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Hemopa segue desafio diário de manter índice recomendado de doação de sangue 

O cenário da pandemia diminuiu consideravelmente o número de comparecimentos nas unidades de coleta e o Hemocentro pede maior adesão da população  

Por Anna Cristina Campos (HEMOPA)
10/06/2020 14h20

O sorriso no rosto indica a satisfação de Arnaldo Quaresma de Lima, de 65 anos, em doar sangue. “Minha primeira doação foi aos 19 anos, para ajudar a minha mãe que precisava de transfusão de sangue. O Hemopa era até na avenida Magalhães Barata. Eu não parei mais de doar, me sinto bem, renovado”, afirmou o vendedor autônomo. Ele é só um exemplo entre centenas de pessoas que todos os dias se dedicam ao ato solidário de doar o próprio sangue.

De acordo com os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), 1,6% da população brasileira doa sangue, regularmente, isso significa 16 a cada mil habitantes. O índice está dentro do recomendado: entre 1% e 3% da população de cada país, porém é sempre importante manter os índices para que não haja escassez para a rede hospitalar. 

Os profissionais de saúde reiteram que o sangue é insubstituível. Não se pode comprar e nem fabricar. O ser humano é a única fonte de esperança para pacientes que precisam de transfusão para sobreviver. Uma única bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas, já que os componentes do sangue (plaquetas, plasma, hemácias e crioprecipitado) são separados e utilizados de acordo com a necessidade de cada paciente.

Ianete da Silva doa há mais de seis anos e decidiu comemorar o aniversário doando sangue como incentivo para outras pessoasDados da Fundação Hemopa, levantados em 2019, mostram que aqui no Pará cerca de 64% das doações são espontâneas, isso indica que o cidadão está mais consciente à causa. O gênero masculino ainda é o maior público entre os voluntários com 61%, enquanto que as mulheres somam 39% das doações. O desafio é conquistar os adultos jovens entre 16 e 29 anos que representam 41% dos doadores no Pará. Os adultos com mais de 30 anos ainda representam a maioria, 59%.

O cenário da pandemia diminuiu consideravelmente o número de comparecimentos nas unidades de coleta. De março a maio, houve redução de 40% no número de voluntários. “A partir deste mês de junho esperamos que a doação de sangue tenha resultados mais animadores. Na primeira semana já tivemos um movimento bem melhor do que no mês passado”, destacou Paulo Bezerra, presidente da Fundação Hemopa. 

Ele frisou que a baixa na frequência das doações também foi reflexo do cenário de pandemia. “Entendemos que a pandemia exigia um comportamento mais recluso de cada um de nós, porém, não podemos esquecer que os pacientes que precisam de sangue, continuam nos hospitais esperando um ato de generosidade de cada cidadão saudável”. 

No estado do Pará existem 9 unidades de coleta de sangue: Abaetetuba, Altamira, Belém, Capanema, Castanhal, Marabá, Santarém, Redenção e Tucuruí. Todas com a missão de garantir o abastecimento de sangue para a rede hospitalar estadual.  Principalmente, para hospitais com especialidades como a oncologia, traumatologia e urgência/emergência. 

DIA MUNDIAL DO DOADOR DE SANGUE

 

Foi em 2005, que a Organização Mundial de Saúde instituiu o Dia Mundial do Doador de Sangue em 14 de junho. Uma forma de parabenizar e agradecer aos doadores voluntários pela generosidade em contribuir para salvar vidas, por meio da doação de sangue. A data é também um momento para se trabalhar a conscientização da sociedade sobre a necessidade de manter o estoque de sangue abastecido. 

A empresária Ivanete da Silva, doadora há mais de seis anos, decidiu comemorar o aniversário doando sangue. "Eu espero motivar outras pessoas a multiplicar o gesto. A minha doação durou apenas cinco minutos e fico pensando a diferença que isso pode fazer na vida de alguém", disse a doadora.

 

DOAÇÃO DE SANGUE

A Fundação Hemopa ressalta que a doação de sangue é rápida e segura. Não existe risco de contaminação durante o processo. A quantidade de sangue doada é de aproximadamente 450ml, que o organismo repõe em 24 horas. 

As bolsas coletadas seguem o fluxo do ciclo do sangue que consiste em coleta, processamento, fracionamento, armazenamento e distribuição. Neste processo, o material passa por uma sorologia com mais de 30 exames específicos, e são separados os hemocomponentes.  

Para ser um doador de sangue é preciso ter entre 16 e 69 anos (menores de idade devem estar acompanhados do responsável legal), ter mais de 50 kg, e estar em boas condições de saúde. Antes de ir para a unidade de coleta é importante que o cidadão esteja bem alimentado. No momento do cadastro, o voluntário deve apresentar um documento de identificação oficial, original e com foto que pode ser o RG, CNH, Passaporte ou Carteira de Trabalho.

Mulheres podem doar de 3 em 3 meses e homens, de 2 em 2. 

 

CURIOSIDADE

Você sabia que o tipo de sangue mais comum entre a população brasileira é O Positivo? Sim. 55% dos brasileiros são O+, depois vem o A Positivo, 27%. O tipo sanguíneo mais raro é o AB Negativo (0,5%). Em um processo de transfusão, o ideal é que o paciente receba sangue do mesmo tipo que o seu. Somente em situações de urgência/emergência que se usa o sangue universal: O Negativo.