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Dia do Psicólogo: profissionais auxiliam no tratamento e recuperação do câncer

Referência em oncologia, hospital oferece suporte psicológico antes, durante e após o tratamento para pacientes e familiares

Por Leila Cruz (HOL)
27/08/2020 13h59

Rivonilda Graim, coordenadora da Divisão de Psicologia do HOLO câncer ainda possui um estigma social por constituir importante causa de mortalidade em todo o planeta. Uma situação que abala as perspectivas de vida dos portadores de câncer e familiares em razão das mudanças e perdas em diversas áreas da vida. Há quem não ouse pronunciar o nome da doença por causa do medo intenso das experiências indesejadas. A maneira como cada indivíduo reagirá ao enfrentamento da nova realidade pode variar conforme a história de vida de cada um, dinâmica social e suporte familiar.

Vidas são modificadas e reorganizadas durante o processo de adoecimento, um novo cotidiano é gerado para atender as necessidades de quem está em acompanhamento. Reações com angústia, tristeza e raiva são muitos comuns e precisam de intervenção psicossocial para que os pacientes tenham uma atitude mais positiva e participativa nos tratamentos. 

Hoje, 27 de agosto, é comemorado o dia do Psicólogo, data de publicação da Lei 4.119/62, que regulamentou a profissão no Brasil. Em Belém, o Hospital Ophir Loyola, referência em oncologia, oferece há 30 anos suporte psicológico antes, durante e após o tratamento para pacientes e respectivos familiares. Atualmente, 30 profissionais e três residentes da área atuam diariamente, 24h por dia, para ajudar enfermos e familiares a se ajustarem à nova realidade que afeta várias dimensões na vida social, familiar, econômica e espiritual. 

A coordenadora da Divisão de Psicologia do HOL, Rivonilda Graim, esclarece que durante o adoecimento, o indivíduo passa por diversas fases, desde a negação até a aceitação da doença e do tratamento. Segundo ela, durante o processo de perda e mudanças, cinco fases (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação) são observadas e apresentadas de forma não linear. 

“Às vezes, apenas uma fase é notada, várias são vivenciadas ou ainda todas são superadas rapidamente até a aceitação pelo enfermo. Não existe uma regra ou ordem a serem cumpridas, apenas profissionais que estudam a mente estão aptos a avaliar e a identificar as fases para entender o processo do adoecer”, explicou.

Paciente Ana Paula e e sua mãe Regina PassosHá um ano, Ana Paula Passos, 32 anos, descobriu o câncer de colo do útero. Antes de receber atendimento com a equipe de psicólogos, sentia-se desconfortável e abalada com o diagnóstico, negando até mesmo receber a assistência. “A equipe me ajudou a ir em frente, abriu a minha cabeça, porque antes eu não aceitava conversar com um psicólogo. Eu comecei a pensar nos meus filhos e na minha mãe, foi quando aceitei o tratamento”, declarou.

Essa situação de negação foi presenciada por dona Regina Passos, mãe de Ana, que a acompanhava no hospital. “O acolhimento e apoio recebidos durante essa dificuldade reduziram os pensamentos negativos e ajudaram a minha filha a aceitar a vida como ela é, porque enquanto há vida, há esperança”, disse. 

O reconhecimento ocorre devido ao apoio dado também aos cuidadores que são coparticipantes de todo o tratamento. Esse é um papel importante desenvolvido pela psico-oncologia que promove a qualidade de vida de todos os envolvidos no processo do adoecimento, auxilia nas situações estressantes e questões envolvidas na cura ou terminalidade do paciente.

Para prestar assistência, é preciso conhecer a evolução e prognóstico do câncer, além da rotina pela qual o paciente será submetido. “Quando o ser humano recebe um diagnóstico tão forte e difícil, precisa ser acolhido porque vários aspectos psicológicos são mobilizados ao longo do trajeto. A intervenção psicossocial adequada é fundamental para uma melhor adesão ao tratamento”, afirmou Rivonilda Graim.