Encontro apresenta oportunidades de crédito para pequenos, médios e grandes empreendimentos
Bancos, financiadora e sistema de crédito cooperativo mostraram alternativas para ativar a economia no cenário da pandemia de Covid-19
O momento atípico que o planeta vive em função da pandemia causada pelo novo coronavírus provoca impactos negativos no setor econômico. Diante desse cenário de desafios, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) realizou, nesta terça-feira (18), uma transmissão ao vivo com representantes de instituições bancárias e de financiamento atuantes no território paraense, com o objetivo de apresentar possibilidades de recursos financeiros aos Arranjos Produtivos Locais (APLs), como empreendedores e produtores rurais.
“Eu acredito que o momento que a gente vive hoje na economia mundial nunca foi previsto. O maior especialista não conseguiria prever o que estamos passando nesse momento em relação às questões econômicas, às questões e cadeias produtivas. Esse evento vem para mostrar que as parcerias são a chave para que a gente possa alavancar a nossa economia e auxiliar os produtores e empreendedores nesse momento de crise”, disse Rafaela Pimentel, mediadora da transmissão e coordenadora de Arranjos Produtivos Locais da Diretoria de Desenvolvimento Industrial, Comércio e Serviço (DDICS), da Sedeme.Representantes de várias instituições mostraram oportunidades de acesso ao crédito para fomento da atividade econômica
Fundo Esperança - O Governo do Estado foi representado pelo Banco do Estado do Pará (Banpará). Cindy Ornela, superintendente de Desenvolvimento Econômico e Social da instituição bancária, apresentou as oportunidades de crédito criadas durante a pandemia e as que já existiam e foram otimizadas, com ênfase ao Fundo Esperança, que já possibilitou o acesso financeiro a mais de R$ 150 milhões por quase 65 mil micro e pequenos empreendedores, trabalhadores informais e da economia criativa.
“O diferencial do Banpará é que temos o foco no desenvolvimento do Estado, e não vamos fazer esse desenvolvimento pura e simplesmente com crédito; vamos fazer esse desenvolvimento oferecendo e dando oportunidade de ‘bancarização’, inclusive para quem não está no mundo digital, o que ainda é a realidade de muitos”, informou Cindy Ornela, ao enfatizar a importância de desburocratizar o acesso ao crédito, abrindo oportunidades a todos.
O Banpará, hoje, está presente em 75% do território paraense, com 127 agências bancárias e 34 postos, distribuídos em 109 dos 144 municípios, em cinco polos regionais. A instituição possui linhas de crédito abertas para Microempresas Individuais (MEIs), pessoas jurídicas e produtores rurais, todas adaptadas para atender a demanda urgente gerada pela pandemia. Os canais de atendimento do Banpará também foram ampliados, podendo ser encontrados por meio de site, portal, call center, SAC, Internet Banking e redes sociais.
Sinalização positiva - Alderglan Teles, superintendente Executivo de Governo da Caixa Econômica Federal no Pará, abordou a transformação necessária para continuar prestando assistência ao público nesse período, principalmente nas regiões mais distantes e de difícil acesso, como o Arquipélago do Marajó. Em sua apresentação, ele mostrou as adaptações nas ações bancárias, como a redução nas taxas de juros; pausas nas operações, estendendo prazos de pagamentos; parcerias com outras instituições, como o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), para gerar ainda mais meios de socorrer o setor empresarial, e os canais digitais criados para facilitar a negociação do cliente com o banco, evitando dessa forma o deslocamento das pessoas e a consequente exposição à contaminação pelo novo coronavírus.
“Tenho certeza que a revolução que a Caixa fez, do ponto de vista tecnológico, com linhas de crédito, com atendimento, são coisas que vieram para ficar. Da mesma forma, o nosso cliente, o nosso empresariado, o nosso comerciante, a nossa pequena indústria têm feio esse movimento, se adequando, se adaptando à nova realidade. Os números do Estado do Pará fazem com que a gente possa perceber o crescimento que está acontecendo no emprego é uma sinalização extremamente positiva, e isso faz parte de todo esse contexto”, ressaltou o representante da Caixa Econômica.
Estudos e projetos - O financiamento de estudos e projetos foi outra forma de financiamento abordado na transmissão. Sediada no Rio de Janeiro, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública ligada ao governo federal trabalha o fomento à ciência, à tecnologia e à inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas.
O representante da empresa no evento, Rodrigo de Lima, gerente adjunto do Departamento Regional do Norte, mostrou uma visão geral sobre os critérios, condições, delimitações e aplicação dos financiamentos. O destaque foi para a modalidade de recursos não reembolsáveis, que a empresa cede e, se aplicado em um projeto desenvolvido, não é preciso devolver. Tecnicamente, a modalidade é chamada de subvenção econômica à inovação.
Segundo Rodrigo de Lima, atualmente há alguns subsídios desta modalidade em aberto, como para materiais avançados, totalizando R$ 5 milhões para micro e pequenas empresas, e mais R$ 5 milhões para médias e grandes empresas. Os projetos podem ser enviados à Finep até 14 de setembro deste ano. “Outro recurso não reembolsável, que também está disponível, é o Programa Finep 2030 Empresarial, para projetos no setor automotivo, com solicitações que vão de R$ 200 mil a R$ 3 milhões”, informou o gerente adjunto.
Produtor rural - O Banco da Amazônia (Basa), representado pela gerente Leila Oliveira, apresentou a estratégia voltada ao atendimento dos ramos mais afetados financeiramente com a interrupção de diversas atividades devido à pandemia, dando ênfase ao produtor rural.
O Basa tem forte atuação no campo e, segundo a gerente, “dos estados do Norte, o Pará é o que possui três superintendências regionais, com 42 agências. No Estado nós representamos 73% do crédito de fomento aplicado pelo Banco da Amazônia”, informou Leila Oliveira, ao detalhar a atuação do Banco para viabilizar o prosseguimento do trabalho com os APLs.
Crédito cooperativo - Sistemas de crédito cooperativo também foram mostrados no evento. Emerson Viana, assessor de Negócios do Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo), apresentou soluções financeiras para o agronegócio por meio de empréstimo de custeio, investimento, comercialização e industrialização, voltados para feiras, cooperativas, indústrias e mercados.
Já o Sistema de Cooperativas de Crédito (Sicoob), considerado um dos maiores sistemas cooperativos do Brasil, fez um resumo do portfólio de produtos e serviços que possui, também destinados aos Arranjos Produtivos Locais, com mais de 100 linhas de crédito. “Gostaria de agradecer à Sedeme, e ao Governo do Pará, pela oportunidade de levar informações importantes sobre as instituições financeiras aos setores produtivos da região. Muitas vezes falta um canal como esse, que a Secretaria organizou, para levar ao conhecimento da população aquilo que as instituições financeiras já têm disponíveis”, disse Lucas Gelain, diretor-presidente do Sicoob Transamazônica.
O evento está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=LojexgkJ6SA