnicos da Emater visitam o local que receberá o projeto

Também inauguradas este ano e baseadas em uma iniciativa modelo do escritório local de Benevides, na Região Metropolitana de Belém (RMB), as primeiras já funcionam no nordeste paraense, nos municípios de Maracanã e Terra Alta.

O trabalho mais intensivo da Emater data de 2008, na região do Araguaia, sul do Pará. Ao longo dos tempos, o pacote tecnológico tem sido adaptado às circunstâncias e vocações de cada ambiente, sempre visando ao acesso e interesse do agricultor beneficiário. 

Portel - Equipes do Escritório Regional do Marajó e dos escritórios locais de Portel e Benevides realizaram, na terça-feira (6), a primeira visita técnica à extinta madeireira Rooli, às margens do Rio Pacajá. 

Com os serviços de exploração florestal desativados no correr da década de 2010, a área, de cerca de 200 hectares, receberá pelo menos 20 tanques com pirarucus, estruturas de 6m de diâmetro e 28m³ de profundidade, em consórcio com plantio de açaí da variedade BRS Pai D’égua. 

“A Emater não só ajudará a retomar a função social da propriedade: elaboramos o CAR [cadastro ambiental rural], mobilizaremos a comunidade. A ideia é mostrar o exemplo e democratizar a oportunidade”, declara o supervisor regional da Emater no Marajó, o sociólogo Alcir Borges. 

A estimativa é que cada tanque alcance uma produção anual de uma tonelada e 800 quilos e que a água, enriquecida com nutrientes naturais do trato com os peixes, seja continuamente aproveitada na fertirrigação do açaí. 

“Uma vez que existe possibilidade de expansão, dado o perfil dos agricultores e o potencial da propriedade, o objetivo é chegarmos a 50 tanques”, aponta Vitor Tiago Catuxo, engenheiro de pesca da Emater, responsável pelos projetos. 

De acordo com Catuxo, a atividade é considerada sustentável. “O impacto no ecossistema é mínimo. Não exige escavação, nem movimentação de terra. Por conta do uso da água na irrigação, acaba necessária apenas a outorga de captação”, explica. Além disso, o consórcio é possível com diversas outras atividades, como irrigação de hortaliças e irrigação de pasto para pecuária.