Webinário debate perspectivas de mercado no Estado durante e após a pandemia
Encontro virtual reuniu mais de 40 participantes, representantes da Sedeme e líderes experientes do ramo empresarial
Representantes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará (Sedeme) e empresários do Estado discutiram, nesta terça-feira (7), as tendências e perspectivas de mercado durante e após a pandemia da Covid-19. O webinário reuniu mais de 40 participantes, foi transmitido ao vivo e está disponível para visualização na página da secretaria, no Youtube.
Luciana Centeno, coordenadora de Mercado da Diretoria de Desenvolvimento da Industria, Comércio e Serviços da SedemeA coordenadora de Mercado da Diretoria de Desenvolvimento da Industria, Comércio e Serviços da Sedeme, Luciana Centeno, fez um balanço positivo do seminário virtual.
“Foi um evento muito importante para aproximar nosso contato com o empresariado paraense, no sentido de construir políticas e programas para o fortalecimento de diversos setores. Todos são muito importantes para nós, então, queremos que saibam que estamos à disposição para trabalhar projetos em conjunto”, disse.
Representando o órgão anfitrião do evento, o secretário adjunto da Sedeme, Carlos Ledo, deu início a rodada de palestras, fazendo uma exposição geral das cadeias prioritárias do Estado, como açaí, cacau, grãos, mandioca, palma e pecuária, mostrando, em números, a representatividade de cada uma no processo de exportação. Os programas de atuação da Secretaria, criados antes e durante a pandemia, também foram mencionados.
Secretário adjunto da Sedeme, Carlos LedoLedo citou o “Crédito do Produtor”, financiamento disponibilizado pelo Estado, através da Sedeme em parceria com o Banco do Estado do Pará (Banpara) e a Vale, com o intuito de custear gastos e despesas de empreendimentos econômicos planejados para o desenvolvimento, diversificação e transformação da base produtiva do Pará, promovendo geração de renda e emprego. O Programa Retoma Pará e o Fundo Esperança, ambos implementados durante a pandemia da Covid-19, também foram apontados. Entre outros pontos, as ações buscam dar apoio ao segmento empresarial local, seja com linhas de créditos ou na retomada gradual de suas atividades comerciais.
Digital
O encontro teve prosseguimento com Rubens Magno, superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PA), que é parceiro da Sedeme. O palestrante tratou sobre a necessidade de transformação digital das empresas. Segundo ele, há tempos, o Sebrae já percebia a necessidade das organizações começarem a investir tempo e recurso na área digital, e a pandemia só fez encurtar esse processo.
Rubens fez um comparativo para ilustrar o quanto o setor tem conseguido fazer essa migração: nos meses de março, abril, maio e junho de 2019, o portal do Sebrae teve 46.601 acessos e, este ano, nesse mesmo intervalo, já foram 74.392 sessões na plataforma da superintendência. “Um aumento de 60% mostra que as empresas começaram a buscar dentro desse processo digital a possibilidade de criar novos caminhos para o seu negócio”, acredita o superintendente.
Os impactos globais e visões para recuperação do potencial econômico foram temas abordados por outro experiente no ramo empresarial. Luiz Claudio, líder da área de governo e setor público da multinacional Ernst & Young, avalia o distanciamento social como uma das mais profundas transformações trazidas pelo “novo normal”, que impactou drasticamente a mobilidade das pessoas, causando um efeito cascata em todos os segmentos da economia.
O representante da empresa visualiza alguns potenciais cenários de recuperação, que devem variar de país para país, região para região, mas que, de um modo geral, ele acredita que ainda é um futuro incerto. “A economia global está passando pela pior recessão que nós tivemos desde a ‘Grande Depressão', sendo que neste período da pandemia há uma redução de mais de 20% do PIB, gerando desemprego e impactos profundos nos países”, alerta Luiz Claudio.
A presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Helena Trajano, encerrou a sequência de palestras, compartilhando experiências e falando da necessidade de se reinventar perante o momento. Para ela, “a crise acelerou aquilo que veio para ficar, o digital. Mão é só uma plataforma ou um aplicativo, o digital é um modo de viver, uma cultura que veio para simplificar”, declara.
A empresária também chamou atenção para dois fatores que estão sendo colocados em questão durante a crise, saúde e gestão, deixando claro que a primeira é a mais importante e deve vir em primeiro lugar. A palestrante acredita que ações de cidadania e políticas públicas são fundamentais nesse momento a exemplo do “Mulheres do Brasil”, grupo que objetiva engajar a sociedade civil na conquista de melhorias para o país e que vem sendo bastante atuante no cenário atual do Brasil.
“Eu quero convocar vocês nesse momento a ter muita união. Os empresários estão muito colocados nisso, estão muito voltados sabendo que eles têm que ajudar o todo a crescer. Temos que aproveitar esse momento de tanta dor e sair melhor do que a gente entrou, muito melhor”, finalizou Helena, dando uma injeção de estímulo nos mais de 40 inscritos que participaram do webnário.