Aplicação da Nova Agenda Urbana na Amazônia é discutida em Belém
A implementação da Nova Agenda Urbana, documento com diretrizes e objetivos para alcançar sustentabilidade e qualidade de vida nas cidades, elaborado pela Organização das Nações Unidas para Assentamentos Urbanos (ONU Habitat), foi tema de reunião técnica durante encontro realizado nesta quarta-feira (17), em Belém, no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. Ao todo, cerca de 60 especialistas de diversas instituições públicas e privadas debatem o tema, buscando identificar fontes de financiamento de projetos, e promover maior integração e sinergia entre as ações.
Estão presentes, por exemplo, representantes da ONU Habitat, PNuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), empresários, gestores de prefeituras e governos estaduais da Amazônia, além de membros de organizações do terceiro setor.
A reunião também representa um desdobramento da proposta feita pelo Pará durante a III Conferência das Nações Unidas para a Habitação e o Desenvolvimento Urbano Sustentável (III ONU Habitat), realizada em Quito, capital do Equador, em outubro do ano passado. Durante o encontro, está sendo discutida a formação do chamado Ecossistema de Fundos, elaborado conceitualmente pelo Instituto Dialog, em parceria com a ONU Habitat. O sistema se fundamenta na premissa de que pode existir complementariedade entre as ações, sempre pensadas de forma articulada.
Harmonia e sustentabilidade - O governador do Pará, Simão Jatene, lembrou que a Amazônia precisa, antes de tudo, ser base de vida digna para as pessoas que vivem na região, e que para isso é preciso reunir esforços na busca do desenvolvimento harmônico e sustentável. “Essa conclusão nos empurra para a direção de que a Amazônia pode e deve contribuir para o desenvolvimento dos países à qual pertence; pode e deve contribuir em escala global para a construção de um planeta melhor; para a reprodução da própria vida no planeta, mas para isso só temos um caminho, que é o nosso próprio desenvolvimento”, defendeu Jatene.
O governador acredita que essa é a única forma ética para a Amazônia contribuir para o desenvolvimento dos países, e que este é um desafio que deve ser encarado de forma global. “Momentos como esse encontro enchem o coração de esperança. Porque eu acho que nós estamos tentando ousar e avançar também na questão de como construir novas formas de gestão e governança, porque nós entendemos que a velha forma de governança não tem condições de subsidiar um padrão de novo desenvolvimento”, afirmou Simão Jatene, para quem a sociedade precisa passar por uma tripla revolução, pelo conhecimento, pela produção e por novas formas de gestão e governança.