Hospitais em construção vão abrir 1,2 mil novos leitos no Estado
A rede de serviços de saúde ofertada pelo Governo ganha reforço com a abertura, até 2018, de nove hospitais em diversas regiões do estado. A construção das novas unidades representa um investimento de cerca de R$ 900 milhões e a criação de 1,2 mil leitos, inclusive de média e alta complexidade. Somente neste ano, existe a previsão de cinco hospitais serem entregues, em municípios de diversas regiões, como Barcarena, Ipixuna do Pará e Afuá. A descentralização dos serviços é o objetivo da expansão hospitalar no interior, para prestar atendimento imediato ao cidadão e salvar o maior número de vidas.
Alguns projetos, como o do Hospital Abelardo Santos – que será o maior hospital público da Região Metropolitana de Belém, beneficiando cerca de 1,2 milhão de pessoas –, tiveram de ser interrompidos para receber readequação. Com dez andares e a previsão de abrir 250 leitos, a unidade recebe recursos da ordem de R$ 196 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Entre os serviços que serão oferecidos estão os de clínica pediátrica e cirúrgica, traumatologia, terapia renal, unidade de transplante, maternidade, Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) infantil e adulto e centro cirúrgico com cinco salas.
O Hospital Aberlardo Santos será um hospital de grande porte. Terá, além da urgência e emergência, laboratório de análises clínicas, serviço de reabilitação e centro de diagnóstico por imagem, que fará os exames mais modernos de mamografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada. Segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop), responsável pela execução da obra, quase metade dos serviços está concluída. Atualmente, o prédio principal está recebendo o acabamento, as instalações hidráulica e elétrica, além de sistema de ar condicionado.
“O projeto deste e de outros hospitais construídos pela Sedop precisou ser readequado em função de normativas do Ministério da Saúde e do Corpo dos Bombeiros, que sofrem alterações constantemente, mas as obras já foram retomadas. Para que não tivéssemos de fazer essas mudanças depois, com a obra já pronta, preferimos parar antes e fazer os ajustes exigidos”, explica o engenheiro Arnaldo Dopazo, da Sedop. “Essas obras vão se incorporar à rede de hospitais do estado para aprimorar ainda mais o serviço hoje ofertado. São unidades estratégicas para cada região que vai recebê-las”.
No interior, quatro importantes hospitais de grande porte estão sendo construídos pelo governo. Castanhal, no nordeste do Pará, e Itaituba, no sudoeste, ganharão, cada um, seu Hospital Regional. O governo também está construindo o Hospital de Capanema, no Baixo Tocantins. Em outras cidades, como Salvaterra, no Marajó; Colares, no nordeste paraense, e Novo Progresso, no sudoeste, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) coordena a instalação de unidades menores, que darão retaguarda no atendimento ofertado pelas unidades de maior estrutura.
Reconhecimento
“As obras que estavam paralisadas para receber as readequações estão agora a todo vapor. A construção dos hospitais faz parte de um ciclo de investimentos do Governo do Estado iniciado com a instalação dos primeiros hospitais regionais no interior, unidades que hoje são reconhecidas pela excelência dos serviços e atendimento, inclusive com premiações nacionais e internacionais”, destaca o titular da Sespa, Vitor Mateus.
Entre esses títulos estão o de Hospital Amigo da Mulher, entregue à Santa Casa, e o selo ONA 1, concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) ao Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém, ambos neste mês de maio. O Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, e o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), em Belém, foram o primeiro e o segundo hospitais públicos do Brasil, respectivamente, a obter o selo "Materiality Disclosures", emitido pela Global Reporting Initiative (GRI).
Além disso, a política de saúde do Estado, que inclui a abertura dos novos hospitais, vem sendo reconhecida nacionalmente por órgãos e entidades especializados pelo arrojo e resultados alcançados. “Recentemente, por exemplo, o Pará foi apontado, em levantamento do Ministério da Saúde, como o quinto Estado brasileiro que mais investe em saúde no Brasil. Isso diante de um cenário de crise econômica que tem feito muitas administrações recuarem. Temos alcançado resultados significativos em indicadores que antes eram preocupantes. Nas endemias, por exemplo, reduzimos drasticamente a malária de 200 mil casos, em 2010, para cerca de dez mil, em 2015. A incidência de dengue, zika e chikungunya caiu 72% este ano em relação ao mesmo período do ano passado”, afirma Vitor Mateus.
Regionalização
Para que o estado mantenha a performance e tenha avanços na saúde pública – que inclui a redução nos casos de mortalidade infantil e materna, após a inauguração da Nova Santa Casa – a abertura de serviços no interior é fundamental. O Hospital Regional do Tapajós, em Itatiuba, por exemplo, é uma das obras mais aguardadas na região. O projeto, orçado em R$ 124 milhões, prevê a abertura de 160 novos leitos – dez de UTI adulto, dez de UTI neonatal e dez de UTI pediátrica –, distribuídos em um prédio de seis andares. A unidade vai dispor de seis salas de cirurgia e serviço de hemodiálise. Segundo a Sedop, mais de 40% da obra já foi concluída.
Outro Hospital Regional é o de Castanhal, cujo projeto teve de ser readequado. Orçado em R$ 80 milhões, o prédio terá quatro pavimentos, com 230 leitos (dos quais 40 de UTI), além de centro cirúrgico com sei salas, ambulatório de especialidades, serviços de urgência e emergência, radioterapia, quimioterapia, hemodiálise e reabilitação. “Este hospital vai atender toda a demanda de serviços de alta e média complexidade do nordeste paraense. Significa dizer que as pessoas da região não precisarão mais se deslocar a Belém para receber esse atendimento especializado”, frisa o secretário Vitor Mateus. A obra em Castanhal já recebeu a fundação. Está em andamento a fase de superestrutura, com a construção de vigas e pilares. Segundo a Sedop, até o momento essa obra recebe apenas recursos do Tesouro Estadual.
Entre os hospitais em construção também está o Materno-Infantil de Barcarena, no nordeste paraense, que vai ofertar 30 leitos. A unidade passa por reforma geral e adequação nos espaços para atender às normativas da Vigilância Sanitária e do Ministério da Saúde. Com investimento de R$ 18,5 milhões, atualmente o espaço recebe serviços internos de instalações hidráulicas, elétricas, climatização, gases medicinais e grupo gerador. Mais de 80% dos serviços já foram executados.
Em Abaetetuba, as obras são no Hospital Municipal Santa Rosa, que está orçada em R$ 17,7 milhões, em recursos do Tesouro Estadual. A unidade – com 70% do projeto executado – terá 97 leitos, dos quais dez de UTI adulto e dez da Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) neonatal. A nova estrutura terá centro cirúrgico com três salas de cirurgia, seis consultórios, banco de leite, laboratório de análises clínicas, métodos gráficos e apoio diagnóstico, além de setor de serviços com lavanderia, cozinha, farmácia, almoxarifado, vestiários, abrigo de resíduos e necrotério.