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AGRICULTURA

Mais famílias em situação de pobreza recebem crédito rural em Santarém Novo

Com apoio da Emater, agricultores assinaram contratos de microcrédito da linha Amazônia Florescer, do Banco da Amazônia

Por Aline Miranda (EMATER)
29/05/2020 14h47

O casal Marlene, 32, e Tomas Loureiro, 49, conta os dias para se mudar de vez para o Retiro do Corrêa, no Terreno da Chapada, na zona rural de Santarém Novo, nordeste do Estado. A expectativa é voltar com tudo à agricultura, tradição na qual nasceram e foram criados. Por ora, eles moram na sede do município porque ainda não tinham conseguido estruturar a propriedade, que Tomas herdou da avó. São 13 hectares com plantios esparsos de abacaxi, mandioca e laranja.

“Sem dinheiro, é muito difícil manter e lucrar. Necessitamos investir, implantar novidades, expandir.  Ser agricultor é nossa história, mas nenhuma história tem continuidade sem apoio. O que a gente sonha, agora, é criar galinha caipira e porcos, levar nossa casa de farinha pra lá e construir uma moradia e um cotidiano dignos”, resume Marlene, que é filósofa e estuda Pedagogia. Ela trabalha fora, em um emprego administrativo, e Tomas revende goma de tapioca, que ele precisa comprar no município vizinho de Nova Timboteua. A única filha, Mariana, 14, estuda para suceder os pais.

A notícia boa é que o plano da família já está se concretizando a partir do atendimento do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). 

Assinatura dos documentos seguiu todos os protocolos de higiene e distanciamento socialNa quinta-feira (29), Tomas foi um dos sete agricultores considerados em situação de pobreza que assinaram contratos de microcrédito da linha Amazônia Florescer, do Programa do Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), do Banco da Amazônia (Basa). Cada família tem direito a quase R$ 5 mil, a ser aplicados em projetos da Emater de hortaliças, mandioca, maracujá, galinha caipira e suínos. O dinheiro em si será liberado em 9 de junho. 

A assinatura foi realizada no escritório da Emater mediante todas as medidas de segurança em relação à pandemia do novo coronavírus, como uso de máscaras, distanciamento social e individualização de canetas. 

“Esse microcrédito significa uma importância imensa. Muitas vezes, o agricultor familiar precisa apenas de um incentivo para alavancar uma produção ou até mesmo para iniciar. Existe um bônus de adimplência de 25%, se pagarem até o prazo, com um juro irrisório de 0,5 % ao ano. O prazo é de 24 meses. Esse recurso tem um cunho social muito grande, ajuda de verdade as famílias, ainda mais nesta situação de pandemia”, explica Gabriel Oliveira, coordenador operacional de Microfinanças da unidade de Capanema da Associação de Apoio à Economia Popular da Amazônia (Amazon Cred), prestadora de serviços ao Basa. 

Segundo Gabriel, é preciso reforçar que, mesmo na situação atual, o crédito rural segue sendo liberado, já que é uma necessidade, com as regras de segurança em relação à pandemia. "Esperamos que gere renda tanto para o agricultor, quanto para a comunidade em que ele reside. A Emater é uma parceira muito forte nossa, nesta caminhada", diz.

Campo

Os beneficiários são pessoas que nasceram no campo e sempre dependeram da agricultura para sobreviver, mas que, por motivos diversos, como falta de tecnologia e de capital de giro, perderam o prumo do gerenciamento, hoje produzindo em quantidade e qualidade insuficientes para comercialização. A pandemia agravou ainda mais a condição socioeconômica. O recurso, assim, serve para reerguerem seus negócios. 

No começo do mês, quatro agricultores já haviam sido contemplados. Outros nove devem receber nos Tomas Loureiro que tem propriedade no Retiro do Corrêa, no Terreno da Chapada, foi um dos contempladospróximos meses.

“Dizemos que essas famílias são as futuras participantes do Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar]. Elas, como emergência e pontapé inicial, recebem um microcrédito - e nossa expectativa é que, pouco a pouco, passem a produzir em nível cada vez maior e melhor, de modo que evoluam também como categoria de créditos cada vez mais altos e completos", anuncia o chefe do escritório local da Emater em Santarém Novo, o técnico agrícola Thomaz Wellington Silva.

De acordo com ele, apesar de enfrentarem dificuldades, as famílias não estão desamparadas, já que o governo do estado, também por meio da Emater, faz acompanhamento técnico direto. "Emitimos o CAR [cadastro ambiental rural], efetivamos políticas públicas", destacou.