Ribeirinhas participam de roda de conversa sobre violência sexual
Uma roda de conversa com as mulheres ribeirinhas na ilha do Combu, nesta quinta-feira (7), marcará o encerramento da programação dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher no âmbito da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A ação será realizada em parceria com o Pro Paz, Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) e Tribunal de Justiça do Estado (TJE).
A roda de conversa acontecerá na Unidade de Saúde da ilha do Combu e tem o objetivo de dialogar com a população feminina ribeirinha sobre o tema “Violência Sexual e Doméstica”, considerando a Lei Nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha), que foi sancionada no dia 7 de agosto de 2006 e é uma importante aliada das mulheres na busca pelos seus direitos, além de forte instrumento de combate a esse tipo de violência.
Além do debate, serão desenvolvidas atividades de educação e saúde, com atenção à saúde da mulher ribeirinha, e oferecidos serviços como testes rápidos de hepatites virais, avaliação e orientação nutricional, aconselhamento sobre doenças crônicas, e pré-natal e planejamento reprodutivo, assim como exame preventivo do câncer de colo de útero (PCCU). E ainda será disponibilizado um espaço para divulgação e comercialização de artesanatos e culinária produzidos pela população local.
Pela Sespa, participarão, ainda, as Coordenações Estaduais de Nutrição, Doenças Crônicas não Transmissíveis, Mobilização Social, Saúde Indígena e Populações Tradicionais, todas ligadas ao Departamento de Atenção à Saúde (Dase) e à Diretoria de Políticas de Atenção Integral à Saúde (Dpais); e a Coordenação Estadual de Hepatites Virais ligada ao Departamento de Epidemiologia e Diretoria de Vigilância em Saúde.
A coordenadora estadual de Saúde da Mulher, Gabriela Góes, informou que a Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, lançada pela Organização das Nações Unidas (ONU), é uma mobilização internacional, praticada simultaneamente por diversos segmentos da sociedade civil e poder público engajados nesse enfrentamento.
Desde sua primeira edição, em 1991, a campanha já conquistou a adesão de cerca de 160 países. “Mundialmente, a Campanha inicia em 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, e vai até 10 de dezembro, que é o Dia Internacional dos Direitos Humanos, passando pelo dia 6 de dezembro, que é o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher”, acrescentou a coordenadora da Sespa.
Segundo Gabriela, no Brasil, a Campanha acontece desde 2003 e, para destacar a dupla discriminação vivida pelas mulheres negras, as atividades começam em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. "As mulheres negras são as que estão na base da pirâmide social e, por conta disso, são as maiores vítimas da violência de gênero", observou Gabriela.
De acordo com dados do Pro Paz Integrado Mulher, de março de 2012 a outubro de 2017 foram atendidas em todo o Estado 24.709 mulheres, com idade a partir de 18 anos, vítimas de todas as formas de violência. Só este ano, 5.426 mulheres passaram pelas unidades do Pro Paz, sendo a maioria vítimas de violência psicológica e física.
Importante informar que o Pro Paz Integrado assegura atenção completa para a redução dos danos físicos e psíquicos causados pela violência, desenvolvendo ações nas áreas de atenção, defesa, responsabilização do agressor e prevenção.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil, e de acordo com a ONU, 70% de todas as mulheres do mundo já sofreram ou sofrerão algum tipo de violência em algum momento da vida.
“Então, os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher têm justamente a finalidade de mostrar os números e debater o assunto, não só para que se faça valer a Lei, mas para que sirva como intimidação aos homens que praticam violência contra as mulheres”, explicou a coordenadora estadual de Saúde da Mulher.