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SAÚDE PÚBLICA

Em dois meses, 'Abelardo Santos' registra mais de 900 recuperados da Covid-19

Mesmo com a redução nos atendimentos específicos, direção da unidade mantém as ações de combate à pandemia

Por Dayane Baía (ARCON)
30/06/2020 18h09

O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS) completou dois meses de atendimento exclusivo a casos de Covid-19 nesta terça-feira (30). A unidade – localizada no distrito de Icoaraci (Belém) - teve seu perfil modificado em abril, no auge da crise sanitária causada pela pandemia na Região Metropolitana. Após esse período, mesmo sem as longas filas, a direção avalia que o hospital deve ser o último a desmobilizar o atendimento específico em função do baixo índice de isolamento social.A emoção de vencer uma grave doença se transforma em agradecimento à equipe do Hospital Abelardo Santos

“Não tem preço a volta. Graças a Deus eu fiquei lá, embora debilitada, muito bem tratada. Toda hora tinha gente olhando. Isso ajuda muito a gente, a sensação de ter saído”. O alívio nas palavras de Odimar Lima de Araújo, 56 anos, veio após cinco dias internada no HRAS. “Eu vim de Salinas (Salinópolis, município do nordeste paraense). Lá eu senti febre, dor no corpo, muita falta de ar. Fui medicada, mas a febre não passava depois de uma semana. Achamos por bem vir. Já fui direto para o ‘Abelardo’. Como a oxigenação estava baixa, internei”, contou Odimar, que teve mais de 50% da função pulmonar comprometida pela doença.

Ela está entre os 928 pacientes que receberam alta médica em dois meses de atendimento exclusivo. “Eu tive tudo que precisei. Fui muito bem tratada pela equipe. As enfermeiras são ótimas, não tenho o que me queixar”, destacou Odimar Lima, que segue tratamento na casa de parentes em Belém, para fazer mais cinco dias de medicação associada a exercícios de fisioterapia respiratória, e assim melhorar a oxigenação.

Aos 60 anos, Nizalva Alves Bernardino passou 55 dias internada no “Abelardo Santos”, dos quais 30 entubada. “Eu perdi os sentidos, só sei que fiquei entubada porque a assistente social me disse. Todo mundo me tratou bem lá no hospital. Agora estou bem, me recuperando no meio dos meus. Estava com saudade da minha família, que não podia entrar no hospital. Mas não tive medo. Sou evangélica e tenho muita fé, porque Deus estava comigo em todos os momentos. Não fiquei sozinha”, assegurou Nizalva Bernardino.Equipe de profissionais comemora cada alta médica na luta contra o novo coronavírus

Humanização - De acordo com o diretor técnico do HRAS, Milton Bonny, a humanização faz parte do protocolo de atendimento. “A nossa principal preocupação é o atendimento extremamente humanizado em todos os setores. Isso colabora, conforta, é muito importante, além da estrutura que oferecemos para a população. É uma somatória de fatores para que tenhamos bons resultados, chegando a esse número de altas”, informou Milton Bonny.

Para o gestor, o momento é de avaliar o cenário da pandemia refletido na demanda de pacientes. “Desde que abrimos as portas para atender a população do Pará, começamos com um volume muito grande de pacientes, quase 1.700 a 1.800 pacientes/dia, tanto no ambulatório quanto no pronto-atendimento. E tivemos um platô e uma queda considerável. O mais importante é tentar justificar qual o motivo que ocasionou realmente essa queda, seja o lockdown, o isolamento ou o mais provável, a entrega de medicamento na fase mais precoce, preventiva, porque nós distribuímos medicamentos para todos esses pacientes”, acrescentou o diretor.

Azitromicina, Hidroxicloroquina, Ivermectina e corticoides foram alguns dos medicamentos disponibilizados na farmácia da unidade, conforme a fase da doença em que o paciente se encontrava. A atuação rápida do tratamento evitou o agravamento dos quadros e um maior nível de contágio.

Embora a curva da Covid-19 esteja em queda na Região Metropolitana de Belém, o índice de distanciamento social em torno de 50% acende o alerta. “Estamos preocupados. Vamos viver com uma segunda onda ou a Região Metropolitana vai estabilizar e (o vírus) vai proliferar para o interior. A nossa preocupação é que a gente vá conviver com uma segunda onda e associada ao que vem do interior, que muitos não têm estrutura para um bom atendimento”, frisou Milton Bonny.