Adepará alerta para risco de contaminação biológica por meio de sementes enviadas do exterior
Produto não deve ser plantado nem descartado no lixo doméstico. Veja as orientações
Envelopes com sementes estão sendo recebidos por consumidores virtuais de produtos estrangeiros, como uma cortesia. A prática deixou em alerta o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), que estão trabalhando juntos para evitar o risco de contaminação, já que o material chegou ao Brasil sem passar por nenhum tipo de inspeção e pode representar riscos à saúde e ao meio ambiente.
Para evitar o risco fitossanitário, a Adepará recomenda que as sementes não sejam utilizadas nem descartadas no lixo comum. “O cidadão que receber as sementes em casa deve lacrar o envelope e se dirigir ao escritório Adepará mais próximo para entregar o material. O ideal seria que o envelope permanecesse lacrado”, ressalta Tatiana Assis, gerente do Programa de Sementes e Mudas da Adepará.
As sementes recebidas pela Adepará serão encaminhadas para análise laboratorial do Ministério da Agricultura. “O objetivo é identificar a presença de insetos e até possíveis patógenos que ele carregue involuntariamente”, detalha a especialista. Patógenos são organismos capazes de causar doença em um hospedeiro, como algumas bactérias, fungos e vírus.
“É fundamental que a sociedade esteja de mãos dadas conosco, seja também nossa parceira e nosso agente fiscalizador neste momento tão delicado que ameaça a sanidade e a continuidade do material genético de nosso estado e país” - Tatiana Assis, gerente do Programa de Sementes e Mudas da Adepará.
As sementes recebidas pelos correios devem ser entregues em embalagens lacradas no escritório da Adepará mais próximo. Os endereços e telefones de contato estão disponíveis no site da Adepará.
Riscos
Qualquer pessoa está sujeita a receber as sementes, o que aumenta a preocupação das autoridades responsáveis pela defesa agropecuária. Quem afirma é o auditor federal fiscal agropecuário e chefe do serviço de fiscalização, inspeção e sanidade vegetal da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Pará (SFA-PA), Wagner Xavier da Conceição.
“O produtor rural já conhece os riscos da utilização de sementes de procedência duvidosa ou de baixa qualidade. Ao receber um material como este que está sendo enviado, ele acionaria os órgãos competentes. Porém, essas sementes estão sendo enviadas para áreas urbanas e recebidas por pessoas que, em sua maioria, não conhecem o procedimento correto e a importância dele”, alerta.
Segundo ele, já há em Belém registros de recebimento do envelope contendo sementes asiáticas. “O maior risco do descarte inadequado é a contaminação da horticultura paraense, já que este material pode trazer pragas ou doenças que não existam ou estejam erradicas, o que coloca em risco a sanidade da produção agrícola, além de causar prejuízos econômicos”, detalha o auditor federal.