Empresas do PCT Guamá desenvolvem tecnologias para apoiar o distanciamento social
Durante a coronacrise, tecnologias não resolvem todos os problemas mas facilitam a vida de quem precisa estudar ou trabalhar em casa
Educação a distância, monitoramento da progressão da covid-19 no estado do Pará e ferramentas para otimizar o home office são alguns dos serviços oferecidos por empresas instaladas no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, em Belém, para colaborar com o enfrentamento da crise causada pela pandemia do novo coronavírus (SarCov2).
Com a recomendação de evitar aglomerações e praticar o distanciamento social, diferentes setores da sociedade sentiram o impacto da pandemia. Confira abaixo algumas soluções:
Tecnologias para a educação – Com a suspensão das aulas das redes pública e privada de ensino, escolas e famílias tiveram que se adaptar. Para ajudar na aproximação de professores, alunos e responsáveis, a Inteceleri elaborou um plano de implantação emergencial de educação a distância, destinado a escolas e secretarias de educação.
Formadora oficial de professores na implantação da plataforma Google for Education e desenvolvedora de soluções próprias para melhorar a qualidade do ensino básico no Brasil, a empresa vê o cenário como uma oportunidade de aprendizado.
“Aquele nosso formato clássico de estudar em um ambiente onde tem a presença do professor começou a se expandir com a tecnologia de educação a distância. Esse novo cenário [da pandemia da covid-19] pegou todos de surpresa e hoje a gente vê todas as instituições correndo atrás para que a escola tenha presença dentro da casa dos alunos. O papel do professor será fundamental nesse processo e o grande desafio para o professor é o de encontrar uma forma de se adaptar rapidamente ao uso das tecnologias”, avalia Walter Oliveira, CEO da Inteceleri.
Já a Mundo Digital Interativo (MDI), outra residente do Parque de C&T Guamá, oferece uma plataforma de treinamento online baseada em uma tecnologia de laboratórios de simulação focada no aprendizado de matemática, física, química e engenharia. Através da YouinLab, os alunos realizam treinamentos com aplicação de teorias e atividades práticas. Os valores dependem das características dos cursos escolhidos e podem variar de R$ 60 a R$ 300 por treinamento.
Gestão empresarial – A Microdata Sistemas desenvolveu um aplicativo para batida de ponto em home office. A ação é realizada no celular e com geolocalização, delimitando pontos possíveis para o check in, como a residência do colaborador. O aplicativo funciona online e offline, com ele também é possível ter acesso a um painel de gestão onde o colaborador pode verificar as suas informações profissionais e gerar documentos como contra cheque, cartão de ponto, solicitar férias, entre outras facilidades.
A empresa também oferece soluções de acesso e segurança que podem funcionar em serviços de nuvem, na modalidade SAAS, facilitando o acesso de colaboradores que estão fazendo home office, sem necessidade de grandes alterações na infraestrutura das empresas.
“Durante esse período algumas empresas tiveram custos com deslocamento de equipamentos, como desktops, para as casas dos funcionários. Com a nossa solução isso não é necessário, porque o acesso pode acontecer de qualquer equipamento e com toda a segurança necessária. Além disso, temos apps de aprovação multinível, com ferramentas de fluxos de trabalho para respeitar a gestão corporativa. É a gestão da empresa acontecendo na palma da mão, no celular”, complementa Fábio Santos, diretor comercial da Microdata Sistemas.
Para contribuir com a diminuição dos impactos da covid-19, o aplicativo de ponto será gratuito durante os próximos dois meses. Os demais produtos dependem de avaliação das necessidades de cada empreendimento, pois são modulares e vendidos separadamente. As soluções estão disponíveis no link http://www.senior.com.br/covid-19/.
Tecnologias para a sociedade – A Solved Soluções em Geoinformação lançou na última semana uma plataforma que organiza, por meio de mapas, os dados sobre os casos de covid-19 nos municípios paraenses. Feita de forma voluntária pela empresa, que utiliza informações oficiais fornecidas pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), a plataforma pode ser acessada por meio de celulares e computadores no endereço http://www.solved.eco.br/covid19/pa.html.
Entre outras informações, a solução apresenta estatísticas detalhadas por município, idade, gênero e aspectos mais gerais como o número de casos descartados, confirmados, em análise e eventuais óbitos. “A rápida visualização espacial da distribuição dos casos nos dá o poder de entender mais onde é preciso atacar o problema e também facilita o cruzamento dessa informação espacial com outras mais agregadas como população do município, leitos do SUS e do sistema privado de saúde, dados de viagem, número de diabéticos e hipertensos dos municípios, dentre outras", informa Luis Sadeck, diretor de produtos da Solved.
“A China, por exemplo, desenvolveu várias aplicações nesse mesmo estilo para poder controlar a pandemia lá e a Coreia do Sul teve várias aplicações disso, com uma quantidade de informação fantástica, usando big data, machine learning e outras técnicas da computação e do geoprocessamento para traçar rápidas soluções para o monitoramento e a contenção da pandemia. O geoprocessamento é de fundamental importância para que a gente consiga entender o padrão de transmissão do vírus”, complementa Sadeck.
As startups Dobem Tecnologia e Execute Soluções em TI criaram um chatbot, programa de computador que utiliza inteligência artificial para simular a fala humana, com o objetivo de disseminar informações confiáveis sobre a covid-19, como sintomas, formas de prevenção, entre outras. O software roda no WhatsApp e já teve mais de 10.000 acessos no Brasil: https://chatbot-corona.web.app/.