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Governo do Pará inaugura primeiro Laboratório da Qualidade do Leite da Região Norte

Por Redação - Agência PA (SECOM)
12/05/2017 00h00

Presente na mesa do brasileiro seja na forma de seus derivados - como o queijo e a manteiga – seja para pra dar um toque especial àquele cafezinho, o leite é um dos produtos de consumo mais amplo no País. E o paraense não foge a regra. Na culinária regional ele é indispensável ao preparo de sobremesas bastante apreciadas, como pavês, pudins, doces e sorvetes feitos a base de frutas regionais.

Apesar de ser tão comum, pouca gente sabe a exata trajetória do leite e de seus derivados até chegarem à mesa do consumidor. No Pará, a cadeia produtiva do leite, vive um momento histórico. Na manhã desta sexta-feira,12,o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), inaugura, com a presença do governador Simão Jatene, o primeiro Laboratório da Qualidade do Leite da Região Norte.

Demanda antiga de produtores locais, o Laboratório vai rastrear a produção leiteira paraense, garantindo o controle e conferindo-lhe selo de qualidade. Atualmente, os produtores encaminham suas amostras para laboratórios sediados em outras regiões do país. A partir da implantação do centro em Belém, essas análises serão feitas de forma mais ágil e menos onerosa, permitindo um controle maior e mais eficiente, garantido a segurança e qualidade do leite produzido na região.

O Laboratório é resultado de um esforço conjunto do governo estadual - por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), que investiu mais de R$ 2,3 milhões na implantação do espaço, e da Fundação Amazônia Paraense de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), que adquiriu os mobiliários - e do governo federal, por meio do Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento (Mapa), responsável pela aquisição dos equipamentos de diagnóstico. A coordenação é de responsabilidade do Programa de Ciência e Tecnologia de Alimentos, da Universidade Federal do Pará (UFPA).

A coordenadora do espaço, Luíza Helena Meller da Silva, explica que “os principais problemas encontrados na produção de leite cru estão vinculados à auência de boas práticas de manipulação e fabricação, fatores que comprometem a qualidade do leite e posterior processamento. A partir do controle e análise rotineira da matéria-prima é possível criar estratégias e capacitar os produtores para melhoria da qualidade do produto e, consequentemente, aumento de produção, já que todo o leite produzido poderá ser processado”.

A expectativa da coordenadora e dos demais envolvidos nesta inauguração é de que o laboratório possa contribuir para a melhoria da qualidade da cadeia produtiva do leite e na verticalização sustentável dos processos e produtos elaborados a partir dessa matéria-prima, tornando a Região Norte uma referência no setor.

O titular da Sectet, Alex Fiúza de Mello, destaca a importância do Laboratório do Leite para modernização da produção leiteira paraense. “Sem leite de qualidade não se consegue produto de qualidade, e produto sem qualidade não gera preços compensadores. A conseqüência disso é a baixa remuneração do produtor. Ou seja, é preciso mudar toda a cadeia para que todos saiam ganhando”, ressalta o secretário.

Para o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Luiz Pinto, o laudo emitido pelo laboratório possibilitará aos produtores a negociação de melhores preços e a comercialização em todo o Brasil. “É uma obra de fundamental importância e um grande passo para que produtores e indústrias de laticínios consigam aumentar os índices de produtividade, melhorando a qualidade da matéria-prima e dos produtos derivados, como queijos, iogurtes e coalhadas”, enfatiza.

Funcionamento - O otimismo com a implantação de um centro destinado a melhorar a qualidade da produção leiteira no Pará se justifica. Um leite de baixa qualidade causa grandes perdas econômicas ao setor, representa um risco à saúde pública, inviabiliza a conquista de mercados mais lucrativos e compromete a credibilidade da cadeia produtiva.

No laboratório será possível analisar a qualidade do leite cru produzido (contagem de bactérias totais e células somáticas), a composição centesimal (gordura, lactose, extrato etéreo, etc.) e também os produtos derivados (leite processado, queijo, iogurte, etc.) com relação à tabela nutricional, perfil de ácidos graxos e teor de vitaminas, entre outros.

Além disso, juntamente com as agências reguladoras, o laboratório promoverá treinamentos para os responsáveis técnicos das empresas e produtores para que eles estejam aptos a fazer a coleta “in loco”. A partir daí, os técnicos farão a solicitação das análises via e-mail e o laboratório encaminhará o material para a coleta, devidamente identificado, às empresas/fazendas via Correios. Coletada as amostras, elas serão encaminhadas ao laboratório para as análises devidas. Dependendo da região, o transporte poderá ser feito via aérea ou terrestre.

Em curto prazo, será possível melhorar a base do processo a partir do controle zootécnico e da avaliação da qualidade microbiológica, físico-química e microscópica do leite paraense. Em médio prazo, isso possibilitará a criação de estratégias para agregar valor ao leite, contribuindo para a verticalização da cadeia e, dentro de alguns anos, o investimento em uma linha própria de produtos, passíveis de serem comercializados no mercado.

Em breve também, a unidade fará parte da Rede Brasileira de Qualidade do Leite, vinculada ao Mapa, e criada para monitorar a qualidade do leite cru produzido no País. Dessa forma, o Laboratório paraense estará apto a atender as necessidades dos pequenos, médios e grandes produtores, assim como das indústrias que trabalham com lácteos, conferindo-lhes certificação. Para os empresários, a certificação permite ampliar o mercado consumidor e exportar para outras regiões. As empresas, por sua vez, poderão se tornar mais competitivas ao ampliar a capacidade produtiva, reduzir custos e melhorar a qualidade dos produtos.

* Com as colaborações de Ascom/Adepará e Ascom/PCT Guamá