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Pará lidera a produção nacional de abacaxi e Adepará garante a sanidade do fruto

Para garantir a continuidade do crescimento e a qualidade das safras, a Adepará atua fazendo o controle de pragas e promovendo educação sanitária

Por Aycha Nunes (ADEPARÁ)
10/09/2020 15h10

O Pará é o maior produtor abacaxi no Brasil. Quem afirma é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com base em uma produtividade de 22.726 unidades por hectare, o fruto conferiu ao Estado renda de R$ 566.650 milhões. A fruta, cultivada em uma área de 18.779 hectares, tem sua produção acompanhada pelos técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), por meio do Programa Fitossanitário da Cultura do Abacaxi. 

“Primordialmente, o Programa tem como objetivo garantir que a fusariose, principal praga que ameaça a produção de abacaxi, permaneça sob controle. Para isso é fundamental que os produtores cumpram suas obrigações, entre elas o cadastro na Adepará”, explica a responsável técnica do Programa Fitossanitário da Cultura do Abacaxi, Thais Leão.

As ações de defesa sanitária incluem fiscalizações periódicas. “Atuamos para proteger o produtor, independentemente de seu tamanho. O cadastro na Adepará o insere no Programa e garante a ele a segurança do controle da praga em seu plantio, por meio de fiscalizações realizadas e punições aos produtores que descumprirem a legislação”, detalha.

Nesta quinta-feira (10), a equipe da Adepará está na cidade de Rio Maria, no sul do Pará, realizando atividades de cadastramento dos produtores de abacaxi da Vila Betel, zona rural localizada a 60 quilômetros da sede do município. O trabalho está sendo capitaneado pela Fiscal Estadual Agropecuária (FEA), Adra David Antonio, com o apoio de Rodrigo Sirqueira, gerente local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). “A atividade está sendo realizada em etapas. A primeira delas ocorreu entre os dias 27 e 31 de julho e a última será entre os dias 21 a 25 de setembro”, detalha Adra Antonio.

PRODUÇÃO

Floresta do Araguaia, Conceição do Araguaia e Salvaterra são os municípios que lideram a produção. Além deles, outras treze cidades se destacam na abacaxicultura, o que não significa, porém, que a cultura não esteja presente em outras localidades do Pará, uma vez que a maior parte da produção é fruto da agricultura familiar. 

Thais Leão revela que grande parte da produção de abacaxi paraense é voltada pra frutos “de mesa”, ou seja, o fruto ­in natura que chega nas mãos do consumidor nas feiras e mercados, e exportada para outros estados da Federação. 

Além da comercialização da fruta, parte da produção de abacaxi paraense é industrializada na forma de suco e exportada para os EUA e Europa por uma fábrica de suco de abacaxi localizada no município de Floresta do Araguaia, gerando dividendos ao município. 

Dividem com o Pará o pódio da produção nacional de abacaxi os estados da Paraíba e Minas Gerais. O Pará lidera o ranking nacional de produção com 426.780 milhões de frutas. Paraíba ocupa a segunda colocação com 334.880 milhões enquanto Minas Gerais está no terceiro lugar com a produção anual de 192.189 milhões de abacaxis. Os números integram o último levantamento agrícola divulgado pelo IBGE em 2019.

COMÉRCIO

O comércio de abacaxi paraense dentro e fora das fronteiras nacionais só é possível graças à rastreabilidade do fruto. Ou seja, sua cadeia produtiva está organizada e passível de acompanhamento desde o momento da produção até à comercialização do fruto, o que garante ao consumidor informações sobre a origem e as práticas de produção do produto consumido.

A ferramenta utilizada para fazer esse rastreio de frutas e vegetais frescos, no Pará, é o Guia de Trânsito Vegetal (GTV), documento que deve acompanhar as cargas de vegetais dentro do Estado. A Guia é emitida pela Adepará com base nas informações de cadastro de produtores. Ela identifica a origem, rota, quantidade do produto, finalidade e seu destino.

A rastreabilidade de frutos e vegetais frescos está normatizado pela Instrução Normativa Conjunta Nº 02 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Avisa). Todas as unidades produtivas devem ser cadastradas na Adepará.

PROGRAMA

O Programa Fitossanitário da Cultura do Abacaxi foi criado com o objetivo de proteger o abacaxicultor das principais pragas que ameaçam a cultura. “Mantendo a saúde do fruto é possível trabalharmos na manutenção da economia e na conquista de novos mercados consumidores”, explica a responsável técnica pelo Programa.

Pelo programa, mensalmente, os técnicos da Adepará visitam as unidades produtoras de abacaxi para realizar inspeções fitossanitária a fim de conhecer a real situação de ocorrência de pragas nos plantios de abacaxi. Durante as visitas, os produtores também recebem orientações sobre a fitossanidade, o uso de defensivos agrícolas liberados para cultura, a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), entre outras.

Para ser inserido no programa, o produtor deve atualizar o seu cadastro anual obrigatório na Adepará. O cadastramento é gratuito e deve ser feito nos escritórios da Agência. Para se cadastrar, o produtor deve apresentar os seguintes documentos: carteira de identidade, CPF, comprovante de residência e Cadastro Ambiental Rural (CAR) ou documento da terra (recibo de compra e venda ou contrato de arrendamento). 

A obrigatoriedade do cadastro e o controle da Fusarium guttiforme, praga causadora da fusariose, atendem determinação da Portaria Estadual 2508 de 25 de agosto de 2020. “A Portaria 2508 é uma norma específica da Lei Estadual Nº 7.392, a Lei de Defesa Vegetal, que prevê no artigo 7 a obrigatoriedade do cadastro do produtor rural”, detalha Thais Leão.

A desobediência e inobservância das disposições constantes na Portaria, sujeitam os infratores às penalidades previstas na Lei de Defesa Vegetal, seu Regulamento e demais alterações posteriores, sem prejuízo das sanções penais previstas no Art. 61 da Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e no art. 259 do Código Penal Brasileiro.