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Feira e delivery garantem fornecimento de ostras e farinha durante a pandemia

Com apoio da Emater, agricultura familiar se organiza e começa a usar o serviço de entrega ao consumidor

Por Aline Miranda (EMATER)
20/07/2020 10h38

Ao longo da pandemia provocada pelo novo coronavírus, a população de Bragança, município do nordeste paraense, continua tendo acesso com preço justo ao produto mais famoso da agricultura familiar local, a farinha d’água, e também a outra iguaria: ostras in natura.

A venda direta ao consumidor se mantém por meio da Feira do Agricultor Familiar, que ocorre todo sábado. A novidade, para contornar a quarentena e o distanciamento social, é o delivery, pelo qual os agricultores combinam a entrega em domicílio ou em pontos estratégicos.Com medidas restritivas, a Feira do Agricultor Familiar se mantém em Bragança todos os sábados

Todo esse processo é resultado da parceria dos próprios agricultores, representados pela Comfaf (Comissão da Feira do Agricultor), com o escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), Fundação Cáritas Diocesana de Bragança e Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR). A Prefeitura apoia no transporte de mercadorias.

“Trabalhamos por encomenda, e essa modalidade só vem se intensificando. Por semana conseguimos vender, em época normal, até 30 quilos de farinha d’água lavada, já que nosso carro-chefe é a mandioca”, conta a agricultora Ariane Pereira, que mora e produz no KM-21 da Comunidade Montenegro. Na família são sete adultos (pais e filhos) e uma criança (Paulo Henrique, 8 anos, filho de Ariane). Eles produzem vários tipos de farinha (com coco, de tapioca etc.), além de milho, feijão, beiju e macaxeira.

São 45 famílias de 18 comunidades, com uma oferta mensal superior a cinco toneladas de alimentos. Além da farinha e da ostra, há ovo caipira,  frutas da estação, maniva (folha da mandioca) e tucupi. “Algumas comunidades distam 60 km da sede do município, inclusive de caminho pelo Rio Caetés. Se não fosse a junção de esforços, nunca que o consumidor final conseguiria comprar com regularidade esses alimentos saudáveis e de qualidade”, ressalta a técnica social do escritório local da Emater, Maria Conceição Sampaio.Com a parceria da Emater, produtos saudáveis são oferecidos toda semana ao consumidor

Segundo ela, é importante o espírito de coletividade despertado com a organização social e a proposta de Economia Solidária. “Os agricultores passaram a se entender como ‘uma grande família’. Reconhecem que crescer junto é mais vantajoso do que tentar sozinho. A ideia é que a agricultura se fortaleça como um motor cultural e socioeconômico de Bragança inteira”, acrescenta.

Feira e delivery - Na pandemia de Covid-19, a Feira do Agricultor Familiar reduziu a estrutura em 85%, para evitar aglomerações, mas nunca deixou de funcionar todo sábado, das 5 às 10 h, na Travessa Coronel Antônio Pedro, em frente à sede do STTR. O funcionamento obedece às medidas preventivas, como uso de máscaras e álcool em gel.

O evento, que no próximo 25 de julho completará 11 anos, significa um lucro de até 70% para os agricultores, conforme estimativa da Emater. “É uma oportunidade especial tanto para os agricultores, quanto para os consumidores, em termos de aquisição e de comunicação. Podemos dizer, assim, que Bragança não ficou desabastecida em nenhum instante. Quando mais a população precisou de nutrição com saúde, o que reforça o sistema imunológico, a agricultura familiar, com a assistência da Emater, não se ausentou”, afirma o engenheiro agrônomo da Emater Adriano Fonseca.

As dificuldades provocadas pelo momento de crise também anteciparam a adesão ao sistema de delivery. As instituições parceiras ordenaram as informações de contato dos agricultores, listaram os produtos e preços, e divulgaram uma lista. Os consumidores escolhem os produtos e o horário de entrega, e entram em contato com os fornecedores via whatsapp ou ligação telefônica. O serviço tem feito tanto sucesso que há agricultores fazendo 40 entregas por dia.

Ostras - Um produto diferenciado que compõe a cartela de comercialização em Bragança são ostras in natura, produzidas pela Associação dos Agricultores e Aquicultores de Nova Olinda (Agromar), em Augusto Corrêa, município vizinho a Bragança, atendida pela Emater.Produtores de ostras da Agromar, de Augusto Corrêa, continuam as vendas na pandemia

Apenas em junho foram vendidas 275 dúzias de ostras, com faturamento de R$ 3.575,00 para os 15 produtores associados. Nesta primeira quinzena de julho, já foram comercializadas 141 dúzias. A expectativa da Emater é que julho supere o mês anterior. “Tomamos a frente de uma campanha: confecção de cards, publicações nas redes sociais, listas de transmissão, divulgação em rádios. É possível afirmar que hoje o consumidor já sabe com exatidão onde, de quem e como adquirir”, explica o engenheiro de Pesca da Emater, Leonardo Miranda.

Para o produtor Carlos Jorge Cruz, “a melhor saída para o ostreicultor neste período de pandemia tem sido a negociação pela internet. É uma ferramenta que veio para ficar”.

Serviço: Mais informações acerca dos produtos disponíveis e dos canais de comercialização pelos números e whatsapps: (91) 98090-3313 (Adriano Fonseca), (91) 98185-1072 (Maria da Conceição Sampaio) e (91) 98301-5553 (Leonardo Miranda).