Fapespa investe no Polo de Ciência e Tecnologia de Salinas
O projeto do novo Polo de Ciência e Tecnologia de Mar e Petróleo foi apresentado nesta segunda-feira (8) no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) de Salinópolis, no nordeste do Estado. Membros da comunidade acadêmica, empresários, autoridades, servidores, representantes do poder público municipal e de órgãos ligados à ciência, tecnologia e meio ambiente conheceram mais sobre o espaço, que recebe investimentos do Estado da ordem de R$ 5,5 milhões. O objetivo é promover o desenvolvimento local a partir da geração de conhecimento e formação de recursos humanos.
O campus da UFPA em Salinópolis, que atualmente está em área provisória cedida pela prefeitura, vai funcionar em um terreno de 12.282 metros quadrados – cerca de 30 hectares – na Rodovia PA-444, no bairro Atalaia. Fazem parte dele o Instituto de Ciência e Tecnologia de Mar e Petróleo e a Casa da Cultura Fonte do Caranã, espaços que vão promover o ensino, pesquisa e extensão e a relação da instituição com a comunidade. O Estado vai destinar R$ 4 milhões para a implantação da Casa da Cultura. Além disso, R$ 1,5 milhão já foi repassado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa). O recurso subsidiou a operacionalização do campus hoje em funcionamento.
O recurso destinado pelo governo ao campus da UFPA em Salinópolis faz parte da diretriz de descentralização dos investimentos em pesquisa, ciência e tecnologia feitos pela Fapespa em todo o Estado. Somente no ano passado a fundação destinou R$ 5 milhões em editais públicos para seis diferentes regiões, incluindo Araguaia, Xingu, Baixo Amazonas e Tapajós. “Este ano, por exemplo, R$ 1,5 milhão vai para a Região do Caeté, para subsidiar projetos de pesquisa em rede que dialoguem com as necessidades coletivas e de formação de conhecimento. O intuito é promover o desenvolvimento e a verticalização de forma sustentável, dentro das diretrizes do Programa Pará 2030”, explicou o presidente da Fapespa, Eduardo Costa.
O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica, Alex Fiúza de Melo, destacou que o projeto é a concretização de um polo de conhecimento em petróleo e gás e engenharia costeira, expertise da qual o Pará necessita. "Temos responsabildade histórica, enquanto governo do Estado, de apoiar uma iniciativa como essa. A abertura do campus produz conhecimento, mas também produzirá riqueza, gerando a redução da desigualdade e da pobreza", analisou.
Parcerias – O apoio do Estado na implantação do campus da UFPA de Salinópolis é reconhecido pelos membros da comunidade acadêmica e pelo corpo diretor da instituição. O reitor da universidade, Emmanuel Tourinho, destacou ainda o empenho da prefeitura, que conseguiu os espaços onde hoje está o campus e para onde ele irá. “Precisamos da união de todos. A Prefeitura de Salinópolis, sem dúvida, é uma das responsáveis pelo sucesso dessa empreitada, assim como o governo do Estado. Criar uma rede de universidades no interior é algo extraordinário, levando em consideração as dificuldades e falta de recursos. Queremos que o Polo de Ciência e Tecnologia de Mar e Petróleo seja polo forte de pesquisa e pós-graduação”, afirmou.
O Instituto de Ciência e Tecnologia em Salinópolis terá como missão qualificar uma mão de obra que ainda é escassa na região. Para isso, serão abertas mil vagas, nas graduações de Engenharia Costeira e Oceânica, Engenharia de Petróleo e Engenharia de Computação e Ciências Básicas (que incluem os cursos de Engenharia de Computação Científica e licenciaturas em Matemática e Física). “Muitos alunos virão de fora, sem dúvida, mas queremos que mais jovens que concluem o ensino médio no município ingressem, em breve, na universidade”, pontuou o coordenador do campus, Adilson Oliveira.
Comunidade – A Casa da Cultura Fonte do Caranã, que vai funcionar no Espaço Fonte do Caranã, será o local de diálogo entre a UFPA e a sociedade local. O espaço, que vai também contar a história da cidade, terá capacidade de promover eventos para até 500 pessoas, funcionando como uma espécie de centro de convenção. Uma biblioteca com obras sobre Salinas e a região estará disponível à população, assim como um espaço multiuso com auditório para 300 pessoas destinado para apresentações diversas e um mirante. O arquiteto João Castro Filho, autor do projeto arquitetônico, detalhou como será espaço, ilustrado também em uma maquete.
Durante a apresentação do projeto, a professora Suzana Vinzon, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), falou sobre o curso de Engenharia Costeira e Oceânica, que será aberto em 2018. Para ela, é fundamental trazer para a região amazônica essa graduação, pela vocação natural da região para o tema. O objetivo será formar engenheiros atendendo os setores de óleo e gás, navegação e desenvolvimento costeiro (com o turismo associado), dentro de um contexto de sustentabilidade ambiental, social e econômica. “O curso em Salinópolis pode ajudar a equilibrar um desnível que hoje existe, já que a maioria desses cursos se concentra no Sul e Sudeste do Brasil”, explicou.
Após a apresentação dos projetos, o presidente da Fapespa, Eduardo Costa, acompanhado do professor José Geraldo das Virgens Alves, da UFPA, conheceu os dois espaços que vão abrigar as futuras instalações da universidade. A primeira visita técnica foi à Fonte do Caranã, onde ficará a Casa da Cultura. Em seguida, a comitiva seguiu para o terreno de 30 hectares doado pelo empresário Felício Júnior para abrigar o Instituto de Ciência e Tecnologia. “Salinas vai se consolidar como polo estudantil. Isso vai movimentar a economia, pois muita gente virá morar para cá. Dessa forma, o governo do Estado contribui para o desenvolvimento investindo na potencialidade dessa região, em parceria com a UFPA”, concluiu Eduardo Costa.