Obras do Governo do Pará priorizam a preservação do meio ambiente
O projeto de paisagismo da Nova BR prevê, nos primeiros 10,8 km, o plantio de 26 diferentes tipos de árvores e cerca de 1.600 mudas
Investir na infraestrutura e no desenvolvimento econômico do Estado, mas com estratégias de preservação do meio ambiente, é prioridade para as políticas públicas do Governo do Pará, antes, durante e depois da execução de grandes obras. Todos os projetos executados pelo Executivo só são iniciados após o licenciamento ambiental. O Projeto da Nova BR – a construção de um corredor de tráfego que trará rapidez, comodidade e segurança ao transporte coletivo, criando novos equipamentos na principal via de entrada e saída da capital paraense - é um dos exemplos de investimentos estaduais que apresentam impacto ambiental positivo na Região Metropolitana de Belém.Uma das samaumeiras preservadas pelo governo do Estado no Projeto da Nova BR. A árvore já adaptada ao novo espaço.
“O Projeto prevê uma nova configuração paisagística urbana na extensão da BR-316, ao longo dos primeiros 10,8 km da rodovia. Serão implantadas cerca de 1.600 mudas e 26 diferentes tipos de árvores, como novos componentes paisagísticos. Essa etapa será executada no final da obra”, adianta o engenheiro Eduardo Ribeiro, diretor-geral do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM).Desvio construído na rodovia para facilitar o andamento das obras
Inicialmente, o Projeto da Nova BR previa o corte com supressão vegetal de três samaumeiras (espécie da região amazônica conhecida como “árvore da vida”), por estarem na faixa de domínio das obras. Entretanto, o governo do Estado, em uma operação inédita, decidiu pela manutenção das árvores por meio do transplante e readequação do projeto. “Conseguimos poupar três samaumeiras que seriam sacrificadas. A maior delas transplantamos para o entorno do viaduto localizado na Avenida Mário Covas com a BR-316. Elas estão brotando regularmente e também seguem acompanhadas por inspeções de engenheiros agrônomos. Foi inédito, porque pela primeira vez que foi feito um transplante de uma árvore daquele porte”, ressalta Eduardo Ribeiro.
Contêineres para o descarte correto do material inservível da obraAtualmente, de acordo com o diretor-geral do NGTM, o Projeto está na fase de remanejamento de interferências. “Estamos trabalhando as redes de comunicação de fibra, tubulações de redes de água, tubulações antigas de drenagem. Vamos implantar as novas galerias de drenagem ao longo da rodovia e as faixas exclusivas previstas para a Nova BR”, explica. Todo o material inservível retirado da obra é destinado para áreas licenciadas, como medida de proteção ao meio ambiente.
Mobilidade - Um dos objetivos do Projeto Nova BR é que a população passe a utilizar mais o transporte coletivo, a partir da implantação das melhorias previstas para a rodovia. “Cerca de 20% do tráfego na BR é feito por veículos de transporte coletivo, que transportam aproximadamente 80% das pessoas que transitam na área. Apenas 20% das pessoas que transitam na BR utilizam veículos particulares, que representam 80% dos veículos que trafegam na via”, informa Eduardo Ribeiro.
“À medida que criamos melhores condições de mobilidade na RMB, implantamos um sistema mais rápido, seguro e confortável para os usuários de transporte coletivo. As pessoas podem, então, optar por utilizar ainda mais esse tipo de transporte e deixar os seus carros em casa, o que pode garantir um impacto ambiental importante para a área”, complementa o engenheiro. A nova via garantirá também a circulação segura para ciclistas e pedestres. Serão instalados 13 pontos de passarelas de travessia.
Monitoramento - O Programa de Controle Ambiental do Empreendimento integra o Programa de Monitoramento de Avifauna, uma condicionante da licença de implantação ambiental da obra, devido ao grande porte. “Desde um primeiro momento foi feito um diagnóstico das espécies existentes, da avifauna no entorno da obra, para que ao longo da sua execução a gente consiga avaliar caso haja alguma alteração ambiental”, explica o representante do NGTM. O monitoramento é realizado pela empresa contratada pela execução da obra, a qual envia mensalmente relatórios, que são fiscalizados pela empresa gerenciadora e pelo NGTM.
Formulador do Programa Via Metrópole, o NGTM gerencia a obra de implantação do novo sistema de transporte metropolitano, que tem como condição prévia a melhoria da infraestrutura da Nova BR para comportar a implantação do projeto. O órgão estadual faz a gestão das obras de requalificação da rodovia e a implantação do sistema BRT que transitará pela via. Com fontes de recursos internacionais, cerca de R$ 400 milhões são investidos no Projeto da Nova BR, que busca criar novas condições de mobilidade na Região Metropolitana de Belém. Cerca de 2,5 milhões de pessoas serão beneficiadas pelo Projeto.