Trabalho da Sespa contra escalpelamento é reconhecido pela Marinha
A Coordenação Estadual de Mobilização Social, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), foi homenageada pela Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR) nesta segunda-feira (22), com o Diploma "Amigo da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental", em comemoração aos 171 anos do órgão militar, parceiro da Sespa no combate aos acidentes com escalpelamento nos rios paraenses.
A coordenadora estadual de Mobilização Social, Socorro Silva, recebeu o diploma, em nome da Sespa, entregue pelo comandante do 4º Distrito Naval, vice-almirante Alipio Jorge da Silva, durante solenidade realizada na sede da CPAOR, em Belém. “O prêmio é um reconhecimento da dedicação da Sespa, parceiros e apoiadores. A política de prevenção possui uma marca muito dolorida em nossos rios, mas que estamos buscando erradicar. Estou honrada em receber uma premiação desta magnitude. Sou marajoara, e esse meu empenho é minha paixão. É a contribuição que faço para minha região de origem”, disse Socorro Silva, que dedicou a homenagem “às mais de 400 vítimas de escalpelamento no Pará e aos nossos parceiros, membros da Comissão Estadual de Enfrentamento aos Acidentes com Escalpelamento”.
A coordenação de Mobilização Social, inserida na Diretoria de Políticas de Atenção Integral à Saúde (DPAIS), vem realizando reuniões com sua rede de parceiros e propondo descentralizar o fornecimento da cobertura de eixo de embarcações, para que o serviço chegue mais rápido à população ribeirinha. “O trabalho de combate ao escalpelamento foca não só na rede de prevenção, como também na rede de cuidados. O exemplo disso é o processo de qualificação dos profissionais da saúde para o primeiro atendimento e a conquista do implante de orelhas”, contou Socorro Silva.
Enfrentamento - A Política de Enfrentamento aos Acidentes de Motor com Escalpelamento foi implantada pelo Governo do Pará com o objetivo de garantir às vítimas o direito à assistência, além de promover a conscientização da população, por meio de campanhas, e a mobilização da sociedade, junto com gestores municipais. A iniciativa do Estado também visa ampliar a cobertura do eixo do motor e fiscalizar as embarcações, em parceria com a Capitania dos Portos.
“Estamos trabalhando mais firmemente na formação de uma rede de parcerias em todos os campos. Assim aprimoramos essa busca na conscientização pública ribeirinha e a sensibilização dos gestores municipais, para que não esqueçam que a política de prevenção precisa acontecer cotidianamente”, acrescentou a coordenadora estadual de Mobilização Social.
Conscientização – No campo preventivo, a Sespa vem se empenhando em combater o escalpelamento sobretudo a partir de 2008, quando foi criada a Comissão Estadual de Erradicação dos Acidentes com Escalpelamento, que já promoveu, entre outras ações, a cobertura de carenagens, feita por militares da Capitania dos Portos, responsável pelas ações de segurança nos rios do Pará, e a colocação de proteção no eixo do motor, procedimento feito em parceria com a Sespa, que desde 2009, por meio de lei federal, tornou-se obrigatório. Desde então, mais de 3 mil embarcações receberam proteção nos eixos. A instalação não tem custo para o dono da embarcação, porque é patrocinada por empresas privadas.
Grande parte das vítimas é oriunda do Arquipélago do Marajó e do oeste paraense. Ao todo, 42 municípios registram as maiores incidências desse tipo de acidente. De 1982 até dezembro de 2014 foram registrados 409 casos de escalpelamento. Em 2015 ocorreram 11 casos, e em 2016 houve seis registros. Este ano, até o momento, nenhum caso foi registrado.