Aldeias indígenas Cajueiro e Teko-haw recebem ação de saúde
Índios das aldeias Cajueiro e Teko-haw da etnia Tembé, do município de Paragominas, receberam diversos atendimentos médicos, nos dias 10 e 11, numa “Ação de Saúde” que contou com a participação da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) por meio do Departamento Estadual de Vigilância e Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), através da coordenação do Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá Tocantins (DSEI).
A ação realizou 255 atendimentos que foram feitos por uma equipe multiprofissional de médicos da atenção básica e especialistas em ginecologia e pediatria, biomédicos, enfermeiros, antropólogos, assistentes sociais, cirurgiões dentistas, psicólogos, nutricionistas, técnicos em patologia clinica, técnicos de enfermagem e agentes indígenas de saúde. O evento contou com o apoio da Universidade Federal do Pará (UFPA) através do Laboratório de Genética Humana e Médica e do Departamento da Saúde do Ministério da Saúde.
“Além de medicamentos, a Sespa doou sete cadeiras de rodas para os indígenas com necessidades especiais. Mais de 380 testes rápidos de hepatites B e C, HIV e Sífilis foram realizados. Durante as atividades, foram desenvolvidas palestras de orientação de hepatites e rodas de conversas”, contou Cisalpina Cantão, coordenadora estadual de Hepatites Virais.
Não é a primeira vez que uma “Ação de Saúde” como essa é realizada em aldeias indígenas. Desde 2012, a Secretaria vem desenvolvendo ações com o objetivo de fortalecer o combate às doenças nas comunidades indígenas. Assim, proporcionando condições de prevenção para os agravos, além de contribuir para o planejamento de outras ações. “Foram mais de quarenta profissionais envolvidos empenhados em oferecer serviços de atenção básica e média complexidade, visando minimizar demandas reprimidas de saúde e melhor qualidade de vida dos povos indígenas”, disse Stanney Nunes, coordenador do DSEI Guamá-Tocantins.
Dados - No Pará, somente em 2015, foram diagnosticados 25 jovens que desenvolveram Aids e outros 61 portadores de HIV. No ano seguinte, 20 novos casos de Aids e 56 de HIV foram confirmados no estado. No mesmo ano, 506 pessoas desenvolveram a doença e outras 718 descobriram ser portadoras do vírus HIV, somando todas as idades.
No entanto, a faixa etária que predominantemente convive com o vírus HIV no Pará está entre 20 e 34 anos, totalizando 1.343 casos somados de 2012 a 2016. Na sequência, figuram as faixas de 35 a 49 anos; 50 a 64 anos; 65 a 79 anos e acima de 80 anos. No Estado, o número total de casos vem oscilando em função das campanhas em favor do diagnóstico precoce, o que favorece a qualidade de vida de quem recebe o diagnóstico precoce de HIV, quando a doença ainda apresenta percentuais baixos de carga viral.
Ainda em função do estímulo ao diagnóstico precoce, os casos de hepatite têm diminuído no Pará. Em 2015, foram 1.102 casos da doença, dos quais 476 do tipo A, 386 do tipo B, 239 do tipo C e um caso somando os tipos B e D. No ano seguinte, os casos somaram 748, divididos entre os tipos A (129), B (342), C (276) e um caso somando os tipos B e D. Este ano, até o momento, já são 17 casos confirmados de hepatites no Pará, dos quais 13 positivos para B, três para C e um para o tipo A.