Programa de Resistência às Drogas forma mais 140 estudantes
A Escola Municipal Terezinha Souza, no bairro Castanheira, em Belém, há dois anos participa das atividades do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). Na manhã desta sexta-feira (12), 140 alunos da instituição participaram da formatura de mais um ciclo do programa, que buscar desenvolver o senso crítico em crianças e jovens para a prevenção do uso de drogas e da violência nas escolas. A cada curso, ficam mais evidentes o crescimento do público e a mudança na vida dos participantes, tanto em casa quanto em sala de aula.
“O meu filho antes era muito calado. Nunca falava muito sobre a escola ou o que fazia aqui. Nós sentíamos que ele também era um pouco estressado. Depois das aulas do Proerd nós percebemos que ele começou a se tornar um pouco mais comunicativo, e inclusive, pela primeira vez, fez questão que nós viéssemos para um evento como esse. Sem dúvida esta foi uma mudança muito grande para todos nós, e fizemos questão de estar aqui”, disseram Vanessa Gomes e Waldison Bohadana sobre o filho Henrique Bohadana, 12 anos.
Na plateia, Henrique cantou e aplaudiu, interagindo com as outras crianças, sem lembrar o menino fechado e pouco sociável descrito pela mãe.
Formação - O programa já foi responsável pela formação de 16.730 crianças e jovens, de 202 escolas em 28 municípios paraenses. Deste total, 4.114 alunos são de 33 escolas da Região Metropolitana de Belém. No interior, o número sobe para 10.491 alunos em 167 escolas atendidas. Ao todo, 83 instrutores ficaram responsáveis pelas formações - 24 na capital e 59 no interior. A Escola Terezinha de Souza tem quatro turmas com 140 alunos. A região de comando da Polícia Militar é o CPC (Comando de Policiamento da Capital), a cargo do 1° Batalhão de Polícia Militar (BPM). O responsável pelas palestras na escola é o 3° sargento Rosinaldo Maciel.
Durantes as aulas, os alunos das turmas do 5º, 6º e 7º ano assistem a aulas sobre os malefícios das drogas, suas consequências sociais e os impactos negativos na família e na escola.
“O Proerd é aplicado exclusivamente pela Polícia Militar, por isso temos instrutores policiais treinados para esta função, e que ajudam na proximidade e diálogo com a sociedade. Eles conseguem preparar as crianças para fazer a escolha certa quando se depararem com alguma situação relacionada a drogas ou mesmo de violência na escola. Esta é uma maneira de conseguirmos prevenir não apenas o uso de entorpecentes, mas evitar que o tráfico alcance estes jovens”, ressaltou a major da PM Vigília Santarém, coordenadora operacional do Proerd.
Diálogo aberto - O sargento Rosinaldo Maciel já foi instrutor de oito turmas desde o ano passado, cada uma com 140 alunos, totalizando 1.120 jovens atendidos. “No decorrer destes meses nós temos aplicado os nossos conceitos na sala de aula e tivemos uma boa recepção por parte dos alunos, principalmente falando abertamente sobre a relação entre as drogas e a violência. É gratificante ouvir os relatos dos pais sobre o quanto seus filhos melhoraram, e explicando sobre o que aprenderam na escola”, contou o sargento.
Carolina Silva dos Santos, 10 anos, do 5º ano, é a autora da melhor redação sobre o programa na escola, e teve a oportunidade de ler seu texto para todos os alunos. Apesar da pouca idade, a menina fala com segurança sobre os problemas que escolhas ruins podem trazer para as crianças.
“Aqui eu aprendi muito sobre as escolhas. E isso pode ser até mesmo quando estamos na sala de aula e os nossos colegas fazem algo que pode nos atrapalhar nos estudos, ou mesmo quando alguém oferece bebidas alcoólicas, cigarro ou qualquer tipo de droga. Nós precisamos evitar isso, e também explicar para os nossos amigos o quanto essa atitude é importante”, frisou Carolina.