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Sespa treina profissionais do Hospital do Baixo Tocantins em emergência obstétrica

A equipe do novo hospital regional vai trabalhar a partir das diretrizes do Pacto pela Redução da Mortalidade Materna do Pará

Por Mozart Lira (SESPA)
13/03/2020 20h12

A capacitação foi realizada no próprio Hospital Regional do Baixo TocantinsCom ênfase na redução dos óbitos maternos no Pará, 30 profissionais de Enfermagem que atuarão na assistência obstétrica no Hospital Regional do Baixo Tocantins – Santa Rosa, no município de Abaetetuba, foram treinados por técnicas da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), com o propósito de estimular a prevenção, o diagnóstico e os cuidados com as principais emergências obstétricas, como hemorragia pós-parto (HPP) e Síndrome Hipertensiva Específica da Gestante (SHEG).  O treinamento foi realizado na quarta-feira (11).

É a primeira vez que uma equipe de enfermagem de um novo hospital regional do governo do Estado é treinada pela Sespa para o início do serviço de assistência obstétrica. Desenvolvida dentro do próprio hospital, a atividade foi conduzida de acordo com o protocolo do Pacto pela Redução da Mortalidade Materna do Pará, lançado pelo Estado em 2019 com o objetivo de reduzir, até 2021, as mortes durante e pós-parto em até 30%. O trabalho será feito a partir de cinco componentes: gestão, assistência ao pré-natal, assistência ao parto, investigação do óbito e planejamento sexual e reprodutivo. Sâmia Borges, da Sespa, disse que o treinamento garante cidadania e um parto seguro às mulheres da região

A diretora de Políticas de Atenção Integral à Saúde da Sespa, Sâmia Borges, explicou que dois desses itens - gestão e assistência ao parto - foram adotados pelos profissionais do novo hospital. Por conta do pacto, segundo ela, o governo estadual está empenhado em gerar uma mudança de comportamento de profissionais para a atenção mais qualificada às emergências obstétricas. “Ao realizarmos a qualificação desses profissionais com base nas premissas da humanização do atendimento, estaremos dando a garantia de cidadania e um parto seguro às mulheres da região do Baixo Tocantins”, ressaltou.   

Conduzida por técnicas da Coordenação de Saúde da Mulher da Sespa, a capacitação foi realizada durante oito horas, envolvendo técnicos e profissionais de Enfermagem no auditório do próprio hospital. No próximo dia 18 de março (quarta-feira), um treinamento semelhante será oferecido aos médicos da obstetrícia do hospital.A obstetra Laíses Braga foi uma tutoras da capacitação

Diferença - Segundo uma das tutoras da atividade, a obstetra Laíses Braga, a equipe capacitada para o atendimento em obstetrícia fará a diferença no serviço. “Sempre digo que conhecimento é poder. Então, é fundamental que as equipes estejam preparadas para atuar de modo coordenado nessas situações de emergência. No caso desses profissionais, creio que estarão mais eficientes para prestar assistência ao parto de risco habitual e suas complicações, que podem levar à morte da mulher”, disse a médica.

A enfermeira Rosilene Moraes disse que o treinamento reforçou o compromisso de prestar assistência segura às mulheresDurante a capacitação, os profissionais puderam rever tópicos sobre tipos de parto, humanização do parto e violência obstétrica. “Para mim, esse treinamento reforçou nosso compromisso de prestar assistência acolhedora e segura às mulheres, para que elas tenham seus bebês da forma mais tranquila possível”, declarou a enfermeira Rosilene Moraes, que nasceu em Abaetetuba e trabalhará no município, assim como a maioria dos profissionais que atuará no hospital. 

“Trabalhar aqui é uma grande oportunidade e uma forma de devolver à população e a nossa família a expectativa pelo conhecimento adquirido. E esse treinamento, que eu nunca havia recebido dessa forma tão clara e prática, é um investimento que usarei aqui no dia a dia”, afirmou a técnica em Enfermagem Ana Vasconcelos, com mais de 20 anos de carreira e experiência em unidades Básicas de Saúde e clínicas particulares na região do Baixo Tocantins.

Em seu primeiro emprego em ambiente hospitalar, o enfermeiro Jean Araújo acumula experiências como docente em cursos técnicos na área de saúde em Abaetetuba. Para ele, a oficina é uma oportunidade de absorver as práticas de profissionais experientes. “O saber é um exercício contínuo, principalmente quando trabalhamos para salvar vidas. Trata-se de um investimento que devemos aproveitar para desenvolver a sensibilidade de receber as gestantes de uma forma mais humana, acolhedora e tranquila”, destacou. 

A técnica em Enfermagem Ana Maria Conceição aprovou a atualização das práticas e informaçõesMudança no tratamento - Para a técnica em Enfermagem Ana Maria Conceição, lidar de forma humana, transparente e profissional com situações delicadas no ambiente hospitalar, sobretudo com gestantes, é essencial no exercício assistencial. “São momentos como este que atualizamos práticas e informações que mudarão o tratamento às pacientes, para que tenham os melhores resultados possíveis no parto e no trato ao recém-nascido”, disse. 

O treinamento oferecido pela Sespa também foi acompanhado pelo enfermeiro e coordenador de Educação Permanente do Hospital Regional do Baixo Tocantins, David Fernando, também natural de Abaetetuba. Ele explicou que uma das prioridades da administração do hospital será fortalecer e manter as estratégias de capacitação e qualificação de profissionais, de modo a estimular a integração do planejamento com o monitoramento e a avaliação das ações. “São instrumentos que vão repercutir de forma positiva no atendimento à população que acessar os serviços prestados por nós”, afirmou.David Fernando, coordenador de Educação Permanente, citou as prioridades da administração do hospital

A capacitação ministrada em Abaetetuba compõe as estratégias para o alcance dos objetivos propostos pelo Pacto pela Redução da Mortalidade Materna do Pará, que já obteve a implementação da notificação do óbito em até 24 horas e a investigação das causas de morte materna em até 30 dias. “Além disso, ampliamos o contato com profissionais das salas obstétricas dos hospitais para eventuais trocas de informações sobre casos envolvendo gestantes e o acesso à assistência hospitalar”, informou Sâmia Borges, ao lembrar que de dezembro de 2019 a março deste ano já foram qualificados 200 profissionais de obstetrícia no Estado, entre médicos, enfermeiros e técnicos de Enfermagem, pela estratégia Zero Morte Materna, desenvolvida pela parceria entre Sespa e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil.