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EDUCAÇÃO E SAÚDE

Classe Hospitalar garante escolarização de alunos em tratamento médico

Por Igor Oliveira (SEJU)
10/02/2020 13h53

A dona de casa Rosiane Braga veio de Altamira (sudoeste paraense) para acompanhar a filha Renutmilly Oliveira, de 3 anos, para tratamento de hemodiálise na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA). Ao chegar na instituição, foi informada do Programa Classe Hospitalar, disponível para os pacientes em idade escolar. “Quando chegou aqui, minha filha nem falava. Agora, com o atendimento das professoras, ela tenta conversar com todo mundo. Também fica desenhando e pintando com as outras crianças. Já aprendeu muito”, lembra Rosiane.

Realizado através de convênio entre a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e instituições hospitalares e de abrigos, o programa Classe Hospitalar e Atendimento Domiciliar oferece escolarização a alunos que estão em tratamento médico, além de disponibilizar atendimento em domicílio a crianças e adolescentes que já saíram do hospital, mas ainda não têm condições de frequentar uma escola regular.  O programa existe há 17 anos e, atualmente, atende 600 alunos em seis entidades conveniadas na Região Metropolitana de Belém. Em 2019, a Classe Hospitalar também passou a funcionar no Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, no oeste do Estado.

"Geralmente, os pais são informados já na recepção que há uma escola no hospital. E aí conversamos sobre o histórico da criança e como é realizado nosso trabalho”, explica a coordenadora da Classe Hospitalar, Fernanda da Costa. Após o primeiro contato, a equipe do programa busca informações com a unidade de ensino regular na qual o aluno está matriculado. “A criança aprende e é avaliada de acordo com o calendário da Seduc e, depois, passamos os registros para a instituição de ensino original para que ela possa atualizar o histórico escolar do aluno”, observa a coordenadora.

Adaptação - Por ser ministrado em um ambiente de tratamento médico, o processo de ensino e aprendizado dos alunos precisa ser adaptado. Na Fundação Santa Casa, além do espaço próprio para as aulas, a equipe de professoras da Classe Hospitalar atende crianças no setor de hemodiálise. A instituição também conta com o espaço Acolher, voltado para o ensino escolar a vítimas de escalpelamento. “São situações nas quais precisamos ajustar o processo pedagógico. Um aluno que acaba de fazer hemodiálise, por exemplo, fica muito cansado para ir à sala de aula no hospital. Por isso nós vamos até onde eles estão. Às vezes precisamos esperar o fim de um procedimento médico, outras vezes percebemos que a criança está muito debilitada. Em alguns casos, vamos diretamente ao leito do aluno”, explica Fernanda.

O pequeno Joaquim Batista Melo, de 2 anos, fica alegre quando vê a equipe da Classe Hospitalar. “Ele começou a fazer hemodiálise há um ano, ainda era um bebê. Chorava muito e queria ir embora. Depois que passou a ser acompanhado pelas professoras, ele interage mais com outros pacientes e fica feliz. Isso ajuda no tratamento”, ressalta Josilene Batista, mãe de Joaquim e que veio de Parauapebas acompanhar o filho na Fundação Santa Casa.

Conquista - Em 2020, o programa Classe Hospitalar e Atendimento Domiciliar recebeu uma feliz notícia: Breno Santiago Encarnação, de 22 anos, foi aprovado em Ciências Sociais na Universidade Federal do Pará. Breno teve um quadro de meningite aos quatro anos de idade, que comprometeu sua mobilidade física. Desde os dez anos de idade, ele é acompanhado por professores do programa e outros profissionais da Seduc.

“Não acreditei na hora que me disseram que passei”, revela Breno. A mãe dele, Maria de Nazaré Santiago, também estava cética. “Ele vive no celular, então achei que me informaria quando soubesse do resultado do vestibular”, explica. Quando uma vizinha disse que Breno foi aprovado, a emoção tomou conta de todos, incluindo as professoras do Atendimento Domiciliar que acompanham a educação do jovem.

Erika Amorim, professora de história, ressalta que o conteúdo programático foi trabalhado na íntegra nas aulas domiciliares de Breno. “Nunca pulamos etapas. Quando ele mostrou disposição para ir à faculdade, começamos a nos preparar. Seja para enviar material, remarcar provas ou adaptar as aulas devido a um problema de saúde, sempre trabalhamos juntos”, lembra Erika. Durante as aulas, Breno ficou em dúvida sobre qual curso escolher para o ensino superior, até que tomou uma decisão. “Quis Ciências Sociais, porque gosto de temas políticos”, revela. 

A equipe de professoras da Classe Hospitalar e Atendimento Domiciliar reforça que a iniciativa do aluno é fundamental para um aprendizado consistente. “Breno, assim como outros jovens, podem ter algum tipo de limitação física, mas nunca deixam de ser aplicados nos estudos. Isso é o que motiva, é o que faz a gente se unir para atingir essas conquistas. E vamos conseguir mais”, reitera Fernanda, coordenadora do programa.

Serviço - Atualmente as equipes da Classe Hospitalar atendem nos seguintes espaços:

1- Fundação Santa Casa de Misericórdia

2- Hospital de Clínicas Gaspar Viana

3- Hospital Universitário Barros Barreto

4- Oncológico Infantil Octávio Lobo

5- Hospital de Urgência e Emergência Metropolitano

6- Hospital Regional de Santarém

7- Abrigo João Paulo II.

Contatos do Programa Classe Hospitalar e Atendimento Domiciliar - Telefone: (91) 3223-5596. E-mail: classehospitalarfscmpa2009@gmail.com