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Pela segunda vez em 2020, detentos e servidores fazem curso de inteligência emocional

Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) garante a participação de 48 unidades prisionais, das 49 do estado

Por Vanessa Van Rooijen (SEAP)
18/08/2020 16h47

Um total de 469 internos e 711 servidores participam do treinamento, cujas aulas são realizadas nos espaços educacionais das unidades Desde sábado (15), e até este domingo (23), custodiados que cumprem pena e servidores participam, gratuitamente, de um curso de imersão conhecido como método CIS (Coaching Integral Sistêmico).

O método CIS é um programa de Inteligência Emocional promovido pela Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico. O curso consiste num conjunto de mudanças, que pode ser aplicado em diversos momentos da vida de uma pessoa.

A ideia é de que a pessoa assuma o controle de sua vida, coloque seus objetivos em prática, a partir de ferramentas científicas para gerenciar a razão e a emoção, de modo a eliminar obstáculos que impedem o indivíduo a ter relações bem-sucedidas no campo social, profissional e dos relacionamentos familiares.

TREINAMENTO

De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), 469 internos e 711 servidores participam do treinamento, cujas aulas são realizadas nos espaços educacionais das unidades penitenciárias. Do total de 49 casas penais do Pará, 48 são contempladas com a capacitação ministrada pelo professor Paulo Vieira, especialista na aplicação do Método C.I.S. 

O curso tem a interlocução do agente federal de Execução Penal e colaborador da Seap, Maycon Rottava, e do titular da Vara de Execução Penal na Região Metropolitana de Belém (RMB), juiz Deomar Barroso. “O que a gente quer é mudança de vida, que os internos mudem a vida deles, de suas famílias, de seus vizinhos”, afirmou o magistrado.

”É maravilhoso. Eu estou fazendo pela segunda vez. A gente sabe que o impacto é violento na nossa vida, que muda mesmo, é uma coisa de Deus mesmo. Espero que nós possamos crescer mais e mais e que as pessoas não voltem a cometer delitos. Esse é o nosso grande objetivo, a ressocialização”, acrescentou titular da Vara de Execução Penal da RMB.

O curso já havia sido ministrado no sistema penitenciário paraense em junho deste ano, quando a Seap enfrentou as barreiras impostas pela pandemia da Covid-19 e promoveu a primeira edição para 350 internos e 150 servidores. À época, o Pará foi o Estado que apresentou o maior índice de participação no curso entre a população carcerária do Brasil. 

REINSERÇÃO SOCIAL

Maycon Rottava observa o compromisso da Seap com o sistema penitenciário paraense ao ofertar o curso, pela segunda vez, em menos de dois meses. “Em sua segunda edição, o curso fortalece mais ainda a proposta da secretaria de fortalecer as ações direcionadas à reinserção social, oferecendo, dentre outros cursos de médio e longo prazos, um intensivo sobre autoconhecimento, desafios, entre outras ferramentas para desenvolvimento pessoal”.

Trinta internos e quatro servidores do Centro de Recuperação Masculino de Vitória do Xingu (CRMV), no sudeste do Pará, participam desta segunda edição. 

Diretor do CRMV, Eliomar de Oliveira enfatiza a chance do novo aprendizado para apenados e funcionários da unidade. “É o segundo curso oferecido em nossa unidade e com isso oferecemos um conteúdo de qualidade para os nossos servidores e internos. É um ganho para a unidade e uma oportunidade de aprendizado para todos que participam”.

Chefe de Reinserção Social da Central de Triagem Metropolitana III (CTM III), Eduardo Moscoso ressalta os benefícios assegurados pela capacitação. ”É muito válida a participação tanto de servidores quanto de internos do CTM III, em virtude de que o curso nos permite refletir sobre nossas ações do dia a dia, tanto profissionais quanto na área familiar, para que possamos melhorar nosso desempenho nas duas áreas”.

Um total de 24 pessoas participam da capacitação no CTM III. São 11 pessoas privadas de liberdade e 13 servidores.

A Seap reitera que a oferta do curso faz parte do trabalho maior feito pelo Governo do Pará, no esforço coletivo de possibilitar a real ressocialização para os custodiados, a fim de que eles possam retornar à sociedade capacitados e preparados para a inserção no mercado de trabalho e, assim, seguirem suas vidas dentro da legalidade, sem reincidências criminais. 

A aplicação do método CIS nas unidades prisionais é mais uma tentativa de gerar transformações positivas na vida das pessoas privadas de liberdade, bem como daquelas que trabalham e mantém o sistema penitenciário paraense.