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CAPACITAÇÃO

Parceria entre Seap e Senai garante certificação profissional de quase 70 custodiados

Internos são da Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel. Foram quatro cursos ofertados

Por Vanessa Van Rooijen (SEAP)
03/03/2020 10h07

Para tornar efetiva a ressocialização de custodiados do sistema prisional no Pará, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), entregou, na segunda-feira (2), certificados para cerca de 70 internos da Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (Cpasi), que participaram de quatro cursos profissionalizantes ofertados. A cerimônia de ocorreu no Complexo Penitenciário de Santa Izabel. 

As capacitações foram Eletricidade Predial, Carpintaria de Telhado, Pintura de Obras e Hidráulica Predial. Desenvolvidos pelo Senai, ocorreram na unidade itinerante denominada “Carreta Móvel” da instituição, na colônia penal, com carga horária de 40h cada e validade em todo território nacional e internacional.

“Sabemos que é dificultoso, mas as barreiras foram superadas para que não só eu, como meus irmãos tivéssemos essa oportunidade. Isso é primordial para nossa qualificação para que, quando sairmos, possamos ter um meio para sustentar nossas famílias de maneira honesta” - Neemias dos Santos, interno e orador da turma, que obteve três certificações.

Na ocasião, familiares dos formandos também estiveram presentes para prestigiá-los e apoiá-los nesta conquista. “Estou muito feliz! Agora eles têm ocupação. Espero que sempre haja mais cursos para que outros também tenham oportunidade, como o meu filho, que agora tem certificado e vai poder se empregar”, comemorou Maria Monteiro, mãe de um dos internos.

O diretor da unidade Senai Getúlio Vargas, Welson Corrêa, explicou que a instituição, que é parceira da Seap na realização dos cursos, objetiva a aptidão ao mercado de trabalho, de maneira formal ou autônoma. “Assim como o poder público, nós da iniciativa privada também temos um papel social. A sociedade como um todo ganha quando nos voltamos a olhar para essa parte que está marginalizada, pois, ao saírem, com certeza, não irão para o mundo do crime, mas estarão tentando a integração como cidadãos comuns que receberam oportunidade”.

Segundo o diretor da Cpasi, capitão Rubens Maués Junior, o caminho para a ressocialização é a promoção da educação. “Hoje em dia, os internos já pedem para vir para o trabalho, já pedem para estudar. Eles estão vendo que este é o caminho que está trazendo eles para perto das famílias e de um futuro melhor”, considerou. “Sonhem, que tudo é possível”, complementou o diretor de Reinserção Social da Seap, Belchior Machado.

“A Seap tem buscado parceiros que contribuem com a nossa perspectiva de reinserção social e o Senai há tempo já vem nos ajudando, contribuindo na qualificação e profissionalização das pessoas privadas de liberdade, sobretudo aqui da Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel. Todos eles cumpriram a meta do curso e hoje estão se formando em pintura, eletricidade, reforma de prédios” - Belchior Machado, diretor de Reinserção Social da Seap.

A oferta de capacitações, bem como as demais ações que visam o desenvolvimento do trabalho, propicia o aprendizado de uma profissão, remição de pena, além de benfeitorias mais do que estruturais. Essas ações terão participação na reintegração de forma digna daqueles que, por hora, estão custodiados ao Estado.

De acordo com o secretário de Administração Penitenciária, Jarbas Vasconcelos, o momento da realização de ações para reinserção da população carcerária é possível mediante o uso da intervenção penitenciária como técnica. “Há algum tempo, conseguimos estabelecer o controle, hoje temos atividade produtiva e daqui saem centenas de internos para estudar e trabalhar. O trabalho na Colônia é estratégico não só para o sistema prisional, como para o sistema de segurança e esta tarde é um momento de afirmação”, garante.

Para o secretário, uma vez que o controle está estabelecido na maioria das unidades, a prioridade da gestão passa a ser a reintegração, a continuidade de ações por meio do trabalho e educação.

Os cursos tiveram apoio da Força-tarefa de Intervenção Penitenciária (Ftip), do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e da Igreja Universal do Reino de Deus.